O jornal O Globo publica nesse domingo uma ótima reportagem do repórter Fábio Vasconcellos, na qual é feita uma avalição dos gastos na comunidade do Dona Marta nos últimos anos, o que revela que com o dinheiro público consumido seria possível comprar um imóvel no valor de R$ 84.000,00 para cada família da comunidade (leia).
Novamente fica exposta a doença do dinheiro público jogado no lixo, uma realidade que parece incorporada à alma brasileira, alimentada pelo mandamento da Lei de Gérson, o importante é levar vantagem.
No Brasil, convivemos com uma ânsia pela corrupção, uma vontade incontrolável de se apoderar do dinheiro alheio na busca insaciável por riquezas.
Os lobbys, as compras de materiais, a prestação de serviços, a realização de obras faraônicas e as terceirizações são os instrumentos básicos para conseguir esses desvios de recursos públicos.
Enquanto isso o funcionalismo público, que serve e protege o povo, padece com salários miseráveis, porque desses salários fica muito difícil extrair um percentual para o enriquecimento ilícito de governantes desonestos.
Cidadão brasileiro, imagine as imensas possibilidades que a realização de uma Copa do Mundo e uma Olimpíada no Brasil permitirão a esses corruptos de plantão?
Temos que ser criteriosos e não generalizar, todavia alguns fatos saltam aos olhos e merecem uma investigação ampla, geral e irrestrita.
No Rio de Janeiro, quem olha as viaturas novas da Polícia Militar e lembra as sucatas ambulantes do governo Rosinha é levado a crer em uma grande evolução, todavia, ao descobrir o custo de cada uma dessas viaturas para os cofres públicos, logo acende a luz amarela da desconfiança.
Igual raciocínio podemos desenvolver no caso das UPAs fluminenses, onde pelo que contam tudo é terceirizado e os aluguéis seriam caríssimos.
Tudo isso é uma vergonha, não podemos conviver com essas dúvidas, temos que investigar e aplaudir os governantes caso seja verificado que tudo obedece à lei e aos pressupostos do ato administrativo.
O gasto do dinheiro público deve ser extremamente criterioso e a sua fiscalização não pode ficar restrita aos Tribunais de Conta, urge que o Ministério Público assuma uma posição de vanguarda e que nos primeiros sinais de que algo não segue o caminho da economicidade, por exemplo, comece a agir. Além disso, o povo deve ser o principal fiscal, denunciando todas as irregularidades que tiver conhecimento ao Ministério Público, movimentando essa engrenagem fiscalizadora que parece emperrada, vez por outra.
O caso da terceirização das viaturas da PMERJ foi comunicado por mim ao MP, objetivando que tudo fique esclarecido, saneando qualquer dúvida que exista a respeito dos valores desses contratos.
Vamos torcer para alguém solicitar uma investigação dos gastos com as UPAs, tornando tudo cristalino.
Isso é cidadania, algo que o brasileiro ainda desconhece, mas que precisa aprender com urgência, caso contrário, logo estaremos dando veículos populares para as classes menos favorecidas, no curso de mais um projeto eleitoreito de um governante qualquer.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
Ex-CORREGEDOR INTERNO
2 comentários:
Sabendo-se que o Ministério Público é quem fiscaliza o desvio de gastos públicos e associações que usufruem do dinheiro dos associados, mas não cumprem com o compromisso de pagar aos associados inativos por invalidez, por que não fazer uma varredura na CBPMERJ, pela falta de respeito com os associados. Falta verba para pagar aos inativos, mas para oferecer R$ 2.000,00 como recompensa para quem denunciar os assassinos de PM, o presidente da CBPMERJ tem como pagar.
Sem dúvida, a CBPMERJ necessita de uma boa fiscalização, pois reclamações não faltam. Ela é uma empresa que não faz parte da PMERJ.
Juntos Somos Fortes!
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