domingo, 8 de novembro de 2009

A CORRUPÇÃO AMEAÇA O JUDICIÁRIO.

O GLOBO:
Relações perigosas
Empresário é acusado de vender sentenças para políticos no Tribunal de Justiça do Rio.
Publicada em 07/11/2009.
RIO - Há pelo menos uma década o empresário e estudante de Direito Eduardo Raschkovsky age à sombra da Justiça fluminense, oferecendo sentenças e outras facilidades em troca de vantagens financeiras. Para convencer a clientela - políticos, empresários, tabeliães - a topar o negócio, alardeia sua intimidade com alguns juízes e desembargadores, chegando a antecipar decisões em causas ainda não julgadas. É o que mostra a reportagem de Chico Otavio e Cássio Bruno para O Globo deste domingo. Mesmo depois de ser acusado por uma juíza de "lustrar os sapatos nos tapetes vermelhos do tribunal", além de tentativa de suborno, Eduardo não se intimidou. Continua buscando novos clientes, em assédios regados a vinho em sua casa no Itanhangá, e convivendo com magistrados. No dia 22 de outubro, por exemplo, abriu os salões da casa para homenagear aquele que cuida justamente da lisura do tribunal: o desembargador Roberto Wider, corregedor-geral da Justiça fluminense.
Sócio de doleiros investigados pela polícia (um deles por associação ao narcotráfico), envolvido em operações obscuras do grupo Opportunity, dono de uma empresa rastreada pelo Conselho de Controle de Atividades Financeira (Coaf) por suspeita de lavagem de dinheiro, Eduardo usa a amizade com Wider, corregedor e ex-presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ). O magistrado, que lançou no ano passado a campanha contra os chamados candidatos de ficha suja, disse que a relação limita-se ao convívio pessoal, e que eles nunca fizeram qualquer tipo de negócio.
Fichas-sujas: até R$ 10 milhões
Enquanto Wider comandava uma guerra sem tréguas contra os fichas-sujas, Eduardo atuou intensamente nos bastidores para oferecer blindagem aos políticos mais problemáticos. Um ano depois das eleições, cinco deles e um advogado de candidato contam, em caráter reservado, que Eduardo pediu quantias variando de R$ 200 mil a R$ 10 milhões para limpar as fichas, livrando-os do risco de impugnação ou cassação do diploma. As negociações aconteceram no Itanhangá e no escritório "L. Montenegro", que pertence ao sogro de Eduardo. Os políticos ouvidos pelo GLOBO - um prefeito, dois ex-prefeitos, um deputado federal e um estadual - disseram que sua opção pelo sigilo de fonte foi motivada pelo medo de eventuais retaliações. Os cinco, somados ao advogado de um prefeito eleito, descreveram em detalhes a residência e o escritório de Eduardo Raschkovsky. As descrições do empresário e de sua forma de abordagem - incluindo a cobrança de propina - também coincidem. Alguns dos políticos entrevistados são adversários e não se falam há anos. Eduardo tem outros amigos de toga. Já foi sócio da mulher do desembargador Carpena Amorim, ex-corregedor-geral de Justiça, e oferecia periodicamente degustações de vinhos a magistrados em sua residência. Ele mesmo afirmou que, no jantar do dia 22 de outubro, reuniu cincos desembargadores e dois juízes em torno de Wider, como quem se encontra, no mínimo uma vez por semana. Também já viajaram juntos para Israel e Inglaterra, em 2005, e passam o finais de semana na casa de Eduardo em Nogueira, distrito de Petrópolis.
Em pelo menos uma ocasião, essa amizade se desdobrou em ação prática: sócios de Eduardo ajudaram a então mulher de Wider, Vera Lúcia Teixeira dos Santos, a fazer uma remessa de dólares para Portugal - para uma agência do Banco Comercial Português em Lisboa - pelo esquema paralelo ao Banco Central e investigado pela Operação Farol da Colina, da PF.
Leia a íntegra desta reportagem no Globo Digital (só para assinantes)
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
Ex-CORREGEDOR INTERNO

2 comentários:

Anônimo disse...

o governador deu pra usar o seu filho marco antonio para angariar votos de jovens e simpatizantes ao pmdb,nem assim conseguirá a reeleição!!

Anônimo disse...

09.11.09 às 01h36
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PM é executado dentro de clube
Cabo se preparava para entrar em jogo de futebol de agremiação que presidia, em Irajá, quando recebeu 30 disparos

POR BARTOLOMEU BRITO, RIO DE JANEIRO

Rio - Cinco homens encapuzados executaram às 9h de ontem, com mais de 30 tiros de fuzil e pistola, a maioria pelas costas, o cabo da PM Rinaldo Figueiredo dos Santos, 42 anos, lotado no 16º BPM (Olaria) e presidente do Grêmio Recreativo de Água Grande. Ele foi morto quando se preparava para entrar em partida de futebol de veteranos, no campo da agremiação, na esquina das ruas Trás dos Montes e Aveiros, no Condomínio Parque Residencial Irajá. Três balas perdidas atingiram as coxas do aposentado Hélio Gomes da Silva, 80, que permanece estável no Hospital Getúlio Vargas.
Foto: Carlo Wrede / Agência O DIA
Bando esperava no clube a chegada do PM, que não teve chance de defesa e foi atingido pelas costas

Depois de cair ao ser atingido na cabeça, o policial ainda recebeu vários tiros de dois fuzis e duas pistolas diferentes. Os bandidos fugiram em dois carros estacionados perto do campo. Durante os disparados, quem esperava o jogo começar entrou em pânico. Houve grito e correria. Alguns se jogaram ao chão. Outros precisaram ser medicados.

O crime chocou os moradores do condomínio, que tinham referência muito boa do cabo. “Ele era honesto, não ostentava joias nem carros do ano e gostava de ajudar as outras. Ele tinha três prazeres na vida: trabalhar no quartel, tomar uma cervejinha nas folgas com os amigos e jogar futebol”, contou a amiga Rosângela Oliveira Lessa.

Indignado com a morte do antigo subordinado, o coronel Marcus Jardim, comandante do 1º Comando de Policiamento da Capital, que já comandou o 16º BPM, ficou revoltado. “O cabo estava colocando o meião e a chuteira para entrar em campo, os bandidos o reconheceram e o executaram, sem chance de reação. O PM não pode ter mais hora de lazer que é caçado por criminosos covardes”, disse o oficial.

Frequentadores do clube, os criminosos seriam da favela do Dique, no Jardim América, e podem estar escondidos na Cidade Alta. Um dos assassinos seria um assaltante de carros que ataca motoristas na Zona Norte e aluga suas armas de um traficante do Comando Vermelho. O quinto integrante do bando de homicidas ainda não foi identificado.

Segundo amigos e parentes da vítima, traficantes de favelas próximas estavam inconformados com o fim dos bailes funk na sede do clube. Após descobrirem que o presidente da agremiação, que tomara a decisão, era um policial militar, teriam resolvido se vingar. O bando foi ao clube esperar a chegada do cabo. Quando ele colocava o meião e chuteiras, foi surpreendido pelos tiros. O caso está sendo investigado pela 27ª DP (Vicente de Carvalho).