domingo, 1 de novembro de 2009

CORONÉIS DO ESPÍRITO SANTO FAZEM HISTÓRIA.

ESTADÃO.COM
Treze coronéis do ES colocam cargos à disposição.
LUCIANA NUNES LEAL - Agencia Estado
RIO - "Treze dos 19 coronéis da Polícia Militar do Espírito Santo colocaram os cargos de comando à disposição, em protesto contra o conteúdo do livro que conta, de forma romanceada, a história do juiz Alexandre Martins de Castro Filho, assassinado em 2003 quando investigava o crime organizado no Estado. O livro "Espírito Santo" foi escrito pelo Secretário de Segurança capixaba, Rodney Miranda, pelo juiz Carlos Eduardo Lemos e pelo antropólogo Luiz Eduardo Soares.
A entrega dos cargos, na sexta-feira passada, agravou a crise iniciada cinco dias antes, quando os oficiais da PM publicaram nota de desagravo na qual diziam que "a dignidade do soldado capixaba foi vitimada de modo irresponsável e leviano pelas inverdades" contidas em Espírito Santo. No livro, os autores usam nomes fictícios para falar de militares, juízes e policiais suspeitos de envolvimento na morte de Alexandre Castro Filho que ainda respondem a processo. Os que já foram condenados têm seus nomes verdadeiros citados.
Luiz Eduardo Soares criticou ontem a iniciativa dos coronéis. "É um corporativismo patológico. Eles têm a intenção de demonstrar poder e o livro é um pretexto. É um teatro público patético, um ato político para tentar destituir o Rodney da secretaria. Não posso dizer que eles têm interesse no crime organizado porque não tenho informações sobre isso e seria uma leviandade. Há um interesse político para assumir a segurança pública", reagiu o autor.
"No livro não há acusações generalizadas, há um relato preciso dos fatos. Em respeito aos processos judiciais, evitamos citar nomes dos que não foram condenados. Seria interessante que os coronéis narrassem suas visões dos fatos", disse Soares. O antropólogo é também um dos autores do livro "Elite da Tropa", baseado em depoimentos de ex-policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) do Rio de Janeiro e que deu origem ao filme "Tropa de Elite", do cineasta José Padilha.
Porta-voz dos militares insatisfeitos, o coronel Renato Duguay afirmou que "o pensamento do autor (Luiz Eduardo) pode estar impregnado de algum sentimento dele em relação à PM". Embora tenham colocado os cargos à disposição, os coronéis, segundo Duguay, voltarão a seus postos amanhã, depois do feriado, e aguardarão a manifestação do comando-geral da Polícia Militar. "Vamos estar no nosso expediente. A honra corporativa foi violentada, não há como rever este sentimento. A dor de quem apanha não é sentida por quem bate", disse o coronel Duguay ontem.
Na semana passada, Duguay foi transferido da Diretoria de Informática da PM para um cargo de assessoramento diretamente subordinado ao secretário de Segurança. O coronel disse ter sido informado de que a decisão será revista. A remoção irritou ainda mais os militares insatisfeitos. O governo do Espírito Santo não se manifestou sobre a reação dos coronéis".
Enquanto isso, no Rio de Janeiro...
26 JAN 2008: "Essa instituição (Polícia Militar) está dando a resposta a ponto de merecer o retorno salarial? É confiável? Tem credibilidade? (Beltrame, secretário de segurança).
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
Ex-CORREGEDOR INTERNO

5 comentários:

Ana Clara disse...

Será que no Espírito Santo nenhuma dessas estórias contadas no livro era verdade??? Será que o Juiz e o Antropólogo estão inventando "fatos"...??? A verdade às vezes incomoda muito...Não é porque não se pode provar um fato que este passa a ser uma inverdade...Lembram do episódio Dilma X Secretária da Receita?...Certos assuntos devem ser debatidos sim, parece a atitude destes oficiais pms mais uma conduta corporativista desesperada...

Paulo Ricardo Paúl disse...

Grato pelo comentário.
O cerne na questão não repousa na questão ser verdadeira ou não. O problema é como expressar essa verdade. Um dos autores desse livro, Luiz Eduardo Soares, ao escrever um livro sobre a PM, disse que eram fatos reais que sofreram vertiginosas ficções. O resultado final foi que ao ler o livro o leitor é levado a acreditar que todos os PMs são criminosos.

Ana Clara disse...

Concordo, não se pode generalizar, mesmo que uma percentagem significativa dos oficiais estejam envolvidas com ilícitos!

Anônimo disse...

Aqui no Espírito Santo estamos estarrecidos com o fato do Governador Paulo Hartung ter calado a imprensa local, que só fez umas materias minimas dias depois da nota de repúdio dos 14 Coronéis, publicada no Jornal A Tribuna. Hoje só o Século Diário.com é o unico que toca no assunto diariamente. Não é a toa que o apelido de Paula Hartung é IMPEREADOR.

Paulo Ricardo Paúl disse...

No Rio de Janeiro Cabral mantém quase a totalidade da imprensa amordaçada.
isso é prática comum em regimes ditatoriais.