Os leitores do livro “Cabral contra Paúl” – Um governador contra um Coronel de Polícia (leiam) – descobriram nessa semana ao lerem o mais novo capítulo que eu durmo não durmo bem há algum tempo, aliás cabe uma correção com relação ao contido no livro online, pois na verdade comecei a dormir mal quando assumi a Chefia da 1ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar, portanto, não conheço um bom sono há mais de seis anos, com períodos breves como exceções.
Nos últimos dias tenho adquirido o hábito de olhar através da janela, pelo menos em uma das vezes que acordo ao longo da noite, como se buscasse uma resposta para tudo que acontece ao nosso redor no Rio de Janeiro e que contribui sobremaneira para impedir que eu desfrute de um sono reconfortante, um direito que deveria estar previsto no texto constitucional, diante da sua importância para a saúde física e mental.
Olho as milhares de luzes mudas e tento dormir novamente, as respostas não serão fornecidas por elas, quem sabe não sonho com elas.
As perguntas são muitas, mas posso sintetizá-las:
Por que o Estado do Rio de Janeiro, sobretudo a sua capital, se transformou em um lugar tão ruim para se viver nos últimos anos?
A cidade só tem uma coisa de maravilhosa, a natureza esplendorosa que nos cerca, nada mais.
O Rio funciona pessimamente.
Os serviços públicos são sofríveis.
Nos últimos dias tenho adquirido o hábito de olhar através da janela, pelo menos em uma das vezes que acordo ao longo da noite, como se buscasse uma resposta para tudo que acontece ao nosso redor no Rio de Janeiro e que contribui sobremaneira para impedir que eu desfrute de um sono reconfortante, um direito que deveria estar previsto no texto constitucional, diante da sua importância para a saúde física e mental.
Olho as milhares de luzes mudas e tento dormir novamente, as respostas não serão fornecidas por elas, quem sabe não sonho com elas.
As perguntas são muitas, mas posso sintetizá-las:
Por que o Estado do Rio de Janeiro, sobretudo a sua capital, se transformou em um lugar tão ruim para se viver nos últimos anos?
A cidade só tem uma coisa de maravilhosa, a natureza esplendorosa que nos cerca, nada mais.
O Rio funciona pessimamente.
Os serviços públicos são sofríveis.
O estado é sujo, jogamos o nosso lixo nas ruas, urinamos nos muros e a criminalidade pode ser vista e ouvida em cada esquina.
Famílias vivem nas ruas e dormem sob marquises, em camas de papelão.
A educação, a saúde e a segurança públicas praticamente inexistem, apesar das insistentes e caríssimas propagandas governamentais que pagamos na tentativa de convencer aos incautos de que alguma coisa funciona bem por aqui.
Os médicos ainda escolhem quem vai viver ou morrer nos hospitais; os policiais estão totalmente desequilibrados nas ruas e usando armas de guerra e nas escolas a maioria dos alunos não consegue entender o que o professor está falando.
Matamos como se os excluídos fossem moscas e eles nos matam da mesma forma, enquanto assistimos a cultura da morte ser a regra de convivência.
Condenamos gerações a viverem apenas até os 16 anos, mais ou menos.
Aceitamos que bandido bom é bandido morto, esquecendo que por sua vez os criminosos também passaram a considerar que policial bom é policial morto, o que expõe todo cidadão ao risco de morte, bastando para isso que o criminoso conclua que ele pode ser um policial.
As balas perdidas nos perseguem, a nós que não andamos em carros blindados e não possuímos centenas de seguranças.
Apesar dessa verdade, só gritamos nas ruas quando essas balas perdidas acham um parente ou um amigo nosso, enquanto isso não ocorre ficamos calados.
Vivemos em um eterno estado de alerta, o medo é nosso companheiro de toda hora.
Para piorar o quadro de abandono, excetuando-se a Zona Sul, as ruas do resto do município estão abandonadas, sem iluminação adequada e os buracos ocupam a maior parte da via pública, destruindo veículos e causando acidentes.
A cidade nunca esteve tão partida, o Leblon é o céu, o resto um grande inferno.
Madonna foi escoltada por Cabral por todos os lados, enquanto a Baixada Fluminense ficava submersa, longe dos olhos da cantora.
Paes parece fascinado com cada novo brinquedinho, sobe em elevadores para podar arvores e dirige veículos elétricos sob duas rodas da Guarda Municipal.
Talvez um dia vejamos o prefeito auxiliando na limpeza das galerias de águas pluviais e de esgoto da cidade, o que pelo menos seria útil, pois ajudaria a diminuir as inundações comuns também na capital fluminense.
O Rio de Janeiro deveria ser maravilhoso, mas está muito longe disso, o Rio está uma merda!
Até quando nós iremos tolerar isso?
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
Ex-CORREGEDOR INTERNO
A educação, a saúde e a segurança públicas praticamente inexistem, apesar das insistentes e caríssimas propagandas governamentais que pagamos na tentativa de convencer aos incautos de que alguma coisa funciona bem por aqui.
Os médicos ainda escolhem quem vai viver ou morrer nos hospitais; os policiais estão totalmente desequilibrados nas ruas e usando armas de guerra e nas escolas a maioria dos alunos não consegue entender o que o professor está falando.
Matamos como se os excluídos fossem moscas e eles nos matam da mesma forma, enquanto assistimos a cultura da morte ser a regra de convivência.
Condenamos gerações a viverem apenas até os 16 anos, mais ou menos.
Aceitamos que bandido bom é bandido morto, esquecendo que por sua vez os criminosos também passaram a considerar que policial bom é policial morto, o que expõe todo cidadão ao risco de morte, bastando para isso que o criminoso conclua que ele pode ser um policial.
As balas perdidas nos perseguem, a nós que não andamos em carros blindados e não possuímos centenas de seguranças.
Apesar dessa verdade, só gritamos nas ruas quando essas balas perdidas acham um parente ou um amigo nosso, enquanto isso não ocorre ficamos calados.
Vivemos em um eterno estado de alerta, o medo é nosso companheiro de toda hora.
Para piorar o quadro de abandono, excetuando-se a Zona Sul, as ruas do resto do município estão abandonadas, sem iluminação adequada e os buracos ocupam a maior parte da via pública, destruindo veículos e causando acidentes.
A cidade nunca esteve tão partida, o Leblon é o céu, o resto um grande inferno.
Madonna foi escoltada por Cabral por todos os lados, enquanto a Baixada Fluminense ficava submersa, longe dos olhos da cantora.
Paes parece fascinado com cada novo brinquedinho, sobe em elevadores para podar arvores e dirige veículos elétricos sob duas rodas da Guarda Municipal.
Talvez um dia vejamos o prefeito auxiliando na limpeza das galerias de águas pluviais e de esgoto da cidade, o que pelo menos seria útil, pois ajudaria a diminuir as inundações comuns também na capital fluminense.
O Rio de Janeiro deveria ser maravilhoso, mas está muito longe disso, o Rio está uma merda!
Até quando nós iremos tolerar isso?
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
Ex-CORREGEDOR INTERNO
6 comentários:
AS VERDADES DAS UPAS:Nas UPAs ("Unidades Precárias de Atendimento") mostradas na reportagem do Jornal do Brasil ninguém da equipe de publicidade apareceu para filmar. Diferentemente do comercial do Governo do Estado, onde aparece uma UPA perfeita, com médicos e atendimentos.
Segundo informou o ex-governador Garotinho na semana passada, ele recebeu uma denúncia de uma ouvinte do programa que denunciou que o comercial da UPA da televisão foi produzida por atores e o que foi mostrado não condiz com a realidades (http://amigosdogarotinho.blogspot.com/2009/11/ouvinte-denuncia-propaganda-enganosa-de.html).
Apontadas pelo governo estadual como a solução para a crise dos hospitais públicos do Rio de Janeiro, algumas Unidades de Pronto Atendimento 24h (UPAs) não garantem assistência médica em todas as especialidades anunciadas no site da Secretaria Estadual de Saúde. É o caso do tratamento ortopédico, por exemplo.
Onde não faltam médicos, a espera por um atendimento pode chegar a cinco horas. No bairro de Campo Grande (Zona Oeste), existem duas UPAs e em nenhuma delas havia pediatra ontem. Quem chegou com criança foi encaminhado para o Hospital Estadual Rocha Faria, no mesmo bairro.
Mas o pior quadro encontrado pela reportagem foi na UPA de Irajá (Zona Norte), onde também não havia pediatra. O clima era de nervosismo e pacientes acusavam médicos até de dormir durante os plantões. Um funcionário informou que apenas dois clínicos gerais estavam atendendo ontem.
Não espere um atendimento nas 22 UPAs do estado do Rio de Janeiro caso você precise de ortopedista. Apesar de o site da Secretaria Estadual de Saúde informar que as unidades prestam o serviço, isso não acontece mais por falta de especialistas.
Sempre existe aquela outra alternativa: não está satisfeito? Mude-se para outro lugar!
O ingrato na alternativa acima é a pergunta que se segue: para onde? Afinal, será só o RJ que está assim?
As UPAs são um retrato desse governo, uma verdadeira enganação.
Grato pelo comentário.
Cabral promete incorporar gratificação para policiais
Manuela Andreoni, Jornal do Brasil
RIO - Anunciada no final do mês passado, a Bolsa Olimpica (Bolsa Formação da Olimpíada) para policiais militares e civis será incorporada ao salário dos agentes. A promessa foi feita pelo governador Sérgio Cabral, em entrevista ao Jornal do Brasil, na semana passada. A gratificação será criada a partir da Bolsa Formação, que é parte do Programa Nacional de Segurança Pública (Pronasci) e consiste em uma gratificação de R$ 400 para os policiais que participarem de cursos de reciclagem e desenvolvimento. A bolsa específica para a Olimpíada, no entanto, deve começar a ser paga em 2010 e o valor ainda não foi definido pelo governo.
– Será um valor maior (que o Bolsa Formação), específico para o Rio de Janeiro, visando 2016. Depois (dos Jogos Olímpicos), isso será incorporado ao salário definitivo do PM e do policial civil. É uma gratificação, com vários critérios que a Bolsa Formação já tem hoje: cursos de reciclagem, de avaliação, para policiais civis e militares em atividade. Isso não impede que todo ano eu continue fazendo reajustes.
O assunto, segundo o governador, está sendo debatido com o ministro da Justiça.
-O ministro Tarso Genro está avaliando junto com os seus quadros técnicos e vamos apresentar (a proposta da Bolsa Formação da Olimpíada) ao presidente Lula. Isso vai requerer uma medida do presidente para melhorar o salário dos policiais do Rio de Janeiro - explicou Cabral.
O objetivo da bolsa é preparar os policiais para uma melhor atuação antes, durante e depois dos jogos de 2016.
Cerca de 80 mil benefiados
Atualmente, são cerca de 30 mil os policiais já beneficiados pela Bolsa Formação – o maior contingente do Brasil – e espera-se que mais de 49 mil profissionais cariocas sejam beneficiados com a versão da gratificação para a Olimpíada. Com o aumento do salário, o governo do estado espera amenizar a necessidade de policiais fazerem bicos.
– Se nós conseguirmos chegar a um bom salário na polícia, você muda o quadro de horários dos policiais. Você quase que dobra o efetivo sem contratar ninguém e atrai mais gente para os concursos.
22:13 - 15/11/2009
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Cel, tem um comentário falando de incorporaçao de gratificaçoes, e como ficam os inativos?, os colegas esquecem que de uma hora pra outra podem se tornar inativos e invalidos como eu depois de passar por 3 cirurgias na coluna ,por acidente em serviço, e nao poder sequer carregar uma pasta por causa do peso, de nao poder ficar sentado por longo tempo (30min)sem sentir dor, por nao poder caminhar uma quadra sem sentir dor e começar a mancar alem de perder as forças nas pernas, ainda nao uso uma bengala pois me envergonho(bobagem) ,tenho so 45 anos e era capitao a 9 anos qdo tudo isso começou, nós oficiais nunca esquecemos dos inativos sempre que reveindicamos pensamos no futuro o nos infortuinos da vida.
Obrigado
O pior é que nesse Rio de ruas esburacadas, sujas, mal iluminadas e policiais mal pagos; o prefeito "pinoquio" fez convite a Madonna para o Ano Novo 2010/2011. Dinheiro não falta, né!!!
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