quarta-feira, 8 de abril de 2009

TRISTES DIAS NO QUARTEL DOS BARBONOS (1).

BLOG SANTA BÁRBARA E REBOUÇAS - GUSTAVO DE ALMEIDA.
Quarta-feira, 8 de Abril de 2009

A DITADURA DO VOTO.
O blog Repórter do Crime, do jornalista Jorge Antônio Barros, traz hoje uma seríssima denúncia. Uma jornalista de O Globo, das melhores do Brasil na área de Segurança Pública, e conhecidíssima por todos, foi retirada na manhã de hoje do quartel-general da PM do Rio. Contra sua vontade, em vez de ser recebida dignamente — o que deveria acontecer, tanto pelo prestígio pessoal quanto pelo prestígio de O Globo — foi conduzida para fora sob escolta. A pretexto de “razões de segurança”. Tal medida é de tal gravidade que nos corredores da Assembléia Legislativa na manhã desta quarta-feira se fala em um mal-estar crescente em alguns gabinetes contra o atual comando da PM. Em um destes gabinetes, o do deputado Flavio Bolsonaro (PP), se prepara um discurso duríssimo para ser proferido na tarde desta quarta no plenário. Ao que parece, estamos vivendo uma Ditadura do Voto, aquilo que antes se chamava de populismo, só que com viés mais cruel e ilegal. Tudo é permitido, grassa a impunidade e o descalabro, em nome do “temos votos”. Oficiais são presos por expressarem opiniões, enquanto o secretário em pessoa defende uma prática errada usando exemplos de outras idem. Que se punissem todos os ex-comandantes da PM, mas que jamais se usasse o erro deles (é CONTRA A LEI receber auxílio-moradia e morar em prédio do Estado) para justificar o atual — e de alguém que nunca foi comandante-geral.Licitações suspeitas, uso de X-9 em delegacia, terceirizações questionadas, nada disso tem importância. Hoje, é fato corrente que há um oficial prestes a ser promovido ao último posto da carreira que esteve na lista do bicho, aquela onde aparece o então capitão Álvaro Lins, hoje ex-deputado. Mas que importa? “Nós temos votos”. A impressão que se tem é que voto serve para dar legitimidade ao ilegal. É uma espécie de anti-estadismo. Quando a PM expulsa uma jornalista, é porque não quer ninguém lá dentro para observar. E, afinal, o que poderia ser observado dentro da PM que não pode ser publicado? Em que polícia do mundo há práticas que têm de ser feitas necessariamente entre quatro paredes? Não me venham falar, por favor, em correição ou inteligência. Porque correição deve ser, sim, transparente. E inteligência não é o objetivo da PM. A PM existe para fazer polícia. Para dar segurança, para viabilizar a Cidade e a Urbanidade. Para ser exemplo da sociedade e dos filhos dos cidadãos. Fora isso, é jogo de cena e joguete nas mãos de políticos.
Gustavo de Almeida.
P.S. - Minha solidariedade à jornalista de O Globo, cujo nome só não revelo porque não pedi antes autorização.

PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
CORONEL BARBONO