Cidadão fluminense, convido você a aproveitar uma das raras vantagens de morar em um mundo encantado, o Reino do Faz de Conta do Brasil, a possibilidade de sonhar, alternar a realidade com a fantasia.
Feche os olhos, imagine que você viva no mundo civilizado, agora abra os olhos, pronto.
Ontem, o seu médico disse que você precisava realizar um exame de ressonância magnética, exame que agendou através da internet, logo ao chegar a casa e hoje, irá realizar o solicitado.
O hospital é amplo, os atendentes educados e a aparelhagem de última geração. Na hora agendada, você realiza o exame e poucos minutos depois, deixa o local com o original do exame, sendo que uma cópia foi encaminhada para o médico solicitante pela grande rede.
Logo, você estará curado!
Cidadão fluminense, mais uma vez, feche os olhos, imagine que você vive no Iraque e que um médico de um posto de saúde pública tenha solicitado o mesmo exame, isso há cinco meses atrás.
Hoje, após três ou quatro idas a um hospital distante, você conseguiu agendar e irá realizar o aguardado exame de ressonância.
Ia, a “máquina tá quebrada” e você terá que voltar quinze dias depois.
Faça o tempo voar na sua fantasia, feche e abra os olhos, e após os quinze dias, você está de volta ao hospital.
A confusão é grande, gente por todo canto, macas repletas de pacientes que agonizam em corredores, aguardando atendimento, enquanto, os poucos médicos e enfermeiros tentam contornar o caos, escolhendo quem vai para a única vaga disponível no CTI.
Quem não vai, sai da fantasia.
O prédio parece ter sido alvo de bombardeiros, tamanha a má conservação.
O esforço dos médicos e enfermeiros é heróico.
Após algumas horas, finalmente, você é atendido por uma enfermeira de boa vontade, que lhe entrega um questionário para ser preenchido e lhe empresta a própria caneta, recomendando que não a perca, pois é a única.
Ao chegar à quinta pergunta, você se assusta!
Pergunta 5) Você já teve algum ferimento causado por objetos metálicos ou por algum corpo estranho (balas de revólver, estilhaços metálicos, etc.).
Você vive em uma guerra, não deveria se espantar, considerando os confrontos armados de todo instante e as terríveis balas perdidas, todavia, fica incomodado a tal ponto que sai do mundo da fantasia e entra no mundo real, o Iraque é aqui e agora, você está na rede pública de saúde do Estado do Rio de Janeiro.
Cidadão fluminense, por que nos tratam tanto mal e por que não valorizam os funcionários públicos, responsáveis por cuidar de nós, neste Estado de natureza tão bela?
Não sei, quem sabe não falte a tal “vontade política”, tendo em vista que servir à população não parece prioridade governamental.
A enfermeira pede a caneta de volta e você vai para a fila de espera, torcendo “prá máquina não quebrar”.
Caro leitor, hoje eu compareci a um laboratório de uma das maiores redes de exames do Brasil e fiquei espantado com a atualidade do questionário que me foi apresentado.
Lá estava a pergunta:
Pergunta 5) Você já teve algum ferimento causado por objetos metálicos ou por algum corpo estranho (balas de revólver, estilhaços metálicos, etc.).
Indubitavelmente, eles precisam saber se o paciente não foi vítima de projétil de arma de fogo, nessa terra onde os confrontos armados ocorrem em vias públicas e as balas perdidas ceifam vidas, onde a tática (não chame de política, isso é erro crasso) de segurança é o confronto armado.
Perfeito, a preocupação é mais do que pertinente.
O Iraque é o Rio de Janeiro, o Rio de Janeiro é o Iraque, onde ocorrem mais homicídios do que em anos de guerras pelo mundo.
Finalizo, com um questionamento, por favor, quem souber responda:
- Será que no Iraque um policial ganha o equivalente a R$ 30,00 por dia para arriscar a sua própria vida?
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
CORONEL BARBONO
Feche os olhos, imagine que você viva no mundo civilizado, agora abra os olhos, pronto.
Ontem, o seu médico disse que você precisava realizar um exame de ressonância magnética, exame que agendou através da internet, logo ao chegar a casa e hoje, irá realizar o solicitado.
O hospital é amplo, os atendentes educados e a aparelhagem de última geração. Na hora agendada, você realiza o exame e poucos minutos depois, deixa o local com o original do exame, sendo que uma cópia foi encaminhada para o médico solicitante pela grande rede.
Logo, você estará curado!
Cidadão fluminense, mais uma vez, feche os olhos, imagine que você vive no Iraque e que um médico de um posto de saúde pública tenha solicitado o mesmo exame, isso há cinco meses atrás.
Hoje, após três ou quatro idas a um hospital distante, você conseguiu agendar e irá realizar o aguardado exame de ressonância.
Ia, a “máquina tá quebrada” e você terá que voltar quinze dias depois.
Faça o tempo voar na sua fantasia, feche e abra os olhos, e após os quinze dias, você está de volta ao hospital.
A confusão é grande, gente por todo canto, macas repletas de pacientes que agonizam em corredores, aguardando atendimento, enquanto, os poucos médicos e enfermeiros tentam contornar o caos, escolhendo quem vai para a única vaga disponível no CTI.
Quem não vai, sai da fantasia.
O prédio parece ter sido alvo de bombardeiros, tamanha a má conservação.
O esforço dos médicos e enfermeiros é heróico.
Após algumas horas, finalmente, você é atendido por uma enfermeira de boa vontade, que lhe entrega um questionário para ser preenchido e lhe empresta a própria caneta, recomendando que não a perca, pois é a única.
Ao chegar à quinta pergunta, você se assusta!
Pergunta 5) Você já teve algum ferimento causado por objetos metálicos ou por algum corpo estranho (balas de revólver, estilhaços metálicos, etc.).
Você vive em uma guerra, não deveria se espantar, considerando os confrontos armados de todo instante e as terríveis balas perdidas, todavia, fica incomodado a tal ponto que sai do mundo da fantasia e entra no mundo real, o Iraque é aqui e agora, você está na rede pública de saúde do Estado do Rio de Janeiro.
Cidadão fluminense, por que nos tratam tanto mal e por que não valorizam os funcionários públicos, responsáveis por cuidar de nós, neste Estado de natureza tão bela?
Não sei, quem sabe não falte a tal “vontade política”, tendo em vista que servir à população não parece prioridade governamental.
A enfermeira pede a caneta de volta e você vai para a fila de espera, torcendo “prá máquina não quebrar”.
Caro leitor, hoje eu compareci a um laboratório de uma das maiores redes de exames do Brasil e fiquei espantado com a atualidade do questionário que me foi apresentado.
Lá estava a pergunta:
Pergunta 5) Você já teve algum ferimento causado por objetos metálicos ou por algum corpo estranho (balas de revólver, estilhaços metálicos, etc.).
Indubitavelmente, eles precisam saber se o paciente não foi vítima de projétil de arma de fogo, nessa terra onde os confrontos armados ocorrem em vias públicas e as balas perdidas ceifam vidas, onde a tática (não chame de política, isso é erro crasso) de segurança é o confronto armado.
Perfeito, a preocupação é mais do que pertinente.
O Iraque é o Rio de Janeiro, o Rio de Janeiro é o Iraque, onde ocorrem mais homicídios do que em anos de guerras pelo mundo.
Finalizo, com um questionamento, por favor, quem souber responda:
- Será que no Iraque um policial ganha o equivalente a R$ 30,00 por dia para arriscar a sua própria vida?
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
CORONEL BARBONO
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