A amiga Maria Christina há alguns dias perguntou-me se eu estava passando para a extrema direita, considerando os emails que ela estava recebendo do Grupo Guararapes.
Tranquilizei a amiga, afirmando que por natureza, sou contra qualquer extremismo, possua a tendência que possuir.
Entretanto, acredito por inteiro que a discussão de qualquer tema, sempre trará resultados positivos, tendo em vista que podemos identificar e utilizar o melhor de cada linha de raciocínio (a síntese).
Sou a favor da democracia, como forma de governo.
Sou contra todo e qualquer autoritarismo.
Creio que só os homens, juntos, podem construir uma sociedade justa, ordeira, igualitária e progresista.
Assim sendo, não sou refratário a nenhuma linha, apenas não aceito ser conduzido em nenhuma direção, que eu não considere a mais adequada para o bem estar social.
Preciso ser convencido, só assim, diante de argumentos concretos, sigo um caminho que antes não imaginava.
Leio os textos do Grupo Guararapes e absorvo valores positivos de patriotismo, algo que anda raro nestas terras brasileiras.
Não prego a retomada do poder pelos militares, ao contrário, prego a manutenção da democracia a todo custo, o que não significa dizer que estou satisfeito com a "democracia brasileira".
Eis o cerne da questão, ainda não vivemos em uma democracia.
Ao escrever que os militares deveriam determinar que os corneteiros realizassem os seus toques, na entrada dos portão das armas, de modo que todos pudessem ouvir, estou primando pela manutenção da democracia. Aliás, talvez o mais correto seria escrever:
- Estou desejando a implantação da democracia no Brasil!
Isso, como sabem os leitores dessas linhas, eu afirmo que vivemos em um conjunto de oligarquias, não em uma democracia.
Não devemos confundir a possibilidade de votar com democracia, considerando, por exemplo, que nem todos tem liberdade para votar.
O voto de cabresto não é uma peculiaridade do coronelismo nordestino, atualmente, no Rio de Janeiro, centenas de milhares de cidadãos fluminenses, votam segundo a vontade de senhores feudais contemporâneos.
No Rio existem várias comunidades que não pertencem ao Estado Brasileiro, que possuem as suas próprias "leis" e os seus próprios "governantes".
O que significa que o "governo do povo", no Rio de Janeiro, na verdade, não passa do governo de grupos, grupos de interesses.
Quem não se recorda da importância das milícias para a eleição dos candidatos oriundos da área de segurança pública?
O Globo publicou uma matéria histórica sobre o assunto.
Pergunto, será que as milícias foram devidamente reprimidas, no período pré-eleitoral?
Respondo: NÃO!
Como chamar essa realidade de democracia.
Uma democracia onde votam analfabetos (completos) e uma quantidade gigantesca de analfabetos funcionais (70%).
Então, o governo do povo é aquele constituído por quem representa os que não sabem ler, ou, embora sabendo ler, não conseguem interpretar o que leram?
Nós ainda estamos distantes de um regime democrático e de um estado democrático de direito.
Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário produzem escândalos com tamanha rapidez, que chegamos a pensar que eles brotam por geração espontânea.
Isso não é estado democrático de direito.
A própria liberdade não existe em sua plenitude, permitindo que possamos exercer os nossos direitos constitucionais.
Só permitem que utilizemos os direitos que eles acham convenientes.
Um exemplo claro ocorreu no Rio de Janeiro, onde os Coronéis Barbonos e os 40 da Evaristo, foram e estão sendo vítimas do mais puro autoritarismo.
Ratifico, a democracia é a melhor forma de governo, porém ela precisa que existam alguns pressupostos para crescer e prosperar.
O povo, em nome do qual se governa, deve ter acesso à educação pública de qualidade, para que possa compreender a importância do voto e ainda, conhecer em quem vota.
Votos não podem ser trocados pelo assistencialismo populista, isso não é democracia, uma "chuva de bolsas".
E, voltando ao corneteiro, o som das cornetas deve amedrontar esses políticos corruptos de todos os cantos, de todas as horas e de todas as matizes.
A corrupção destrói a democracia.
Eles precisam ter medo de serem presos e terem seus bens (+ ascendentes e descendentes diretos) confiscados.
Por derradeiro, defendo a democracia, a democracia que ainda estamos construindo (falta muito), sendo essa a razão de gritar que estamos perdendo as saídas democráticas para acabar com essa corrupção endêmica.
O mensalão deveria ter significado o IMPEACHMENT do Presidente Lula, nós deixamos a caravana passar.
Se continuarmos assim, não haverá alternativa, teremos que defender a democracia com a ponta do SABRE!
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
CORONEL BARBONO
2 comentários:
Sr.Cel Paúl:
Realmente fiquei um tanto assustada ao ler os textos do Grupo Guararapes... Enfim, não faziam parte do meu cotidiano!
Como sou intrometida, não me contive e perguntei sobre o seu posicionamento político.
Ah! Melhor assim...
Meu amigo nunca me deixou com nenhuma dúvida. Ele é desse modo: Pá, Pum!
Fiquei bem satisfeita com a resposta, e hoje em dia leio com bastante interesse tudo o que o Grupo Guararapes me envia, mantendo a mesma postura que costumo ter com a palavra dos Religiosos: absorvo o que me toca a alma e o que achar que não me cabe, deixo de lado...
Aprendi a tirar o melhor das oportunidades que surgem: ler o que o Guararapes escreve, é uma ótima oportunidade para reflexão.
Fico no interior e, sendo assim, visualizo bem de perto o "voto de cabresto".
Eu que sempre vivi em meio a Militares, hoje sei bem, o que é o "Coronelismo" no interior deste Brasil! Uma vergonha! Nada tem haver com a hierarquia militar.
Brasil Democrático?
Não! Não conseguimos ainda a Democracia.
Democracia não se faz somente, com Passeatas autorizadas a favor da Legalização das Drogas.
Democracia não é desfilar sobre carro alegórico de Passeata de Orgulho Gay.
Democracia não é fazer Baile para Idosos...
Entendo como Estado Democrático, aquele que consegue dar Educação, Trabalho, Saúde para toda a população, e resguarda assim, o direito a voto e livre expressão!
Desta forma, em plena Democracia poderíamos ter tratamento terapêutico e ambulatorial para a Drogadição.
O Orgulho Gay não precisaria de passeatas com Políticos, afinal Gays ou Heteros são cidadãos que pagam impostos. Ou não é assim?
- Quando consumimos um produto ou vamos pagar IPTU,IPVA,IR,etc., ninguém pergunta - como fazemos sexo? - para fins de abatimento...
Somos todos iguais! Seríamos apenas Cidadãos! Seríamos...
E a terceira idade?
Ah!(estou quase lá). Esta se organizaria sem pires na mão, uma vez que percebendo uma aposentadoria digna, não correria o risco de morrer nas filas dos Postos de Saúdes e Hospitais, como acontece hoje.
Neste momento está acontecendo! Tenha certeza!
Como aconteceu com meu Pai no Hospital Salgado Filho: - Muito bem atendido pelo CBMERJ, mas depois? E lá dentro?
Vergonha!
A Enfermaria onde se encontrava, parecia mais um campo de feridos em guerra, amontoados, sujos, esperando "Médicos sem Fronteiras".
Cheguei tarde, porém a tempo de ver o descaso com a Saúde, com a população, enfim, com o SER HUMANO!
Não estamos em um ESTADO DEMOCRÁTICO!
Estamos em um País que distribui "Vales" da mesma forma que se faz com nações em Guerra Civil.
Mas apesar da aparente tranquilidade com que os inescrupulosos passeiam por nossa dignidade, nós o POVO - creio nisso - não aguentaremos por muito mais tempo!
Não quero o "sabre": continuo acreditando em palavras!
Obrigado meu amigo!
CHRISTINA ANTUNES FREITAS
Cel Paúl: a democracia pressupõe a convivência dos opostos, portanto ser de "extrema direita", assim como "de centro" ou de "extrema esquerda" não são incompatíveis com uma Democracia. O "pensamento único", o totalitarismo, estes sim são incompatíveis.
Outra coisa que a maioria das pessoas confunde são os conceitos de "direita", "militares", "liberais" e "esquerda".
Quem é MILITAR não é necessariamente "de direita", tampouco ser "liberal" é ser "de esquerda".
Na verdade falta muito esclarecimento, conhecimento mesmo, a nossa sociedade para digerir tais conceitos.
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