quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

UPPs: UMA SOLUÇÃO OU UM ACORDO?

A continuidade da venda de drogas nas comunidades "pacificadas", como alguns setores da mídia denunciam, sugere que as Unidades de Polícia Pacificadora precisam ser melhor avaliadas.
Nós estamos assistindo a uma "solução" ou a um acordo?
Tal análise é fundamental para que a população não seja enganada.
Obviamente, nunca comprovaremos a existência de um acordo, isso é impossível.
Imagine se encontraremos uma prova técnica como um vídeo do governo negociando com traficantes de drogas em uma mesa redonda?
Temos que analisar os fatos visíveis, o contexto.
Prezado leitor, você lembra quando órgãos da mídia chegaram a denunciar a existência de um acordo do governo com os traficantes de drogas para que fossem realizadas as obras do PAC no Complexo do Alemão?
Alguém comprovou a existência do acordo?
Não, mas as obras seguiram normalmente e tanto a Polícia Militar, quanto a Polícia Civil, não realizaram nenhuma operação no Complexo durante o período das obras.
Por que as polícias agiram assim?
Quem mandou interromper as operações?
No caso das UPPs, não podemos esquecer que o tráfico de drogas é um comércio que visa o lucro, portanto, se os traficantes continuam vendendo drogas e sem precisar cuidar da segurança das bocas de fumo (pagando soldados e comprando fuzis, granadas, munições e pistolas), obviamente, estão gastando menos e PODEM estar lucrando normalmente, portanto, não teriam interesse em resistir à ocupação.
O que está ocorrendo no Complexo do Alemão, onde a venda de drogas teria voltado com força, sugere uma situação idêntica a vivenciada nas UPPs.
Além desses dados, temos que considerar as declarações de Beltrame, secretário de segurança, que incontáveis vezes tem dito que o objetivo das UPPs não é acabar com o tráfico de drogas.
A esse fato, somar outro, o aviso prévio que o próprio governador dá aos traficantes das comunidades que serão ocupadas.
E, a saída pacífica dos traficantes com suas armas.
Eles NUNCA são presos.
Certamente, o governo do Rio pode desmentir a possibilidade do acordo, combatendo diuturnamente o tráfico de drogas nas comunidades "pacificadas", impedindo a venda de drogas e causando um prejuízo ao tráfico, que seria descapitalizado.
Enquanto a vida seguir pelos caminhos atuais, ficará sempre a dúvida sobre a existência de um acordo, no sentido de que o governo ocuparia algumas comunidades (não ocupou nem 5% das existentes) e a venda de drogas continuaria de forma discreta.
Por derradeiro, não podemos esquecer que já existe uma fortíssima evidência sobre a existência de um acordo com relação ao JOGO DOS BICHOS, um ilícito que funciona ostensivamente em cada esquina do Rio de Janeiro.
Se um pode ter sido feito, porque não dois.
Coronel, os incêndios em veículos, como explicar?
Não seria uma reação dos traficantes, como o governo anunciou?
Isso é tema para outro artigo.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO

2 comentários:

Ricardo Oscar Vilete Chudo disse...

Pairam muitas duvidas sobre as UPPs. na Vila Cruzeiro, por exemplo, o tráfico continua rolando solto, nos entornos da comunidade podem ser vistos a grande quantidade de invólucros de drogas usados, apontando para o grande consumo que existe no local. A UPP é um grande negócio para o traficante, que além do seu comércio, lucra ainda com a redução do efetivo para a segurança dos pontos de venda, já que o próprio Estado faz esta segurança e, com mão de obra bem mais barata, que são os policiais militares.

Alexandre, The Great disse...

Não tenho dúvidas que foi um acordo. E que "acordão$$$"!