
SITE G1: "Máfia dos caça-níqueis usava selo como alvará para comerciantes
Segundo a polícia, quadrilha cobrava mensalidade para uso de máquinas.
Moisés, presidente da Unidos de Vila Isabel, foi detido em casa.
Aluízio Freire Do G1, no Rio
A quadrilha da máfia dos caça-níqueis usava selos que funcionavam como alvará para comerciantes utilizarem as máquinas em seus estabelecimentos. A prática serviu de inspiração para batizar a Operação Alvará, da Policia Federal, desencadeada nesta terça-feira (13).
A ação resultou na prisão do principal alvo da ação de combate a uma quadrilha de exploração de caça-níqueis, o presidente da escola de samba Unidos de Vila Isabel, Wilson Vieira Alves, conhecido como Moisés. Ele foi detido em casa em Copacabana, na Zona Sul do Rio.
Além de Moisés, oito policiais, entre eles um major da PM, também foram presos. Dos 29 mandados de prisão expedidos pela 4ª Vara Federal de Niterói, já foram cumpridos 24 até o fim da tarde desta terça-feira, segundo a PF. Outros 42 mandados são de busca de apreensão.
Os policiais estiveram ainda no escritório de Aílton Guimarães Jorge, o capitão Guimarães, no bairro do Ingá, em Niterói. Os agentes apreenderam documentos, computadores e agendas. Guimarães já foi investigado e preso na Operação Hurricane, quando outros bicheiros do Rio foram presos.
Militar reformado - ele foi sargento do setor de informação da Brigada de Infantaria Paraquedista-, Moisés chegou à Vila Isabel em meados de 2004 por intermédio do ex-presidente da Liesa Ailton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães. Através do padrinho, em pouco tempo alcançou a presidência da escola.
Policiais intimidavam comerciantes
De acordo com o superintendente da PF no Rio, Ângelo Gioia, Moisés atuava em Niterói e São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, utilizando policiais para controlar a venda de selos para comerciantes, o que funcionava como uma espécie de alvará da quadrilha.
Esses selos eram trocados mensalmente sob a pressão dos policiais para que os comerciantes pagassem em dia. De acordo com o delegado Marcos Aurélio Costa de lima, que comandou a operação em Niterói, cada selo custava cerca de R$ 200.
Segundo a investigação, além de agirem como grupo de intimidação aos comerciantes, os policiais também vendiam informações sobre as operações da polícia.
Polícia apreendeu R$ 386 mil em dinheiro
Na operação foram apreendidos R$ 386 mil, duas pistolas e um revólver. Entre os presos estão também dois dos principais articuladores da quadrilha: um maquineiro, responsável pela distribuição das máquinas, José Alfredo Vilas Boas Filho, conhecido como Alfredinho; e um policial civil, Lúcio Teixeira Tibau. Um outro policial militar, que seria o chefe de segurança de Moisés, está foragido.
Alguns dos presos, segundo a polícia, tem participação na diretoria da Vila Isabel. Eles vão responder por contrabando, formação de quadrilha extorsão e corrupção.
PF diz que ação não tem relação com atentado
A Polícia Federal negou que a ação, deflagrada em Niterói, tenha qualquer relação com o atentado ao bicheiro Rogério Andrade, na semana passada. A polícia investiga se o ataque ao bicheiro, que resultou na morte de seu filho, de 17 anos, teria partido de aliados numa espécie de "golpe de estado".
A PF também não quis comentar se outros bicheiros do Rio também são alvo da mesma investigação, que teria começado há mais de um ano.
No entanto, desde 2008 o Ministério Público estadual investiga uma disputa por pontos de máquinas caça-níqueis que teria gerado uma guerra entre Moisés e o presidente da Viradouro, Marco Antônio Lira de Almeida, o Marquinhos Lira.
Na época, a 4ª Promotoria de Investigação Penal (PIP) chegou a pedir a convocação de Moisés, capitão Guimarães e Antônio Petrus Kalil, o Turcão, no inquérito sobre um atentado a tiros que Lira sofreu em janeiro de 2008, em Niterói.
“No momento em que a gente vê o carro de um bicheiro explodir em plena via pública, isso confirma a participação desses banqueiros com o crime. É preciso que a sociedade seja chamada a uma reflexão. As pessoas não tem que entender esse jogo como uma coisa lúdica. É uma atuação nefasta, que movimenta milhões e, com a corrupção de agentes públicos, alimenta outras práticas criminosas”, disse Gioia".
JUNTOS SOMOS FORTES! Moisés, presidente da Unidos de Vila Isabel, foi detido em casa.
Aluízio Freire Do G1, no Rio
A quadrilha da máfia dos caça-níqueis usava selos que funcionavam como alvará para comerciantes utilizarem as máquinas em seus estabelecimentos. A prática serviu de inspiração para batizar a Operação Alvará, da Policia Federal, desencadeada nesta terça-feira (13).
A ação resultou na prisão do principal alvo da ação de combate a uma quadrilha de exploração de caça-níqueis, o presidente da escola de samba Unidos de Vila Isabel, Wilson Vieira Alves, conhecido como Moisés. Ele foi detido em casa em Copacabana, na Zona Sul do Rio.
Além de Moisés, oito policiais, entre eles um major da PM, também foram presos. Dos 29 mandados de prisão expedidos pela 4ª Vara Federal de Niterói, já foram cumpridos 24 até o fim da tarde desta terça-feira, segundo a PF. Outros 42 mandados são de busca de apreensão.
Os policiais estiveram ainda no escritório de Aílton Guimarães Jorge, o capitão Guimarães, no bairro do Ingá, em Niterói. Os agentes apreenderam documentos, computadores e agendas. Guimarães já foi investigado e preso na Operação Hurricane, quando outros bicheiros do Rio foram presos.
Militar reformado - ele foi sargento do setor de informação da Brigada de Infantaria Paraquedista-, Moisés chegou à Vila Isabel em meados de 2004 por intermédio do ex-presidente da Liesa Ailton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães. Através do padrinho, em pouco tempo alcançou a presidência da escola.
Policiais intimidavam comerciantes
De acordo com o superintendente da PF no Rio, Ângelo Gioia, Moisés atuava em Niterói e São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, utilizando policiais para controlar a venda de selos para comerciantes, o que funcionava como uma espécie de alvará da quadrilha.
Esses selos eram trocados mensalmente sob a pressão dos policiais para que os comerciantes pagassem em dia. De acordo com o delegado Marcos Aurélio Costa de lima, que comandou a operação em Niterói, cada selo custava cerca de R$ 200.
Segundo a investigação, além de agirem como grupo de intimidação aos comerciantes, os policiais também vendiam informações sobre as operações da polícia.
Polícia apreendeu R$ 386 mil em dinheiro
Na operação foram apreendidos R$ 386 mil, duas pistolas e um revólver. Entre os presos estão também dois dos principais articuladores da quadrilha: um maquineiro, responsável pela distribuição das máquinas, José Alfredo Vilas Boas Filho, conhecido como Alfredinho; e um policial civil, Lúcio Teixeira Tibau. Um outro policial militar, que seria o chefe de segurança de Moisés, está foragido.
Alguns dos presos, segundo a polícia, tem participação na diretoria da Vila Isabel. Eles vão responder por contrabando, formação de quadrilha extorsão e corrupção.
PF diz que ação não tem relação com atentado
A Polícia Federal negou que a ação, deflagrada em Niterói, tenha qualquer relação com o atentado ao bicheiro Rogério Andrade, na semana passada. A polícia investiga se o ataque ao bicheiro, que resultou na morte de seu filho, de 17 anos, teria partido de aliados numa espécie de "golpe de estado".
A PF também não quis comentar se outros bicheiros do Rio também são alvo da mesma investigação, que teria começado há mais de um ano.
No entanto, desde 2008 o Ministério Público estadual investiga uma disputa por pontos de máquinas caça-níqueis que teria gerado uma guerra entre Moisés e o presidente da Viradouro, Marco Antônio Lira de Almeida, o Marquinhos Lira.
Na época, a 4ª Promotoria de Investigação Penal (PIP) chegou a pedir a convocação de Moisés, capitão Guimarães e Antônio Petrus Kalil, o Turcão, no inquérito sobre um atentado a tiros que Lira sofreu em janeiro de 2008, em Niterói.
“No momento em que a gente vê o carro de um bicheiro explodir em plena via pública, isso confirma a participação desses banqueiros com o crime. É preciso que a sociedade seja chamada a uma reflexão. As pessoas não tem que entender esse jogo como uma coisa lúdica. É uma atuação nefasta, que movimenta milhões e, com a corrupção de agentes públicos, alimenta outras práticas criminosas”, disse Gioia".
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
Ex-CORREGEDOR INTERNO
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