A nossa luta por cidadania para os Policiais e Bombeiros Militares acabou no Rio de Janeiro?
Não, posso garantir, pois continuaremos lutando até alcançarmos os nossos objetivos, sendo os principais a questão da equiparação com os salários do Distrito Federal, o respeito aos nossos direitos de cidadão brasileiro – inclusive os direitos trabalhistas - e a concessão de adequadas condições de trabalho.
A nossa luta em prol da PEC 300 acabou no Brasil?
Penso que não, embora não possa deixar de reconhecer que atravessamos um período de enormes dificuldades, diante da postura da base governista da Câmara dos Deputados com relação à votação da emenda aglutinativa 1/2010 (PEC 300 e PEC 446), no sentido de não concluir a votação em primeiro turno. Além disso, estamos em um momento de desmobilização em vários estados da federação, inclusive no Rio de Janeiro.
O fato de não termos deflagrado a Operação Tolerância Zero, no dia 23, como preconizou a FREMIL, enfraqueceu muito os deputados da frente, pois ficou claro que eles não possuem a capacidade de mobilizar os Policiais e os Bombeiros, mais uma vez, como ocorreu na nossa primeira ida para Brasília. A nossa omissão certamente funcionará contra nós e temos que ter o equilíbrio para discutirmos os nossos próximos passos, tanto nos estados, quanto com relação ao deslocamento de caravanas para a capital federal.
Tenho escrito que não podemos abandonar a luta nos estados, onde podemos pressionar governadores, deputados federais e estaduais, pois todos recebem votos nos seus estados. Mobilizar no próprio estado significa ter menos custos e ter a maior possibilidade de contaminar a tropa através da ação dos mobilizados. Infelizmente, a vontade de viajar para Brasília, na ânsia de estar presente na celebração da conquista, acabou superando o bom senso e trazendo o amargor das derrotas.
O momento atual é de ação, porém, também de reflexão. Refazer estratégias, analisar acertos e erros, não para encontrar culpados, mas para descobrir as alternativas que nos conduzam as soluções para os resultados que pretendemos. Inúmeras vezes escrevi que não podemos combater em apenas uma frente, precisamos diversificar as nossas ações, fortalecendo os nossos aliados e enfraquecendo os nossos inimigos.
Nessa direção tenho agido e continuarei a fazê-lo, pois acredito que essa estratégia seja a mais efetiva na luta por cidadania, uma luta muito mais ampla.
Não criamos o “Movimento Fora Cabral!”, todavia incluímos ações na direção desse movimento na nossa conduta, pois identificamos o governador do Rio como um inimigo da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, tanto que nunca ombreou conosco, nunca disse uma única palavra favorável ao nosso esforço, ao contrário, perseguiu os Oficiais e Praças que lutavam por cidadania em 2007/2008.
Ontem, passei parte do dia vestindo uma camisa “Fora Cabral”. Não tive qualquer problema, fiz tudo que planejei e com certeza levei a mensagem para algumas pessoas. Fácil, barato e eficiente.
Temos ombreado com todos os movimentos que consideramos justos, como a luta dos demitidos do SAMU e da ex-Varig, pois temos que unir forças para que possamos criar verdadeiras mobilizações sociais que movimentem grande parte da população fluminense, só assim o povo vencerá. Os atos realizados pelo MUSPE e pela ONG Rio de Paz também contaram com a nossa presença ao longo desses quase quatro anos. Penso que agindo assim acabamos por conquistar simpatizantes para a nossa própria luta e ainda construímos uma nova imagem dos Policiais Militares para os integrantes desses movimentos, com a nossa postura cidadã.
Apoiamos o movimento Sou Bombeiro, o primeiro movimento organizado com objetivos políticos realizado no Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro. Tenho certeza que a mobilização será vitoriosa e que serão eleitos um deputado federal e um deputado estadual pelos Bombeiros Militares, isso no mínimo.
Urge que a Polícia Militar caminhe pela mesma estrada, caso pretenda ficar novamente de pé.
A nossa força política é a nossa própria mobilização, mas precisamos colocar os heróis nas casas legislativas nas próximas eleições, para que possamos pensar maior em 2014.
Iniciaremos uma nova frente de luta na busca pela cidadania, vamos “enfrentar” o maior inimigo da mobilização dos Policiais Civis e Militares, a corrupção policial. Não tenho dúvida de que o envolvimento com práticas ilícitas afasta das nossas mobilizações um número considerável de policiais, que parecem não se preocuparem com salários. Não lutaremos contra pessoas, na verdade tentaremos cobrar posturas das instituições policiais, da SESEG e do governo estadual. O nosso tema inicial será a omissão no combate ao “jogo dos bichos”, que tanto malefício acarreta para a Polícia Civil e para a Polícia Militar, recentemente desmoralizadas em duas operações da Polícia Federal no Rio de Janeiro.
Amanhã, estaremos em frente ao Quartel General da Polícia Militar, entre às 11:00 e às 13:00 horas, horário de grande movimento de pessoas que saem do trabalho para almoçar. Na terça-feira, estaremos próximos à SESEG, no acesso principal de passageiros da Central do Brasil, entre às 16:00 e às 18:00 horas e na quarta-feira, estaremos nas proximidades da Chefia da Polícia Civil, entre às 11:00 e às 13:00 horas.
Eis um novo campo de batalha na luta por cidadania para todos nós.
Divulgue e participe dos nossos atos cívicos, não importa quem os esteja organizando, a nossa omissão e a nossa divisão só fortalecem aos nossos inimigos e eles não são poucos.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
Ex-CORREGEDOR INTERNO
Não, posso garantir, pois continuaremos lutando até alcançarmos os nossos objetivos, sendo os principais a questão da equiparação com os salários do Distrito Federal, o respeito aos nossos direitos de cidadão brasileiro – inclusive os direitos trabalhistas - e a concessão de adequadas condições de trabalho.
A nossa luta em prol da PEC 300 acabou no Brasil?
Penso que não, embora não possa deixar de reconhecer que atravessamos um período de enormes dificuldades, diante da postura da base governista da Câmara dos Deputados com relação à votação da emenda aglutinativa 1/2010 (PEC 300 e PEC 446), no sentido de não concluir a votação em primeiro turno. Além disso, estamos em um momento de desmobilização em vários estados da federação, inclusive no Rio de Janeiro.
O fato de não termos deflagrado a Operação Tolerância Zero, no dia 23, como preconizou a FREMIL, enfraqueceu muito os deputados da frente, pois ficou claro que eles não possuem a capacidade de mobilizar os Policiais e os Bombeiros, mais uma vez, como ocorreu na nossa primeira ida para Brasília. A nossa omissão certamente funcionará contra nós e temos que ter o equilíbrio para discutirmos os nossos próximos passos, tanto nos estados, quanto com relação ao deslocamento de caravanas para a capital federal.
Tenho escrito que não podemos abandonar a luta nos estados, onde podemos pressionar governadores, deputados federais e estaduais, pois todos recebem votos nos seus estados. Mobilizar no próprio estado significa ter menos custos e ter a maior possibilidade de contaminar a tropa através da ação dos mobilizados. Infelizmente, a vontade de viajar para Brasília, na ânsia de estar presente na celebração da conquista, acabou superando o bom senso e trazendo o amargor das derrotas.
O momento atual é de ação, porém, também de reflexão. Refazer estratégias, analisar acertos e erros, não para encontrar culpados, mas para descobrir as alternativas que nos conduzam as soluções para os resultados que pretendemos. Inúmeras vezes escrevi que não podemos combater em apenas uma frente, precisamos diversificar as nossas ações, fortalecendo os nossos aliados e enfraquecendo os nossos inimigos.
Nessa direção tenho agido e continuarei a fazê-lo, pois acredito que essa estratégia seja a mais efetiva na luta por cidadania, uma luta muito mais ampla.
Não criamos o “Movimento Fora Cabral!”, todavia incluímos ações na direção desse movimento na nossa conduta, pois identificamos o governador do Rio como um inimigo da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, tanto que nunca ombreou conosco, nunca disse uma única palavra favorável ao nosso esforço, ao contrário, perseguiu os Oficiais e Praças que lutavam por cidadania em 2007/2008.
Ontem, passei parte do dia vestindo uma camisa “Fora Cabral”. Não tive qualquer problema, fiz tudo que planejei e com certeza levei a mensagem para algumas pessoas. Fácil, barato e eficiente.
Temos ombreado com todos os movimentos que consideramos justos, como a luta dos demitidos do SAMU e da ex-Varig, pois temos que unir forças para que possamos criar verdadeiras mobilizações sociais que movimentem grande parte da população fluminense, só assim o povo vencerá. Os atos realizados pelo MUSPE e pela ONG Rio de Paz também contaram com a nossa presença ao longo desses quase quatro anos. Penso que agindo assim acabamos por conquistar simpatizantes para a nossa própria luta e ainda construímos uma nova imagem dos Policiais Militares para os integrantes desses movimentos, com a nossa postura cidadã.
Apoiamos o movimento Sou Bombeiro, o primeiro movimento organizado com objetivos políticos realizado no Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro. Tenho certeza que a mobilização será vitoriosa e que serão eleitos um deputado federal e um deputado estadual pelos Bombeiros Militares, isso no mínimo.
Urge que a Polícia Militar caminhe pela mesma estrada, caso pretenda ficar novamente de pé.
A nossa força política é a nossa própria mobilização, mas precisamos colocar os heróis nas casas legislativas nas próximas eleições, para que possamos pensar maior em 2014.
Iniciaremos uma nova frente de luta na busca pela cidadania, vamos “enfrentar” o maior inimigo da mobilização dos Policiais Civis e Militares, a corrupção policial. Não tenho dúvida de que o envolvimento com práticas ilícitas afasta das nossas mobilizações um número considerável de policiais, que parecem não se preocuparem com salários. Não lutaremos contra pessoas, na verdade tentaremos cobrar posturas das instituições policiais, da SESEG e do governo estadual. O nosso tema inicial será a omissão no combate ao “jogo dos bichos”, que tanto malefício acarreta para a Polícia Civil e para a Polícia Militar, recentemente desmoralizadas em duas operações da Polícia Federal no Rio de Janeiro.
Amanhã, estaremos em frente ao Quartel General da Polícia Militar, entre às 11:00 e às 13:00 horas, horário de grande movimento de pessoas que saem do trabalho para almoçar. Na terça-feira, estaremos próximos à SESEG, no acesso principal de passageiros da Central do Brasil, entre às 16:00 e às 18:00 horas e na quarta-feira, estaremos nas proximidades da Chefia da Polícia Civil, entre às 11:00 e às 13:00 horas.
Eis um novo campo de batalha na luta por cidadania para todos nós.
Divulgue e participe dos nossos atos cívicos, não importa quem os esteja organizando, a nossa omissão e a nossa divisão só fortalecem aos nossos inimigos e eles não são poucos.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
Ex-CORREGEDOR INTERNO
5 comentários:
A polícia militar do Rio não tem coragem de nem mesmo iniciar uma operação tolerancia zero, são todos frouxos e covardes.
Se algum requisito da PEC for aprovado, não será graças aos componentes da PMERJ.
Policiais valorosos e corajosos são os do resto do Brasil, os do Rio são fracos e medrosos.
Ass.Major PM
Isso não é verdade, a coragem dos PPMM do Rio é inquestionável. Todavia, a expansão da corrupção policial no Rio tem enfraquecido muito a mobilização dos PPMM e dos PPCC. Temos que atacar esse câncer, assim a mobilização cresce naturalmente. Juntos Somos Fortes!
O ESTADO , representante dessa sociedade , passiva que tudo sofre e se cala, que nao foi EDUCADA PARA EXERCER SUA CIDADANIA é o principal culpado por esse caos em que vivemos, NAO TEMOS SEGURANÇA , NAO TEMOS UM PROJETO DE SEGURANÇA que atenda plenamente essa sociedade.Nossos policiais estao sem comandos, estao exaustos por labutarem em outras areas (bicos), estao corrompidos.
Cel, lamentavelmente o major tem razão, os policiais do RIO só tem coragem para aplaudir Cabral, como aconteceu no maracanazinho. Paraece que estão igual a cachimbo velho, já se acostumaram a levar fumo. Lamentável jogarem uma instituição bicentenária no lixo.
Grato pelos comentários. Leiam o artigo "Por que". Juntos Somos Fortes!
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