terça-feira, 4 de janeiro de 2011

JOSÉ MARIANO BENICÁ BELTRAME, O PRÓXIMO PREFEITO OU GOVERNADOR DO RIO ( ? ).

O ano de 2008 chegava ao final e a situação do governo Sérgio Cabral era muito desfavorável com relação a uma tentativa de reeleição em 2010. A gestão se mostrou ineficiente por completo, sobretudo no concernente aos serviços públicos essenciais: educação, saúde e segurança públicas.
Pouco se precisa escrever para demonstrar o caos da educação, bastando citar que em uma avaliação nacional, o ensino médio do estado do Rio de Janeiro só ficou na frente do estado do Piauí, algo inexplicável diante da arrecadação do Rio, segunda no Brasil e do integral apoio do governo federal.
Os cidadãos que morrem até a presente data, diariamente, nos corredores dos hospitais estaduais, aguardando vagas nos CTIs é o retrato da falência da saúde do governo Cabral, no qual nem as UPAs se salvaram, além dos escândalos de superfaturamento na compra de insumos hospitalares e do escândalo dos valores pagos na manutenção das viaturas do Corpo de Bombeiros, fatos em apuração no Ministério Público.
Na segurança, os dois primeiros anos foram unicamente de repetição da tática dos governos anteriores do PMDB, o ineficaz e criminoso ¨tiro, porrada e bomba", alvo de várias denúncias de organismos nacionais e internacionais. Aliás, cumpre destacar que tal tática continuou sendo empregada durante todo o governo, não ocorrendo apenas nas ocupações para instalações das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), a luz no final do túnel para o governo Sérgio Cabral.
No final de 2008, surge o primeiro super Grupamento de Policiamento em Áreas Especiais (GPAE), modelo de ocupação utilizado há algum tempo pela PMERJ, inclusive com resultados positivos, como ocorreu no Morro do Cavalão, em Niterói.
Um gênio teve uma ideia brilhante com relação aos GPAEs para ter algo com que lutar para a reeleição:
- Inventar um novo nome, politicamente e midiaticamente mais eficiente e superdimensionar o efetivo utilizado nos GPAES, assim nasciam os super GPAEs ou, se preferirem, as UPPs.
O apoio quase integral da mídia já existia, portanto, a divulgação da invenção estava garantida na época e que continuou por todo governo, tanto que a imprensa nunca noticiou qualquer uma das inúmeras desvantagens do projeto antes das eleições de outubro/2010, o que só ocorreu timidamente após a reeleição já estar garantida, momento em que alguns órgãos chegaram a citar que as UPPs transferiam traficantes e armas de guerra de uma comunidade para outras.
Com a mídia pautada impulsionando as UPPs, transmitindo até batizado de cachorro em UPP, restavam dois problemas a serem vencidos:
- O efetivo para implantar várias UPPs, o projeto eleitoral do governo.
Tal óbice foi resolvido facilmente, fazendo com que todos os novos Soldados PMs que se formassem no CFAP (e nas Companhias Pedagógicas dos batalhões) fossem colocados nas UPPs, mesmo contra vontade e desrespeitando o previsto no edital do concurso de 2008. Afinal, o que significa um abuso de poder diante dos interesses políticos? Nada ao que parece. Além desse problema, tal procedimento esvaziou as ruas de policiamento ostensivo, pois o recompletamento dos batalhões deixou de existir, trazendo mais insegurança pois os fuzis foram para as ruas, mas isso também não era importante.
- Como evitar os confrontos armados com os traficantes para implantar as UPPs.
A solução foi simples e bizarra, o governo passou a dar um aviso prévio aos traficantes para que deixassem as comunidades antes da ocupação, acabando por promover uma relocação de traficantes e de suas armas de guerra no território fluminense.
Pronto, o cenário estava pronto para a reeleição, que foi conquistada com uma única bandeira, as UPPs e mais de R$ 400 milhões de dinheiro público gasto em propaganda governamental.
O que ninguém esperava era o golpe de mestre político do secretário de segurança, o delegado da Polícia Federal, José Mariano Benicá BELTRAME.
O que fez Beltrame?
Como tudo que girava em torno de UPPs dava mídia, ele colou nas UPPs.
Andou de bicicleta, participou de bailinhos, distribui lanches, beijou criancinhas e deu até uma de Papai Noel, tudo retratado pela mídia em cores vivas.
A mídia promoveu uma overdose de Beltrame.
O resultado é claro, as UPPs reelegeram Sérgio Cabral, mas as UPPs são de Beltrame.
Atualmente, Beltrame é morador mais famoso do estado e o favorito para qualquer eleição no Rio, podendo concorrer a Prefeito em 2011 ou para o governo do estado em 2013, praticamente sem adversário para enfrentá-lo de igual para igual.
E, pensar que alguns órgãos da mídia chegaram a festejar o fato de Beltrame ter dispensado uma eleição ganha para deputado federal em 2010, tolinhos ...
Beltrame (e/ou o seu grupo) deu um lance de grande mestre internacional de xadrez, um lance vencedor.
Como enfraquecê-lo politicamente, considerando que a própria reeleição de Eduardo Paes corre grave risco?
Exonerá-lo?
Nem pensar.
Derrubá-lo para cima, tática antiga, dando a ele a SENASP, não parece mais viável e penso que não o fascinaria.
Bater nas UPPs é impossível, o governo desabaria por completo. Pior, terão que continuar implantando UPPs, o fortalecendo cada vez mais.
Sem dúvida, não será fácil descobrir a criptonita que enfraquecerá o super Beltrame.
Ele pode ser o próximo prefeito ou governador do Rio de Janeiro.
A não ser que surja algo muito grave contra ele, que possa permitir fritá-lo diretamente, com menor desgaste para os políticos.
A investigação do Ministério Público sobre o contrato de terceirização da compra, da manutenção e da gestão da frota operacional da PMERJ, poderá ser o seu Calcanhar de Aquiles, caso constate irregularidades graves que possam atingi-lo, afinal, foi ele quem celebrou o contrato, pois na época o comandante geral da Polícia Militar, Coronel Ubiratan, pulou fora, acertadamente.
Talvez esse seja o único meio de atingir o homem que soube usar muito bem o sucesso da nova roupagem de um projeto antigo da Polícia Militar, os GPAEs. Uma ideia política, baseada em um sucesso da Polícia Militar no Morro do Cavalão, em Niterói, por exemplo.
E, olha que o governo Sérgio Cabral nem pensa em instalar uma UPP na terra de Araribóia.
Pura ingratidão.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO

Um comentário:

Anônimo disse...

- EXIGIMOS HORA-EXTRA para TODOS os Bombeiros Militares!

- EXIGIMOS SOLDO ACIMA DO SALÁRIO MÍNIMO para TODOS os Bombeiros Militares!

- EXIGIMOS RIOCARD para TODOS os Militares Estaduais (a PM já recebe... e o respeito ao BM, cadê?)!

- EXIGIMOS RESPEITO ao Art. 144 da Constituição Federal!

JUNTOS SOMOS FORTES!