segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

MÍDIA DE SÃO PAULO CONTINUA TOMANDO LUGAR DA MÍDIA DO RIO: EM DEZEMBRO 2014, SOLDADO PM DO RIO GANHARÁ METADE DO QUE GANHA HOJE SOLDADO PM DE SERGIPE.

FOLHA DE SÃO PAULO
Estado dará aumento de 70%, só que aos poucos
Projeto aprovado prevê 48 acréscimos de 0,9% até 2014
Gratificações dadas para o Bope e para soldados nas UPPs causam desconforto dentro da corporação
RODRIGO RÖTZSCH
DO RIO
Em junho deste ano, a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro aprovou um aumento de 70,32% sobre todos os salários da Polícia Militar, o que representará um custo total de R$ 4,3 bilhões aos cofres fluminenses.
O aumento sairá, porém, a conta-gotas. Serão 48 acréscimos de 0,9% sobre o salário do mês anterior. Com isso, um PM que ganha R$ 1.100 hoje -sem contar a gratificação de R$ 350- passará a receber R$ 1.750 no fim de 2014.
As atuais gratificações para os soldados aptos ao patrulhamento deveriam ser superiores, já que em janeiro o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou decreto que concede uma "Bolsa Olímpica" de R$ 1.200 mensais a todos os PMs do Rio com salários inferiores a R$ 3.200.
A pedido do governo do Rio, porém, a bolsa foi renegociada e diminuída para atender a todos os policiais.
A ideia era começar a pagar R$ 443 neste mês, a serem elevados para R$ 800 em junho de 2011 e R$ 900 em junho de 2012. O Ministério da Justiça não respondeu, porém, a consulta da Folha sobre quando efetivamente será iniciado o pagamento.
Por enquanto, o governo fluminense paga uma gratificação-tampão aos soldados comuns, de R$ 350, como incentivo para a Olimpíada.
UPPS E BOPE
Enquanto os soldados comuns têm uma gratificação de R$ 350, PMs das UPPs, as Unidades de Polícia Pacificadora, recebem R$ 500 sobre o salário base, de R$ 1.100.
O dinheiro sai dos cofres da prefeitura do Rio, comandada por Eduardo Paes (PMDB), correligionário do governador Sérgio Cabral.
Há cerca de 2.200 policiais nas UPPs já instaladas.
A gratificação que mais causa polêmica, no entanto, é a dada aos policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais), a tropa de elite da PM do Rio. Depois de dois aumentos concedidos pelo governador, um soldado do Bope recebe atualmente gratificação de R$ 1.500 ao mês.
Assim, um policial da tropa de elite recebe pelo menos R$ 2.600 ao mês -mais do que um subtenente da PM comum, que ganha R$ 2.400, já computada a gratificação.
Essa quebra de hierarquia salarial é motivo de insatisfação em parte da corporação.
O governo do Estado do Rio afirma que suas unidades especializadas "recebem gratificações diferenciadas por conta de treinamentos específicos e por atuarem em operações especiais".
Além dos salários e gratificações fixas, o governo premia os policiais por cumprimento de metas. Soldados de batalhões que atingem objetivos de redução de criminalidade em suas áreas recebem bônus adicionais.
COMENTO:
A justificativa do governo do Rio de Janeiro não é correta.
Não existe curso especifico para participar das Unidades de Polícia Pacificadora, portanto, inexiste curso que possa ser considerado uma especialização, o que daria direito à gratificação.
Salvo melhor juízo, no caso do BOPE, realmente os PMs têm uma formação específica, mas já recebem uma gratificação por esse curso, como acontece com os outros cursos da PMERJ que tenham uma duração determinada. Assim sendo, o governo do Rio paga DUAS gratificações pelo curso, o que também acontece no GAM e no PROERD.
Por derradeiro, não custa lembrar que os delegados da Polícia Civil receberão o aumento em 24 meses, enquanto todos os demais em 48 meses, uma diferença injustificável.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO

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