domingo, 25 de julho de 2010

POLÍCIA MILITAR: UM ANO INTEIRAMENTE PERDIDO.

O DIA:
O jornal O DIA entrevistou Mário Sérgio que completa um ano de gestão na Polícia Militar.
Li a entrevista e a primeira emoção que experimentei foi a de desânimo, algo pouco comum nessa minha fase da vida, na qual estou cem por cento motivado, na maioria das vezes. Penso que o desânimo não foi culpa apenas de Mário Sérgio, o desânimo estava comigo ao final da noite de sábado, após conversar com vários Policiais Militares, mas isso é tema para outro artigo.
Sou crítico ácido de Mário Sérgio, devo ser o maior crítico, comparando os que publicamente expressam sua opinião, pois não posso avaliar o quanto o criticam os que fazem isso pelos corredores da Polícia Militar. Apesar de ser crítico, no primeiro momento tenho que defendê-lo, embora ele não precise da minha opinião, pelo que sei Mário Sérgio teria solicitado exoneração da função no final do ano passado, quando teria deixado o Quartel General falando sobre isso e citando o seu sucessor. A exoneração não foi aceita, portanto, o secretário de segurança passou a ter uma parcela muito grande de responsabilidade no estágio atual da Polícia Militar.
A entrevista revela um Mário Sérgio que estou aprendendo a conhecer, o político Mário Sérgio.
A entrevista tem o marco dos políticos brasileiros: o inferno são os outros.
No Rio do PMDB, Sérgio Cabral e Eduardo Paes nunca têm culpa de nada, nunca. Os antecessores são sempre os culpados, eles são sempre a solução, só precisam de mais tempo no exercício do poder.
Ao ser perguntado sobre seu erros, cita o GEPE e a nomeação equivocada de comandantes, que se tornaram "complicadores", ou seja, eles são culpados, o desempenho deles foi ruim.
Não podemos esquecer que em um ano de gestão, Mário Sérgio exonerou dezenas de comandantes, será que todos foram complicadores?
Millan seria um complicador como ordenador de despesas.
Antes, ao ser perguntado sobre o maior problema da Polícia Militar, respondeu que eram os desvios de conduta, uma resposta sem sentido, considerando que ele propositalmente enfraqueceu por completo as ações de controle interno, fazendo a Corregedoria Interna voltar no tempo, voltando a ser apenas reativa.
Eu responderia de forma diferente, o maior problema da Polícia Militar é a ação deletéria do governo estadual na corporação, que está destruindo todos os nossos valores institucionais, com a complacência dos coronéis, a nova geração.
Preciso aprender que Mário Sérgio é um político, isso fará com que entenda melhor as suas posturas, ações e omissões, deixando de cobrar dele posições próprias de um comandante.
Issso poderá melhorar as nossas relações.
Tenho que aprender, não posso insistir no erro.
Além disso, tenho que reforçar a minha concepção de que se eleito serei um Coronel de Polícia, temporariamente na política, nunca deixarei a farda que vesti por mais de 30 anos, seguirei tentando ser competente e sendo honesto, como consegui ser na Polícia Militar em mais de três décadas. O Aspirante honesto do começo chegou ao final como Coronel honesto, não mudei, nem fui buscar a limpeza no Rio Jordão.
Por derradeiro, penso que se a PMERJ não mudar, logo o comando geral vestirá um terno finamente recortado.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
Ex-CORREGEDOR INTERNO

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