Tenho lutado no blog, assim como, junto ao Ministério Público e à Comissão de Direitos Humanos da ALERJ, para reverter a triste situação vivenciada pelos jovens Policiais Militares que aprovados em concurso para servirem no interior do Rio de Janeiro, após a formatura foram obrigados a trabalhar nas Unidades de Polícia Pacificadora, na Zona Sul do Rio, contrariando o previsto no edital do concurso.
Recentemente, levantei uma nova bandeira pois jovens Policiais Militares desse mesmo concurso, formados em 2010 em municípios do interior, foram colocados na condição de adidos em diversos batalhões da capital, causando uma série de transtornos para eles. Já escrevi sobre a triste situação dos que estão no 3o e 23o BPM, ontem comecei a tratar dos que estão no 6o BPM, alojados em condições precárias e hoje escrevo sobre uma tragédia envolvendo um desses jovens.
Por serem do interior, eles são obrigados a morar nos batalhões, pois não possuem dinheiro para os deslocamentos casa-quartel-casa, após cada serviço, como expliquei quando escrevi sobre o 23o BPM, onde estão alojados 57 Policiais Militares da Região Serrana.
Ontem, estando de folga, um desses jovens Policiais Militares que trabalha no 13o BPM e que está alojado no 5o BPM, pois no 13o BPM não existe espaço para alojá-los, resolveu passear no Centro do Rio, na área onde tira serviço diariamente e foi assassinado.
Não sei as circunstâncias em que o fato ocorreu, tenho lido algumas notícias, mas prefiro aguardar para comentar melhor.
Uma tragédia, um jovem que escolheu a Polícia Militar para trabalhar é assassinado no Centro do Rio, encerrando uma vida de forma abrupta e violenta.
A grande pergunta que fica é quem vai dar a notícia aos pais desse jovem?
Sérgio Cabral?
Beltrame?
Não, não serão eles.
Nem será aquele que deu a ordem para colocar na condição de adidos nos batalhões da capital, os jovens Policiais Militares nascidos e criados em outros municípios e que foram formados em batalhões do interior do Rio de Janeiro.
Uma grande tragédia em todos os sentidos.
Lembro de um desses jovens Policiais Militares, morador de Campos, que conversando comigo disse:
- Coronel, eu nem teria prestado concurso para a Polícia Militar se fosse para trabalhar no Rio e ganhar R$ 900,00.
Algo precisa ser feito e com urgência para que os direitos desses jovens sejam respeitados, antes que outros tenham o mesmo destino, pois salvo melhor juízo, eles estão sendo vítimas de abuso.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
Ex-CORREGEDOR INTERNO
4 comentários:
Coronel, como esses jovens policiais militares ainda não possuem armas de fogo de uso particular, uma das primeiras medidas a evitar novas tragédias, seria o Comandante da Corporação autorizar de imediato a cautela de revólver cal 38 para defesa p´ropria ou de outrem, pois do contrário serão caçados diariamente pelos bandidos da área em que trabalham, portanto, como temos muito desse armamento nas RUMB e não são mais usados com frequencia por policiais de serviço, a medida seria de importãncia vital a salvar novas vidas.
Ass: Major PM
Reajuste da PM: Alerj aprova aumento de 70,32%
A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) acabou de aprovar o reajuste total de 70,32% para os 118 mil PMs, bombeiros, policiais civis e inspetores de administração penitenciária (ativos, inativos e pensionistas), a ser parcelado em 48 vezes. Apesar da mobilização de alguns deputados, em torno de uma possível emenda que reduzisse o tempo de parcelamento para 24 meses, houve um acordo e a Casa aprovou o texto original, que prevê o pagamento em quatro anos. Os 10% de aumento para a Segurança Pública, sancionados pelo governador Sérgio Cabral na semana passada, são parte desse índice total de aumento. Os 10% serão pagos no salário de julho, creditado em agosto. O restante começará a ser parcelado no vencimento de janeiro de 2011, que será depositado em fevereiro.
Grato pelos comentários e pelo apoio. Juntos podemos construir uma nova realidade. Juntos Somos Fortes!
Meu marido é um desses soldados do interior, que sempre sonhou em ser policial, se esforçou, se dedicou, cheio de esperanças de que tudo na polícia fosse diferente do que a gente vê pela tv, pois em nossa cidade os crimes são chamados domésticos.A total falta de respeito com esses homens é enorme e já não sei até onde vai.Além do risco que correm a todo momento, ficam fora de casa e ainda gatam do pouco que recebem para trabalhar. Se alguém puder fazer algo por eles, por favor, imploro faça!!!
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