Rio - Santa Tereza - 2010
Conselho Luz Azul
Segunda Reunião
Os militares não podem ter seus sindicatos, os representantes da categoria que lutam por todos para a obtenção de melhores salários e condições de trabalho. Infelizmente, as associações de classe, com raras exceções, não desenvolvem as tarefas que os sindicatos realizam.
A organização militar joga tal atribuição, lutar por todos, nas costas dos comandantes das forças, que acabam fazendo as vezes dos sindicatos, mal comparando.
Todavia, apesar dessa responsabilidade, a maioria dos comandantes esbarra na sua subordinação ao governante, o que impede que eles possam interagir de igual para igual. Isso faz com que os anseios da tropa acabem sendo vistos como meras solicitações e não como necessidades urgentes.
Via de regra, o comandante militar é um mau negociador, falta o ferramental necessário próprio dos sindicalistas.
Isso sem falar que alguns comandantes não querem incomodar os governantes com questões salariais, evitando contrariar o mandatário, pondo em risco a sua cadeira e as suas beneces.
Além dessas verdades, alegam que os militares não podem fazer greve, a importância das missões não permite essa possibilidade, o que faz com que exista menos uma ferramenta de pressão contra o padrão, o governo. Embora, existam interpretações de que essa proibição só alcança as Forças Armadas e não as Polícia Militares eos Bombeiros Militares, como já publicamos.
No Rio de Janeiro, o Coronel de Polícia Ubiratan foi o último comandante geral da Polícia Militar que tentou negociar o cumprimento das promessas de campanha do governador Sérgio Cabral. Após a sua exoneração, os sucessores não caminharam nessa direção e a crise salarial cada vez ganha uma maior dimensão.
Sinceramente, não consigo aceitar como um comandante possa ficar calado diante dos salários miseráveis que a tropa sob seu comando recebe. Penso que o amor à cadeira seja maior que o amor corporativo, que supere as suas atribuições de líder, que deve zelar pelo bem estar dos liderados.
Essa é a minha conclusão.
Tenho lido no twitter que no dia 18 MAI 2010, Policiais Militares do 9o BPM iniciarão um movimento grevista, algo que custo a acreditar, embora entenda que o desespero possa conduzir a atos de tal natureza e o quadro salarial é desesperador.
Não tenho como avaliar se essa mobilização nasce com a possibilidade de crescer, nem mesmo se ocorrerá o efeito dominó, onde a onda vai se alastrado peça por peça.
Aliás, nem sei se esse comentário surgido no twitter tem como motivação os baixos salários, considerando que a tropa da Polícia Militar enfrenta outras dificuldades além dos salários famélicos.
Quem viver verá.
Enquanto isso sigo na mobilização, achando que em muitos momentos me aproximo da figura do sindicalista, sobretudo quando tenho por perto um megafone ou microfone.
Quem sabe onde isso poderá me (nos) levar?
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
Ex-CORREGEDOR INTERNO
A organização militar joga tal atribuição, lutar por todos, nas costas dos comandantes das forças, que acabam fazendo as vezes dos sindicatos, mal comparando.
Todavia, apesar dessa responsabilidade, a maioria dos comandantes esbarra na sua subordinação ao governante, o que impede que eles possam interagir de igual para igual. Isso faz com que os anseios da tropa acabem sendo vistos como meras solicitações e não como necessidades urgentes.
Via de regra, o comandante militar é um mau negociador, falta o ferramental necessário próprio dos sindicalistas.
Isso sem falar que alguns comandantes não querem incomodar os governantes com questões salariais, evitando contrariar o mandatário, pondo em risco a sua cadeira e as suas beneces.
Além dessas verdades, alegam que os militares não podem fazer greve, a importância das missões não permite essa possibilidade, o que faz com que exista menos uma ferramenta de pressão contra o padrão, o governo. Embora, existam interpretações de que essa proibição só alcança as Forças Armadas e não as Polícia Militares eos Bombeiros Militares, como já publicamos.
No Rio de Janeiro, o Coronel de Polícia Ubiratan foi o último comandante geral da Polícia Militar que tentou negociar o cumprimento das promessas de campanha do governador Sérgio Cabral. Após a sua exoneração, os sucessores não caminharam nessa direção e a crise salarial cada vez ganha uma maior dimensão.
Sinceramente, não consigo aceitar como um comandante possa ficar calado diante dos salários miseráveis que a tropa sob seu comando recebe. Penso que o amor à cadeira seja maior que o amor corporativo, que supere as suas atribuições de líder, que deve zelar pelo bem estar dos liderados.
Essa é a minha conclusão.
Tenho lido no twitter que no dia 18 MAI 2010, Policiais Militares do 9o BPM iniciarão um movimento grevista, algo que custo a acreditar, embora entenda que o desespero possa conduzir a atos de tal natureza e o quadro salarial é desesperador.
Não tenho como avaliar se essa mobilização nasce com a possibilidade de crescer, nem mesmo se ocorrerá o efeito dominó, onde a onda vai se alastrado peça por peça.
Aliás, nem sei se esse comentário surgido no twitter tem como motivação os baixos salários, considerando que a tropa da Polícia Militar enfrenta outras dificuldades além dos salários famélicos.
Quem viver verá.
Enquanto isso sigo na mobilização, achando que em muitos momentos me aproximo da figura do sindicalista, sobretudo quando tenho por perto um megafone ou microfone.
Quem sabe onde isso poderá me (nos) levar?
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
Ex-CORREGEDOR INTERNO
2 comentários:
ehtudosacanagem ( twitter )Passando em frente a UERJ hj pela manhã vi 1 Dom Quixote.Sozinho ele panfletava/prendia faixas em repúdio a SC.Era @celprpaul,a quem admiro
ehtudosacanagem( twitter ) - Aliás, @ceprpaul, foi eu quem apertou sua mão e disse que acompanhava seu blog. Logo depois o sinal abriu e eu tive de ir, o sr. se lembra?
Abraço, coronel. O sr. é um forte.
ehtudosacanagem
@ehtudosacanagem o prazer foi meu.
A nossa luta tem esses altos e baixos, vez por outra centenas, na maioria das vezes sozinho ou com poucos lutadores. Penso que ainda estamos começando a construir uma mobilização de verdade na PM, na PM e no CB. A tropa está totalmente desestimulada e isso também ocorre com pensionistas e inativos. O caminjho será lono, mas não podemos desistir, o que nos levaria de volta ao começo. Grato pelo apoio. Juntos Somos Fortes!
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