
Cidadão fluminense, você não consegue andar 300 metros na região metropolitana do Rio de Janeiro, sem esbarrar em um "ponto do jogo dos bichos".
A maioria deles é simples, reduzido a um "apontador", uma cadeira e uma mesa.
Via de regra o "apontador" é um senhor de idade, algumas vezes deficiente físico, o que causa uma simpatia da população.
Atualmente, mulheres estão entrando neste "mercado de trabalho".
O "apontador" é um "boa praça" por excelência, que está ganhando a vida, neste país de poucos empregos.
Alguns cidadãos tem o hábito de fazer do "ponto" um local de encontro para a conversa fiada de todo dia, sobretudo porque a maioria funciona em portas de bares, de lanchonetes e de padarias.
Uma cerveja, um aperitivo e uma "fezinha".
Hoje vai dar o quê?
É a pergunta recorrente, cada um tendo um palpite, muitos originados em sonhos.
Existem até os especialistas na interpretação dos sonhos, transformando o evento em um palpite.
Você pode jogar no grupo, no milhar, na centena, no terno de grupo, etc, as opções são variadas, gosto para todos os freguezes.
Dizem que o "jogo dos bichos" faz parte do folclore do Brasil.
Porém, o "jogo dos bichos" tem regras bem definidas e uma delas é:
"VALE O ESCRITO".
O "apostador" deve ter o cuidado de conferir se a sua aposta ditada para o "apontador" foi escrita corretamente no talão. Aliás, um costume é jogar no número impresso no talão, quem não age assim, corre o risco de ter na mão um talão com o número do milhar que dará na cabeça (primeiro prêmio) e perderá a sorte.
O "talão" é o documento aceito pela "banca" para pagar aos ganhadores e ele é um "título ao portador", perdeu o talão, perdeu o dinheiro, essa é outra regra.
O único problema é que o "jogo dos bichos" é uma ilegalidade, uma contravenção penal, o que significa dizer que os "apontadores" e os "apostadores" devem ser presos em flagarante e o material contravencional (talões, carimbos, dinheiro, etc) deve ser apreendido.
Uma pena, mas tal qual no "jogo dos bichos":
"VALE O ESCRITO (na legislação)".
É ilegal!
Assim sendo, como os seus "pontos" funcionam livremente no Rio de Janeiro, com repressões apenas ocasionais e pontuais?
Faz parte do "folclore" do "jogo dos bichos" que os banqueiros pagam à "AUTORIDADES" para os "pontos" funcionarem abertamente e que onde tem um "ponto" não tem assalto, uma forma preventiva de "policiamento".
Cidadão, por que o "jogo dos bichos" funciona livremente?
Será que é por ser "folclórico"?
O que está por trás do simpático "apontador"?
Talvez uma super-estrutura mafiosa ou não, quem sabe?
Em tempos de "CHOQUE DE ORDEM" acredito que os dias do "jogo dos bichos" estejam contados.
Quem viver verá a postura do PMDB - que governa o estado e o município do Rio de Janeiro -, a respeito desta ILEGALIDADE, que desmoraliza governo após governo.
Temos que ter FÉ, chega de "FEZINHA".
E no carnaval do ano que vem, ninguém terá mais dúvida sobre quem organiza o desfile do sambódromo, quem faz contrato com a Rede Globo para transmissão exclusiva dos desfiles e quem paga as contas do camarote utilizado pelo Presidente da República, Governador e Prefeito do Rio de Janeiro.
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
CORONEL BARBONO