O secretário de Segurança está insatisfeito e, diga-se, mais forte do que nunca.
O delegado PF Beltrame mexeu na chefia de uma instituição que tem prestígio enorme no Palácio Guanabara - e não só com o governador, diga-se. O delegado Gilberto Ribeiro foi trocado por causa do desentendimento em relação ao Portal da Segurança, e saiu de cabeça erguida, tendo defendido suas convicções até o último segundo de gestão. Sua idéia de compartimentação total das bases de dados do novo Portal, impedindo acesso da PM, foi mal digerida pela cúpula, que previa - com razão - grandes conflitos internos.
Mas a PM também tem seu quinhão de "irritação" para com o delegado Beltrame, ainda que este demore a se sensibilizar. Beltrame não é tão próximo da Briosa quanto outros secretários já foram. E isto se deve a dois fatores: primeiro, ao papel de vanguarda que a Polícia Civil assumiu durante a gestão de Gilberto Ribeiro. Em um governo midiático (como, aliás, todos o são na democracia), os coletes da PCERJ no Rio por alguns meses equivaleram aos coletes da PF de Paulo Lacerda pelo país afora.
Já a PM só aparecia mal: falta polícia aqui, falta ali, morrem donas-de-casa, bebês, crianças, balas perdidas, execuções. Depois, Beltrame diminuiu sua interação com a PMERJ depois que se rendeu aos tecnocratas do governo e aceitou que não houvesse aumento de salário para ninguém - a não ser a gratificação de 223% dada aos coronéis de comando. Esta foi recusada pelo então comandante-geral Ubiratan Angelo, que no entanto pouco resistiu no cargo depois da recusa.
Com o advento dos Barbonos e toda aquela movimentação nas ruas, o secretário foi se afastando.
Politicamente, seria fatal para um aliado federal, indicado por Luis Fernando Corrêa (delegado sub judice, superintendente da PF, acusado de tortura de uma empregada doméstica no Rio Grande do Sul segundo a revista Carta Capital), aparecer ao lado de manifestações salariais.
Mesmo assim, Beltrame não quis afastar Ubiratan. Na segunda-feira em que Ubiratan foi exonerado, recebeu umas cinco ou seis incumbências do próprio secretário. Que obedeceria à ordem superior de exoneração do comandante-geral sem pestanejar. Pitta foi colocado ali e Beltrame esqueceu da PMERJ.
De vez em quando aparecia para alguma apreensão. Mas não queria nem saber. Com isto, prevaleceu a impunidade e a desobediência. Em janeiro, determinou a exoneração de um coronel na Zona Oeste. O motivo? O oficial teria de combater milícias mas morava com a família em Campo Grande.
A PM jamais exonerou este oficial.
Depois, vieram as denúncias do deputado Flavio Bolsonaro (PP), escandalosas, que só não tiveram um peso ainda maior por causa da insistência da imprensa em não se aproximar de deputados ditos "de direita" ou "reacionários". Fosse Carlos Minc (ex-secretário estadual de Meio Ambiente, né?) o autor das denúncias de que um oficial do Estado-Maior recebe auxílio-moradia há anos e mora em imóvel do Estado, o mundo teria caído.
O secretário teve de passar pelo inacreditável vexame de defender o oficial, e ainda dizendo que "todo comandante-geral fez a mesma coisa". O oficial fazia a mesma coisa mesmo sem ter nenhuma função no QG da Briosa, diga-se.
Estes vexames são duros de suportar, mesmo para quem tem uma assessoria grande como o secretário.
A próxima irritação será com a forma como a PM conduziu o inquérito policial-militar acerca de dois oficiais - um coronel e um major - que trabalharam na "segurança" e na "inteligência" da campanha do prefeito Eduardo Paes no ano passado.
Enquanto o delegado Protogenes Queiroz está sob sindicância por ter participado de um comício em Poços de Caldas (ou seja, um único evento), Minas Gerais, os dois oficiais PM foram absolvidos com honras. Trabalharam sim, recebendo pela PM e quiçá do comitê eleitoral. Ao receberem pela PM, no entanto, ficou caracterizado o uso da máquina. No entanto, o resultado do IPM é contraditório:
Compulsando os autos, os averiguados em seus horários de folga, sem uso damáquina pública e não remunerados, exerceram seus direitos constitucionaisde cidadãos ao participarem ativamente da campanha eleitoral no ano findo,sem descurarem de suas obrigações para com o ERJ, na condição de Policiais Militares.
Ora, estavam NÃO-REMUNERADOS?
Como assim?
Se estavam "na folga" (duro de acreditar nisso), é porque continuaram recebendo pela PM.
Alguém acredita que policiais vão se oferecer na folga para panfletarem pelo candidato do governo?
A história deve ser publicada em breve pelos jornais. Até porque um dos oficiais consta no relatório da Operação Hurricane da PF como "consultor para assuntos de escuta telefônica". Consultor contratado pelos desembargadores - na ocasião, os suspeitos presos por ligação com a máfia dos caça-níqueis.
Aí, nem o secretário de Segurança do Rio aguenta.
GUSTAVO DE ALMEIDA.
O PMDB tem um jeito estranho de julgar os seus simpatizantes.
Lembram de uma equipe que foi assaltada durante a campanha de 2006?
Uma turma que correu...
Melhor deixar para lá, afinal:
"Faça o que eu mando, não faça o que eu faço".
O jeito PMDB de governar...
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
CORONEL BARBONO
Um comentário:
GUSTAVO DE ALMEIDA.
O PMDB tem um jeito estranho de julgar os seus simpatizantes.
Lembram de uma equipe que foi assaltada durante a campanha de 2006?
Uma turma que correu...
Melhor deixar para lá, afinal:
"Faça o que eu mando, não faça o que eu faço".
O jeito PMDB de governar...
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
CORONEL BARBONO
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Concordo Coronel Paul, mas não foi o p´róprio Coronel Ubiratam, na época comandante geral que não indiciou os oficiais. Por acaso não era p Sernho o então corregedor interno.
Gosto do senhor, mas as vezes fico surpreso com sua falta de atenção ou de memória para alguns detalhes relevantes.
Abraços.
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