quinta-feira, 16 de abril de 2009

NÓS SOMOS A RESISTÊNCIA - SOMOS AS FORÇAS DO BEM.

(AME/RJ - 24 de janeiro de 2008)
Eu sou um “politicamente incorreto” incorrigível!
Infelizmente, eu não tive a capacidade de explicar adequadamente o que significa a expressão “politicamente incorreto”, considerando um novo comentário anônimo recebido e postado por mim, para tristeza dos meus amigos, que acham que estou dando um “tiro no pé”, quando publico comentários depreciativos a mim.
O que eu posso fazer se as acusações são verdadeiras?
O meu detrator disse que eu não sou “santo”, no que está absolutamente certo, considerando que ainda estou no começo da minha evolução intelectual e moral nessa escola que é a vida material. Todavia, caso ele esteja se referindo a minha vida profissional, precisa arranjar outros elementos, pois os contidos no comentário, em nada me desqualificam como “anjo”.
Ele até foi gentil afirmando que eu não sou “anjo”, tendo em vista que circula na internet um artigo que me adjetiva como “monstro”, o “monstro da Corregedoria”, sem coração.
Afirmar que eu sabia que Comandantes e/ou Oficiais do Estado Maior de unidades operacionais estavam envolvidos em desvios de conduta, não depõe contra mim, pois sempre enfrentei tais desafios com naturalidade e busquei que tais denúncias fossem apurados, mesmo quando não continham qualquer subsídio, entendendo tal fato como ossos do ofício de Corregedor Interno de uma instituição policial seriamente corroída pela corrupção.
Lamento, eu sou “politicamente incorreto”.
Talvez o meu amigo anônimo não saiba que a maioria esmagadora dos disque-denúncias que chegaram à Corregedoria eram iguais ao seu comentário, sem qualquer informação clara que permitisse eficácia na apuração.
E olha que a ponta da linha conhece bem se tais denúncias eram ou não verdadeiras.
Sempre foram acusações carentes de detalhes e que não eram investigadas pela Corregedoria, pois a determinação superior era que tais denúncias (sem elementos concretos) contra Comandantes fossem investigadas pelo Comandante Intermediário, o que nunca produziu os efeitos desejados.
Porém, o anônimo atirou no que viu e acertou no que não viu, ou seja, realmente uma grande deficiência da Corregedoria, sem dúvida, é a não produção de conhecimentos de inteligência, através da análise do conjunto de denúncias, sobretudo, com relação aos Comandantes, Chefes e Diretores.
Nós, Oficiais e Praças da Corregedoria, tentamos mudar tal realidade com a criação do Gabinete Geral de Assuntos Internos, que coordenaria a Corregedoria e a Diretoria de Assuntos Internos, criada no mesmo ato, que teria as missões de produzir conhecimento e de realizar investigações especiais (Comandantes, Chefes e Diretores),
O governador Sérgio Cabral chegou a criar o gabinete, porém parece que voltou atrás, por razões que eu desconheço.
A lacuna continuou.
Agradecemos pela leitura do nosso blog, continue lendo e faça-nos um favor, mande uma denúncia como comentário, contendo nome do Oficial que comande ou que faça parte do Estado Maior de um batalhão que esteja envolvido com a corrupção, esclarecendo quem paga e como paga. Eu me comprometo a encaminhar, oficialmente, através de uma parte ao Diretor Geral de Pessoal, e tenho a certeza que o atual Corregedor Interno determinará uma rigorosa e sigilosa apuração.
Nos quase três anos que estive a frente da Corregedoria, nunca recebi uma informação concreta que pudesse viabilizar uma investigação séria ou uma prisão em flagrante.
E olha que o efetivo da Corregedoria e das Delegacias de Polícia Judiciária Militar se esforçou para lograr tal objetivo, pois achávamos ridículo que a Polícia Federal ou a Polícia Civil viesse prender os nossos, como você sabe isso aconteceu algumas vezes.
Inclusive após grande insistência, nos valendo até de entrevistas para a mídia, conseguimos que terminais do “guardião” instalado na Secretaria de Segurança Pública fossem disponibilizados para a Polícia Militar, facilitando as operações que necessitassem de “escuta telefônica”, autorizada pelo Poder Judiciário.
Não querendo passar por “bonzinho”, o que eu nunca fui, gostaria que você voltasse no tempo.
Lembra que até 2005, o Policial Militar recebida uma DRI, que tinha que responder na hora, sendo automaticamente punido?
Lembra ainda que os Policiais Militares eram presos por 72 horas (parágrafo 2º do artigo 11 – RDPMERJ), era feita uma Averiguação Sumária durante esses 3 dias e o Policial Militar emendava os 3 dias com mais 30 dias?
Tal penúria acabou em 2005, quando a Corregedoria Interna, com o apoio do Ministério Público da AJMERJ e do Juízo da AJMERJ, criou o DRD, em substituição à DRI, no qual o Policial Militar possui 5 dias úteis para apresentar a sua defesa, podendo ser orientado por quem ele desejar, inclusive o seu advogado.
Isso significou o começo do respeito ao contraditório e a ampla defesa, direitos constitucionais de todo cidadão brasileiro.
Talvez agora você entenda porque nós lutamos pela cidadania do Policial Militar e do Bombeiro Militar.
Você também não deve saber que eu fui, quase ninguém sabe, que sou contra a exclusão de Policiais Militares inativos, acho isso uma violência sem tamanho, considerando que o Policial Militar perde o seu salário, além do posto ou graduação, isso depois de contribuir por toda uma vida para a previdência estadual.
Nós (Corregedoria) tentamos mudar isso em 2005, quando pela primeira vez, recebi da relatoria da Corregedoria um Conselho de Disciplina de um inativo, com parecer pela exclusão.
Por escrito tentei mudar tal realidade, no que diz respeito ao cancelamento do recebimento dos proventos, porém a assessoria Jurídica do Comandante Geral respondeu por escrito que isso não era possível.
Imagine como eu fiquei e como ficou o próprio Comandante Geral, autoridade que decide pela exclusão ou não, provocando indiretamente que uma pessoa de idade, um cidadão, perdesse a sua fonte de renda.
Quem sabe os seus vencimentos não eram a única fonte de sustento para toda uma família, isso sem falar da necessidade natural da compra de remédios em razão da idade.
Isso é cruel, sobretudo diante do fato que a maior punição disciplinar que pode ser aplicada a um juiz é a aposentadoria compulsória.
Triste Brasil, um país de contrastes tão cruéis.
Meu anônimo, ninguém na Corregedoria Interna é “bonzinho”, a missão é dificílima, temos que tentar nos aproximar da justiça, o que é extremamente difícil, pois em cada apuração existe a participação de terceiros, que podem conduzi-la bem ou mal, prejudicando sobremaneira a solução.
Inclusive o lema que idealizei para a Corregedoria retrata bem essa realidade:
“A VERDADE POR OBJETIVO E A JUSTIÇA POR IDEAL”.
Eu sou “politicamente incorreto”, eu tenho um lado.
Eu não realizo ações "politicamente corretas", não deixo o interesse político superar o interesse da minha amada Polícia Militar.
E, graças à Deus, existem muitos que pensam como eu penso, caso contrário, a dominação política da instituição seria completa, o que a conduziria para a extinção de uma forma muito mais rápida do que acontece atualmente.
Nós, os "politicamente incorretos", somos a RESISTÊNCIA, as forças do BEM.
Concluindo, hoje, voltei a conspirar, mas não se preocupem, faço isso sempre tendo o bem como objetivo primordial.

PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
CORONEL BARBONO

2 comentários:

Ministério Resgate do Senhor disse...

"Eu não realizo ações "politicamente corretas", não deixo o interesse político superar o interesse da minha amada Polícia Militar."
O que dizer de alguém que, nos dias atuais, tem coragem de dizer "minha amada Polícia"?!
Realmente, não há como ser "correto" ou pelo menos o que se entende por correto no nosso cotidiano. Somos (ou seremos) policiais e isso requer muito mais do que ser "correto", "normal", "aceito", enfim, requer que sejamos algo que poucos querem ser.
E não sendo correto, esperamos e sonhamos em defender na melhor forma a sociedade fluminense.
À minha AMADA POLÍCIA, teremos sempre todo trabalho e dedicação, ainda que não sejamos, "santos".

Anônimo disse...

Deu no ESTADÃO

CADEIA COBRA "DIÁRIA" DE DETENTOS


Esta noticia poderia muito bem estar relacionada a alguma prisão para "bacanas" do Brasil, mas vem da Flórida. Detentos de uma prisão no condado de Polk, próximo à famosa cidade de Orlando, agora pagam, desde quarta-feira, dia 15, US$ 2 por dia por suas "estadias".
A idéia partiu do xerife do condado, que justifica a cobrança dizendo que todos os que trabalham e pagam seus impostos têm que fazer o máximo para sustentar suas famílias e manter suas casas. "Seria justo que os que não trabalham e vivem às custas da sociedade, mesmo na prisão, que também paguem pelo que ganham", diz o policial.
O novo "imposto" é para cobrir despesas com alimentação, uniformes e lavagem de roupas.
No mesmo condado, os presos já pagam US$ 30 pelo "ingresso" no estabelecimento, US$ 15 por consulta médica, US$ 10 para enfermagem, US$ 10 para remédios e mais US$ 9 para uma espécie de Kit Higiene, com vários pares de peças íntimas.
Se a moda pega...