sexta-feira, 3 de abril de 2009

31 DE MARÇO DE 1964 - DEPUTADO FEDERAL FLÁVIO BOLSONARO.

Texto do Discurso O SR. FLÁVIO BOLSONARO:
– Sr. Presidente Caetano Amado, hoje são 31 de março do ano de 2009, passados exatos 45 anos de um dos movimentos mais importantes da história do Brasil contemporâneo. Ao contrário do que disse o Deputado Luiz Paulo, que para ele é motivo de luto, para mim é motivo de muito orgulho e agradecimento aos militares deste País. Quero aqui fazer uma leitura bastante sintetizada, para mostrar como se portava a imprensa naquela época, como foi noticiado todo esse conjunto de acontecimentos no ano de 1964.
(Lendo)
“A Contra-revolução Democrática de 31 de março de 1964 ocorreu como reação da sociedade brasileira em face da iminência de uma revolução que pretendia instalar no Brasil, mediante financiamento e orientação externos, um regime comunista aos moldes de Cuba. Quanto aos eventuais excessos havidos, o que aconteceria se a sociedade não conseguisse impedir a aventura dos que se diziam democratas e, treinados, armados e financiados por uma ordem mundial totalitária – e a ela submissos –, pretendiam impor-se a todos os brasileiros? Onde estão os dissidentes cubanos? Quem foram os anistiados de Cuba que posteriormente puderam regressar e retomar suas vidas? Quais presos políticos, em Cuba, lograram ser absolvidos pelos tribunais na plena vigência do processo revolucionário? Quantos foram os cidadãos daquele país sumariamente condenados e executados? Quem verdadeiramente tem a pretensão de conhecer a história mais recente do Brasil não deve limitar a sua pesquisa aos livros, alguns deles tendenciosos, carregados de ranço. Aos livros deverá ser juntada pesquisa séria, imparcial, com representantes de todos os segmentos sociais que vivenciaram os episódios, e ainda a leitura de jornais, revistas e outros documentos de época, disponíveis com fartura na internet e em bibliotecas”. (Interrompe a leitura)
Passo a fazer a leitura, Sr. Presidente, de trechos de reportagens publicadas no instante dos fatos, em 1964. Revista O Cruzeiro.
(Lendo)
“O dia 1º de abril estava claro. Às 7h55, o Governador Carlos Lacerda recebe o Manifesto dos Generais, que lhe iria ser lido após o hasteamento da Bandeira Nacional, às 8 horas, através da Rádio Inconfidência, de Minas Gerais. Às 8h30, Juracy Magalhães entra em Plenário e conferencia com Carlos Lacerda. Às 10h45, o Presidente do Tribunal de Justiça, Dr. Vicente de Faria Coelho, chega e conferencia com o Chefe do Executivo. Às 13h15, entra em Palácio o Sr. Armando Falcão. As notícias se aceleram. Às 16 horas há o momento de maior emoção para o Governador Carlos Lacerda: tanques do Exército, que se encontravam no Palácio das Laranjeiras, estão agora guarnecendo o Palácio da Guanabara. O Chefe do Executivo Carioca, ao ouvir a notícia, chora e exclama: ‘Graças a Deus! Deus está conosco!’ Foi uma reação em cadeia. Anunciada a viagem do Presidente a Brasília e a vitória das Forças Revolucionárias, milhares de pessoas saíram às ruas, gritando, pulando, num verdadeiro carnaval. Grupos mais exaltados e tomados de fúria incendiaram o prédio da UNE, na Praia do Flamengo, quando os dirigentes comunistas da entidade já haviam desaparecido e abandonado sua trincheira. Os mesmos grupos depredaram e incendiaram o Última Hora, na Praça da Bandeira. Isso foi um pouco de vingança e excesso condenável, pois a massa, o povo carioca, queria apenas viver aquelas horas de vitória e não vingar-se daqueles que tinham sido vencidos”.
(Interrompe a leitura)
Vejamos o que diz a reportagem de O Cruzeiro sobre a UNE.
(Lendo)
“17h30. Praia do Flamengo, nº132 – Sede da UNE. Grupos de jovens atiravam bombas incendiárias, coquetéis molotov, para o interior da UNE, àquela altura abandonada pelos dirigentes da entidade estudantil. Tinham fugido, sob as vaias dos que se aproximavam do local. Duas atitudes. Uma senhora acompanhou os acontecimentos da UNE com o comentário: “Vi arder na UNE uma permanente provocação aos sentimentos cívicos e democráticos dos cariocas”. Um senhor, cidadão muito sério, pediu licença para os Policiais e disse: “Quero colocar amanhã aqui, substituindo essa faixa em que os estudantes desafiavam a ordem constituída uma outra em que se leia que será instalada brevemente, neste mesmo lugar, uma escola”. Os Policiais e Bombeiros, que pouco depois chegaram para combater o incêndio, disseram que encontraram nas salas da UNE armas e munições”.
(Interrompendo a leitura)
Assim, termina a matéria da Revista O Cruzeiro.
(Lendo)
“À tardinha, dois tiros vinham do Leme. Era o sinal da vitória, que acionou o gatilho da explosão popular e tudo se misturou na chuva, alegria e carnaval refletidos nos olhos dos Soldados que ocupavam o Forte de Copacabana, patrulhas do Posto Seis. Uma história: homens, mulheres e crianças, empunhando bandeiras e lenços brancos, comemoravam o que ficou sendo o carnaval da vitória. Das janelas dos apartamentos, em toda a Zona Sul, eram estendidos lençóis e colchas numa homenagem à vitória da revolução. E duas chuvas se misturavam no espaço: a que caía de muito alto, de água, e a de papéis picados. E uma caravana de automóveis buzinando, vespas nas avenidas e ruas de Copacabana, de Botafogo, do Jardim Botânico, do Leblon e Ipanema – era a festa da vitória!” Um outro veículo de imprensa, o Jornal O Globo, publicou em seu editorial de 2 de abril de 1964 uma matéria, cujo trecho passo a fazer a leitura também:
(Lendo)
“Vive a Nação dias gloriosos, porque souberam unir-se todos os patriotas, independentemente de vinculações políticas, simpatias ou opiniões sobre temas isolados, para salvar o que é essencial: a democracia, a lei e a ordem, graças à decisão e ao heroísmo das Forças Armadas que, obedientes a seus chefes, demonstraram a falta de visão dos que tentaram destruir a hierarquia e a disciplina. O Brasil livrou-se de um governo irresponsável, que insistia em arrastá-lo para rumos contrários à sua vocação e tradições. Como dizíamos no editorial de anteontem, a legalidade não poderia ser a garantia da subversão, a escora dos agitadores, o anteparo da desordem. Em nome da legalidade, não seria legítimo admitir o assassínio das instituições como se vinha fazendo diante da nação horrorizada. Salvos da colonização, que celeremente se preparava, os brasileiros devem agradecer aos bravos militares que os protegeram de seus inimigos. Este não foi um movimento partidário. Dele participaram todos os setores conscientes da vida política brasileira, pois a ninguém escapava o significado das manobras presidenciais. Aliaram-se os mais ilustres líderes políticos, os mais respeitados governadores, com o mesmo intuito redentor que animou as Forças Armadas. Era sorte da democracia do Brasil que estava em jogo. A esses líderes civis devemos igualmente externar a gratidão de nosso povo. O movimento vitorioso não pertence a ninguém: é da pátria, do povo e do regime. Não foi contra qualquer reivindicação popular, contra qualquer ideia enquadrada dentro dos princípios constitucionais que objetive o bem do povo e o progresso do país.”
Para concluir, então, Sr. Presidente, estes são trechos não de políticos, mas da imprensa que, como hoje, publica os fatos que acontecem, publica a reação do povo, e publica, de fato, como aconteceu toda essa contrarrevolução de 64 por intermédio dos militares. E para encerrar minhas palavras, nunca será demais renovar um desafio jamais respondido. Por que estranho motivo, aqueles que - sob a orientação de Cuba, da extinta URSS e até mesmo da China de Mao - com o passar dos anos e beneficiados pelas liberdades democráticas sempre presentes no Brasil, jamais se atrevem a quaisquer críticas e perseguições, prisões, torturas, fuzilamentos e desrespeito aos direitos humanos naqueles países exportadores do modelo dito democrático, que pretendiam instalar em nosso País?
Em que pese dificuldades, falhas, desigualdades, chegou o Brasil, até o dia de hoje, sem experimentar sequer a sombra da violência vivida nos países onde foi implantado o totalitarismo comunista. Fidel Castro e Ernesto “Tche” Guevara, hoje cultuados pelo Presidente e sua equipe de ministros, por alguns que se julgam intelectuais e por um sem número de ignorantes, mataram, torturaram, perseguiram e construíram uma Cuba tão boa para seu povo que, inexistindo barreiras – oceano e intenso policiamento – ficaria despovoada, já que a maioria de seus felizes e satisfeitos cidadãos tratariam de fugir, como já o fazem, correndo tantos riscos!
Essas são as minhas palavras e também as palavras de dois grandes veículos da imprensa, à época, do ano de 1964. É importante resgatarmos a história. Hoje nós vemos, principalmente nos bancos universitários, muitos livros tendenciosos, que contam uma parte da história totalmente desvinculada e afastada da realidade aos seus universitários, o que acaba criando um verdadeiro clima de antagonismo e reprovação aos militares. Não foi o que aconteceu na época. Pelo contrário, as reportagens mostram - e provam - qual era o sentimento do povo no ano de 1964: de grande alegria, de grande emoção e de grande cumplicidade com as Forças Armadas. Atualmente, no meu ponto de vista, e de milhares e milhões de brasileiros, há um sentimento de grande agradecimento aos militares que naquela época nos livraram de uma ditadura comunista.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Caetano Amado) – Nobre Deputado Flávio Bolsonaro, tem tanto cubano feliz que, para sair de Cuba, está saindo até em tora de madeira ou embarcado em pneu.


PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
CORONEL BARBONO