domingo, 6 de abril de 2008

EXTRA ONLINE - 06/04/2008 - TRÁFICO NEGOCIOU TRÉGUA NA OCUPAÇÃO PARA OBRAS DA PROVIDÊNCIA

EXTRA ON LINE
Publicada em 05/04/2008 às 16:44
Tráfico negociou trégua na ocupação para obras da Providência
Marco Antônio Martins - Extra
"RIO - Às 10h30, do dia 26 de outubro do ano passado, uma reunião na Associação de Moradores do Morro da Providência começou a definir como seria a ocupação do Exército na comunidade para garantir a segurança dos trabalhadores das obras do programa Cimento Social. O projeto prevê, até novembro deste ano, a reforma de 782 casas na favela. Na pauta dos assuntos discutidos havia uma proposta: traficantes da favela ofereciam uma "trégua", caso não fossem incomodados pela tropa.
Os detalhes da reunião fazem parte de um documento confidencial produzido pelo próprio Exército ao qual o EXTRA teve acesso. Consta do relatório que após definir a data de 5 de novembro para o início das obras, o que não aconteceu, Eduardo, um dos participantes, disse ter conversado com a cúpula dos traficantes de drogas da Providência. O grupo de criminosos teria garantido que "não haveria qualquer tipo de retaliação desde que não fossem incomodados".
Do encontro, na associação, participaram três oficiais da Força Armada: o coronel Alberto Tavares da Silva, o tenente-coronel Fernando dos Santos Raulino e o capitão Ademar Barros Moura Filho. Além deles, o
ex-presidente da associação Nelson Gomes Pereira e dois homens identificados apenas como Gilmar e o próprio Eduardo, responsável por levar a proposta do tráfico. O relatório os classifica como assessores do senador Marcelo Crivella (PR), que obteve a liberação das verbas para a obra na Providência junto ao Ministério das Cidades.
- É claro que se falou de segurança. O Exército se preocupava de como o tráfico ia agir durante a ocupação. Foi falado que não havia problema e não há problema algum hoje em dia. Não tem mais armas na comunidade - garante Pereira, de 34 anos, hoje afastado da associação de moradores.
O
general Williams José Soares , de 54 anos, comandante da 9ª Brigada de Infantaria Motorizada e responsável pela ocupação militar no morro, nega qualquer acordo.
- Na reunião falamos como seria a obra e que o Exército ia entrar lá. Foram duas, três reuniões e em todas elas dissemos que não iríamos conviver com nenhum ilícito - garante.
Em 14 de dezembro, o Exército invadiu o morro com 500 homens. Após três meses de ocupação houve 12 prisões. Todas por desacato. Assessores não retornam as ligações
Há duas semanas, o EXTRA tenta falar com as pessoas apontadas pelo relatório do Exército como assessores do senador Marcelo Crivella. Mas até as 23h da última sexta-feira, nenhuma ligação teve retorno.
JUNTOS SOMOS FORTES!
MOBILIZAÇÃO SOCIAL, A ÚNICA SAÍDA!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
CIDADÃO BRASILEIRO PLENO

Um comentário:

CHRISTINA ANTUNES FREITAS disse...

Sr. Cel Paúl:

E assim caminha a humanidade...(pelo que vemos neste belo exemplo aqui no Rio de Janeiro).

Um abraço,
CHRISTINA ANTUNES FREITAS