quarta-feira, 9 de abril de 2008

GESTÃO PARADOXAL DO NOSSO DINHEIRO


Paradoxo significa conceito que é ou parece contrário ao comum; contra-senso, absurdo ou disparate (Aurélio Buarque de Holanda Ferreira).
A gestão do dinheiro público – o nosso dinheiro – tem sido um grande paradoxo em vários momentos, que me perdoem os administradores, os economistas e os afins.
Ele tem uma origem comum, o nosso bolso e acaba sendo dividido entre três gestores: o federal, o estadual e o municipal.
E os paradoxos começam a aparecer...
A segurança pública é o maior problema vivenciado pela população do Rio de Janeiro e controlar a criminalidade violenta é uma necessidade inadiável.
O dinheiro público deveria ser utilizado da maneira mais harmônica e judiciosa possível para que conseguíssemos alcançar esse controle.
Todos devem concordar que profissionais de segurança pública valorizados e motivados são fundamentais para a consecução desse objetivo primordial da sociedade fluminense.
Entretanto o dinheiro público estadual alega não ter condições para pagar salários dignos aos policiais militares, que continuam a receber menos de R$ 30,00 por dia para atuarem na segurança pública do Rio de Janeiro; enquanto isso o dinheiro público federal cria o Programa da Força Nacional de Segurança (FNS) e paga em uma semana - apenas de diárias, sem contar os salários - aos soldados da Polícia Militar de outros estados que o integram, o equivalente a um mês de salário dos soldados da Polícia Militar do Rio de Janeiro.
Observem uma semana de diárias do Soldado da FNS é igual a um mês de salário do Soldado da PM.
Isso é paradoxal!
O nosso dinheiro sendo aplicado de forma tão contraditória na mesma área, a segurança pública.
Os médicos do Estado do Rio de Janeiro clamam por melhores salários, estão em plena campanha salarial e o dinheiro público estadual alega não poder atender às reivindicações; todavia para controlar a epidemia de dengue “contrata” médicos de outros estados e paga R$ 500,00 por cada plantão de 12 horas, segundo a mídia fluminense.
Mais do que nunca a frase criada para a campanha salarial dos médicos estaduais faz sentido:
“Quanto vale o médico?”
Será que os médicos de lá valem mais do que os médicos de cá!
Isso sem falar nos professores estaduais que também lutam por melhores salários, realizam manifestações e o dinheiro público estadual nega essa possibilidade, limitando-se a facilitar o acesso à internet comprando laptops.
E os paradoxos se multiplicam...
O dinheiro público estadual não pode pagar melhores salários aos Policiais Militares; todavia pode contratar mais 3.100 policiais militares e ainda se dá ao “luxo” de pagar salários a mais de 2.300 policiais militares que não trabalham na Polícia Militar.
Fazendo uma conta rápida, considerando que Oficiais e Praças estão fora da Polícia Militar e arbitrando um salário médio de R$ 2.000,00 para cada um.
R$ 2.000,00 x 2.300= R$ 4.600.000,00 por mês.
O dinheiro público estadual estaria gastando quatro milhões e seiscentos mil reais por mês para pagar Policiais Militares que não trabalham na Instituição, não atuam no policiamento ostensivo nas ruas e isso arbitrando um salário médio de R$ 2.000,00 para os 2.300 que estão fora – que pode ser maior.
E por ano, quanto estaria sendo gasto:
R$ 4.600.000,00 x 12 = R$ 55.200.000,00.
Cinquenta e cinco milhões e duzentos mil reais.
Isso é paradoxal!
Nesse espaço eu tenho afirmado insistentemente que dinheiro público é o dinheiro de todos nós, o que parece uma afirmação desnecessária do óbvio, entretanto não podemos esquecer que muitos de nós acreditam que o dinheiro público não é de ninguém.
Uma crença provavelmente resultante da existência dos nossos analfabetos e da proliferação dos nossos analfabetos funcionais, um percentual alarmante.
Estamos abortando cérebros, bem disse o Senador Cristóvam Buarque, diante do nosso ensino público.
Essa errônea e absurda interpretação deve ser combatida por todos nós e em todos os momentos.
Não podemos nos calar, aceitar passivamente esse quadro, como se nada pudesse ser feito para mudar.
Os escândalos políticos relativos aos desvios do dinheiro público se sucedem e nós estamos perdendo a capacidade de nos indignar.
E agindo assim não nos interessamos pela gestão do dinheiro público – o nosso dinheiro – o que facilita sobremaneira os desvios, a gestão fraudulenta.
Vigiar é preciso, sobretudo em um país como o Brasil, onde “levar vantagem em tudo” foi transformado em uma “lei”, um direito dos costumes.
Na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ) eclodiu um escândalo de funcionários “fantasmas” e de bolsas educação.
Deveríamos perguntar inicialmente porque funcionários da ALERJ têm direito a bolsa educação e os funcionários públicos estaduais não possuem o mesmo direito?
Os soldados da Polícia Militar que arriscam a vida em defesa da sociedade fluminense não têm esse direito, apenas para citar um exemplo.
A seguir questionar como os funcionários da ALERJ responsáveis pelo departamento pessoal não perceberam os “fantasmas” e sobretudo, as suas proles todas numerosas?
Alguém de carne e osso deve ser responsável por esse controle ou será que o responsável também é um “fantasma”?
Todos nós precisamos questionar porque o dinheiro público sempre é insuficiente para valorizar os funcionários públicos concursados do poder executivo (policiais, médicos e professores) e se multiplica indefinidamente para pagar excelentes salários e conceder vantagens nos poderes judiciário e legislativo?
O dinheiro público é nosso!
Nós precisamos vigiar a sua gestão e para isso precisamos estar mobilizados.
Juntos Somos Fortes!
Um soldado da Polícia Militar não pode continuar recebendo R$ 30,00 por dia para arriscar a sua vida em defesa da sociedade fluminense.
Isso é um absurdo!

JUNTOS SOMOS FORTES!


CIDADÃO VIGIE A GESTÃO DO SEU DINHEIRO!



PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
CIDADÃO BRASILEIRO PLENO

4 comentários:

Anônimo disse...

GREVE DOS DELEGADOS E DOS POLICIAIS MILITARES DA PARAIBA

Cássio volta à Paraíba e define hoje agenda com prefeitos e policiais grevistas.

(08-04-2008). Cássio Cunha Lima desembarcou esta madrugada em João Pessoa, depois de encontro com os colegas nordestinos com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com a assessoria do Palácio da Redenção, ao longo do dia o governador definirá a agenda com os prefeitos dos municípios atingidos pelas chuvas.

Cunha Lima também deve acertar hoje o encontro que terá com delegados e policiais (civis e militares) para negociar o fim da greve. O governador decidiu tomar a frente das negociações depois do fracasso das tentativas empreendidas pelos secretários Eitel Santiago (Segurança Pública) e Gustavo Nogueira (Administração).

Com os prefeitos, o governador deve discutir como serão divididos os recursos liberados ontem por Lula. A Medida Provisória baixada pelo presidente prevê liberação de R$ 613,7 milhões, que serão rateados entre os estados atingidos pelas chuvas.

WSCOM Online

Anônimo disse...

Dizem que a violencia gera violencia....mas na verdade A VIOLENCIA CESSA A VIOLENCIA
Estamos muito "cheio de dedos" com esta "Administração" esta mais do que provado a imcompetencia desses Governantes, a dengue tai ou melhor sempre esteve só que não havia sido divulgado...parem para pensar..PAN...CARNAVAL....Ora Srs..meu filho esteve doente e eu o levei para o HPM e não tinha Pediatra....tive que sair de Niteroi para leva-lo ao Pronto Socorro no Rio devido aos medicos estarem pedindo Baixa devido aos Salarios...eu pergunto e o que são descontados em nossos minguados salarios....????para onde esta indo esse dinheiro ????
Assim como a Dengue outras coisas irão aparecer....Não da para esconderem por muito tempo....espero que não seja tarde demais

Anônimo disse...

ESTAMOS INDICANDO A LEITURA DESTE ESCLARECEDOR ARTIGO PARA TODA A NOSSA LISTA.
PARABÉNS PELA CLAREZA DO TEXTO!

Anônimo disse...

Peço a Deus CMDO para que o Sr e seus seguidores não desistam, mesmo com todas as pressões que possam surgir, afinal, atualmente, por nós, só o sr...

Deus lhe abençoe!

Abrs!