segunda-feira, 7 de abril de 2008

INSEGURANÇA PÚBLICA

Na edição dessa segunda-feira, 7 de abril de 2008, o jornal “O Globo” apresenta como “TEMA EM DISCUSSÃO: PRISÃO E SEGURANÇA”.
A “OUTRA OPINIÃO”, tendo como título “TESE INÓCUA” é de autoria do advogado José Luís Oliveira Lima.
A “NOSSA OPINIÃO” (O GLOBO) tem como título “SISTEMA INEFICIENTE” e destaco para comentar o primeiro parágrafo, aconselhando a leitura da íntegra dos dois artigos:
“ A profunda crise de segurança pública por que passa o país tem várias facetas. Há deficiências gritantes numa polícia que mata quase na mesma proporção em que morre, e que pouco elucida crimes; há um complexo prisional deficiente, muitas vezes desumano, e subdimensionado para o número de mandados de prisão existentes (a rede de presídios teria de ser duplicada para abrigar todos os condenados); e há um Código Penal defasado, com um sistema de execução das condenações no mínimo equivocado.”
Diante do contido nesse parágrafo faço um convite à reflexão.
Respeitando todas as opiniões sobre o tema, não podemos discordar frontalmente do conteúdo do parágrafo sob pena de fugirmos da realidade, porém a grande questão reside no fato de que essas “verdades” são nossas velhas conhecidas.
Há quanto tempo conhecemos as afirmações contidas no texto destacado?
E o que fizéssemos para mudar essa realidade: “a profunda crise de segurança pública por que passa o país?”
No Rio de Janeiro, essa crise existe em toda a sua plenitude e existe há muito tempo, sendo injusto culpar um único governo pelo quadro de insegurança pública que vivenciamos.
Entretanto, temos que começar a reverter esse quadro, caso contrário o agravamento da crise seguirá nos apartando cada vez mais da cidadania.
O simples direito de ir e vir pelas ruas da cidade não poderá ser exercido e estaremos condenados a uma reclusão forçada em nossas residências, com muros altos, sistemas de câmeras, janelas gradeadas, portões e portas reforçadas.
Isso sem falar no “APOIO” circulando pela rua onde está situada a nossa residência, o nosso “bunker”.
Não adianta ficarmos repetindo constatações indefinidamente, precisamos mudar essa realidade.
O tempo é de ação e para que possamos agir de forma eficaz, precisamos nos mobilizar para começar a enfrentar “a profunda crise de segurança pública por que passa o país”.
Proponho que como sociedade organizada comecemos a exigir a valorização do profissional de segurança pública, uma fórmula nunca tentada no Rio de Janeiro, como uma maneira de iniciarmos a reversão da situação.
Os nossos Policiais Militares responsáveis pelo “POLICIAMENTO OSTENSIVO E PELA PRESERVAÇÃO DA ORDEM PÚBLICA”, recebem os piores salários do Brasil, menos de R$ 30,00 (trinta reais) por dia para arriscar a vida em defesa da sociedade.
Os Policiais Civis responsáveis pela “POLÍCIA JUDICIÁRIA (INVESTIGATIVA) também recebem parcos salários.
Nunca é demais lembrar que profissionais não valorizados, nunca serão profissionais motivados.
Profissionais desmotivados, nunca serão colaboradores, serão empregados cumpridores de tarefas.
Pior não terão compromisso com a empresa e não estarão comprometidos com o sucesso da missão.
Insistindo em não valorizar os profissionais de segurança pública estaremos condenados a ter como responsáveis pela nossa segurança, profissionais inteiramente desmotivados.
Atualmente os policiais vivem se superando para encontrar forças para o cumprimento de suas missões, desgastados pela necessidade do segundo “emprego”.
Os Policiais Civis já foram às ruas informando ao cidadão fluminense sobre essa realidade cruel.
Os Policiais Militares e os Bombeiros Militares também foram às ruas, ordeira e pacificamente, para tornar ainda mais evidente a grave crise salarial vivenciada.
Oficiais e Praças, Coronéis e Soldados, exerceram o seu direito constitucional de livre expressão e bradaram essa verdade, os salários famélicos.
Fizemos a nossa parte.
A mídia noticiou amplamente todas essas manifestações e nenhum de nós pode dizer que desconhece a gravidade da situação.
Nós que vencemos o analfabetismo funcional, outra praga nacional, não podemos usar como defesa para a nossa omissão, o desconhecimento do fato.
Os policiais ganham muito mal!
E essa verdade faltou no artigo “SISTEMA INEFICIENTE”.
Para mudar esse quadro de insegurança cada um de nós deve se mobilizar.
Precisamos mobilizar a sociedade fluminense – o cliente - para que possamos melhorar a segurança pública.
E vamos começar com a valorização do profissional de segurança pública, o servidor público concursado, selecionado e treinado para servir e proteger o cidadão.
Vamos investir recursos públicos nos servidores públicos.
A valorização permitirá um melhor recrutamento e seleção, bem como uma melhor qualificação.
As inscrições de um novo concurso para ingresso na Polícia Militar de milhares de soldados estão abertas.
Um efetivo ainda maior significará menores chances de valorização através de salários justos, considerando a expressão sempre usada pelos governos, “o impacto na folha do aumento”.
Maior efetivo, maior impacto.
Sem valorização, sem motivação.
Aumentar o efetivo da Polícia Militar e da Polícia Civil seria a solução?
Respeitosamente, a minha resposta é não.
Cidadão Fluminense qual é a sua resposta?
Ou será que o problema não lhe diz respeito?


JUNTOS SOMOS FORTES!

POVO E POLÍCIA!




PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
CIDADÃO BRASILEIRO PLENO



3 comentários:

Anônimo disse...

Mais uma vez um grande órgão de comunicação social trata amadoristicamente o importante tema da Segurança Pública, e o faz através de "opiniões" as mais diversas, exceto dos especialistas e Segurança Pública.
Enquanto o Estado e a mídia continuarem a tratar a questão desta forma estarão reforçando práticas que de longa data se mostram ineficazes. Não surgiu ainda aquele que tentou "inovar", ou seja, VALORIZAR O PROFISSIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA para aumentar a sua eficiência, ao invés de apenas aumentar a quantidade de servidores desmotivados e de baixa produtividade. Essas "políticas" mostram claramente como estão "capacitados" aqueles que governam. Trocar QUALIDADE por QUANTIDADE é a contra-mão do gerenciamento de pessoal, afinal qual é o paradigma: a Suíça ou a China?


Turma 76

Anônimo disse...

Segunda, 7 de Abril de 2008 - 14h07

Greve das policias militar e civil é discutida em sessão especial na Câmara

O comando único de greve das policias Civil e Militar participou de sessão especial na Câmara Municipal de João Pessoa, no final da manhã desta segunda-feira (7), proposta pelos vereadores Aristávora Santos e João Almeida, oportunidade em que discutiram a situação da segurança pública e as reivindicações do movimento.

Em pronunciamento da tribuna, o presidente da Associação dos Policiais Civis, Flávio Emiliano, denunciou que auxiliares de serviço da Secretaria de Segurança e Defesa Social estariam atuando como agentes, sem que tenham qualquer preparo para o exercício da atividade.

A presidente da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar, Cabo Eliane Santos, denunciou perseguições que estariam sendo feitas contra seus companheiros de corporação.

Presentes à sessão, além dos vereadores João Almeida, Tavinho Santos, Geraldo Amorim, Luciano Cartaxo e Paula Frassinete, o presidente do Clube dos Oficiais da Polícia Militar, Coronel Francisco de Assis; o coronel Gonçalves de Sá, representando a Caixa Beneficente da Polícia Militar; o presidente do Sindicato dos Delegados da Polícia Civil do Estado, Isaias Olegário; o delegado Nélio Carneiro; o presidente da Associação dos Policiais Civis da Paraíba, Flávio Emiliano e a presidente da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar, cabo Eliane Santos.

O presidente do Clube dos Oficiais do Estado da Paraíba, coronel Francisco, disse que apesar das perspectivas de contraproposta o indicativo de greve continua para os policiais militares. Os policiais civis, enquanto isso, mantêm as atividades em apenas 30%.

Os membros do Comando Único de Greve informaram, na oportunidade, que no último final de semana, lideranças e representantes dos policiais participaram de reunião com membros do Governo do Estado.

"No próximo domingo, teremos uma mobilização na Micarande, em Campina Grande. Nesta terça-feira (8), a Polícia Militar fará uma assembléia geral à tarde. Na quarta-feira (9), faremos uma mobilização em Patos, mas mantive contato com o Coronel Kélson Chaves, comandante da PM, informando que eles estão trabalhando com uma proposta que deverá ser apresentada ainda no decorrer da semana", disse o Coronel Francisco.

Ele acrescentou ter informações de que o próprio governador Cássio Cunha Lima iria receber as lideranças dos policiais no Palácio da Redenção. "O governador quer receber o comando unificado da PM e Civil, porque a informação é que ele mesmo quer negociar", acrescentou. É possível que já na terça-feira haja esse encontro entre Cássio e os militares.

Os policiais civis e militares reivindicam que governo envie para apreciação da Assembléia, a Lei Orgânica dos policiais civis, que trata do Plano de Cargos da categoria. A PM também reivindica a elaboração de lei sobre remuneração dos militares, para acabar com o excessivo número de gratificações, unificando assim a política de salários para a corporação.

Segundo o presidente do Clube dos Oficiais, na reunião ocorrida ainda na sexta-feira passada, a Secretaria de Administração informou que uma planilha de custos está sendo analisada.

O coronel Francisco informou que a programação de protestos do movimento permanece. "Amanhã (terça-feira), estaremos em Campina Grande, com uma mobilização na Praça da Bandeira e visita aos batalhões de polícia da região. Estamos mobilizando o grupo que já manifestou desejo de greve, mas aguardamos esta nova proposta do Governo", disse.

Anônimo disse...

PROGRAMAÇÃO DA SEGUNDA SEMANA DE GREVE DOS DELEGADOS DE POLÍCIA CIVIL DA PARAIBA.

ATENÇÃO TODOS DELEGADOS! comparecer às 11h00, dia 08-04-2008, na OAB, Joao Pessoa-PB.

Motivo: reunião com presidente da Adepol de Alagoas e NE para traçar metas sobre a greve.

Detalhe: em Alagoas o delegado vai ganhar salário inicial de R$ 15 mil!

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Dia 09-04-2008: todos os delegados em suas respectivas regionais.

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Dia 10-04-2008: todos os delegados às 18h, em frente à CAVESA (veiculos), Campina Grande.

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O Comparecimento de todos é imprescindivel para a manutenção da greve.

Haverá lista de freqüência para saber quem não está ajudando na greve.

Delegados, levem 1 kg de alimento nao perecivel!