terça-feira, 11 de janeiro de 2011

TRÁFICO VOLTA AO ALEMÃO. E DAÍ? O OBJETIVO NÃO É ACABAR COM O TRÁFICO.

Comércio de drogas volta à ativa em favelas do complexo; na Vila Cruzeiro, polícia investiga dois assassinatos cometidos por traficantes
Pedro Dantas - O Estado de S.Paulo
A Divisão de Homicídios (DH) da Polícia Civil do Rio investiga pelo menos dois assassinatos que seriam represálias do tráfico de drogas na Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, zona norte do Rio, mesmo após a ocupação do conjunto de favelas pela Força de Pacificação, composta por paraquedistas do Exército e por policiais militares. Documentos confidenciais do Centro de Inteligência do Exército (CIE) também apontam que o tráfico de drogas voltou ao Complexo do Alemão.
A forma de atuação dos traficantes mudou, mas na Favela da Galinha um relatório aponta que homens armados mantêm uma boca de fumo itinerante. Para evitar prisões, o tráfico conta com alguns mototaxistas, que trabalham como olheiros. O documento do Exército aponta que em algumas bocas o usuário tem de dizer a senha ("onde estão os amigos?") para comprar entorpecentes.
As mortes dos dois moradores, um baleado e outro a pauladas, na Vila Cruzeiro também estão sendo investigadas pela polícia. "A parte baixa está ótima, mas na parte alta da favela alguns moradores contaram que houve cobrança do tráfico", disse um morador da Vila Cruzeiro.
Os relatórios do Exército mostram que o tráfico voltou em várias localidades do conjunto de favelas. Um informe aponta que uma boca de fumo funciona atrás do depósito de uma loja na localidade conhecida como Skol, na Favela da Fazendinha.
Na mesma favela, nas localidades conhecidas como "Casinhas" e "Campo do Seu Zé", os traficantes também instalaram bocas de fumo. Recentemente, outro informe apontava que homens em um Corolla monitoravam o posicionamento dos homens do Exército.
Precariedade. Uma preocupação do Comando da Brigada de Infantaria Paraquedista é com o ânimo da tropa. Alguns soldados estão trabalhando há 40 dias na ocupação do Complexo do Alemão e na Vila Cruzeiro. As instalações para as tropas também estão precárias.
Na melhor delas, instalada em uma sala da estação do teleférico no Morro do Adeus, a base se resume a vários colchões espalhados no chão e cópias de fotos de traficantes do Complexo do Alemão procurados pela polícia coladas nas paredes. Não há local próprio para refeições e apenas garrafas de água estão à disposição dos militares.
Invasão. Com blindados e fuzileiros navais, a polícia invadiu o Alemão em 28 de novembro. Três dias antes, a TV exibiu a fuga de 200 homens da Vila Cruzeiro para Grota, no Alemão. Após a divulgação das imagens, 180 homens da Polícia Civil e da Polícia Federal, 190 PMs e 800 homens do Exército cercaram o Alemão.
PONTOS-CHAVE
Ataque inicial
Sob ordens de criminosos presos na Penitenciária Federal de Catanduvas (PR), traficantes do Rio fazem arrastões, queimam carros e assustam a população carioca no fim de novembro.
Reação
No dia 24, o Bope invadiu quatro comunidades da Penha. No dia seguinte, blindados da Marinha dão apoio à ocupação policial da Vila Cruzeiro. Três dias depois, Complexo do Alemão é invadido.
Resultado
37 traficantes morreram em todos os dias de operação, segundo balanço da polícia. Pelo menos 130 pessoas foram presas.
COMENTO:
Os super GPAEs, as denominadas UPPs, segundo o governo Sérgio Cabral não têm como objetivo acabar com o tráfico de drogas nas comunidades carentes do Rio de Janeiro. Evitar a exibição de armas pelos traficantes de drogas nessas comunidades e implantar programas sociais são os principais interesses governamentais.
Diante de tal realidade, não existe o que estranhar com a volta da venda de drogas no Complexo do Alemão, ela também ocorre em comunidades nas quais UPPs foram implantadas, como a mídia já noticiou, mesmo que timidamente.
Infelizmente, estamos caminhando para uma homeostase nas comunidades, um equilíbrio entre a forte presença policial e a continuidade da venda de drogas, entre outros ilícitos, algo impossível de conceber antes do governo Sérgio Cabral.
No Rio de Janeiro, o exemplo crônico desse tipo de convivência pacífica é o ilícito do jogo dos bichos, que convive harmonicamente com o Estado.
Outra rotina que se instalou no Rio com o atual governo é a transferência de criminosos para a ocupação com os super GPAEs, como voltou a acontecer na Vila Cruzerio e no Complexo do Alemão. A mídia dava conta que só no Complexo do Alemão existiriam mais de 600 traficantes, mas apenas 130 foram detidos (e não presos), como a mídia pode constatar obtendo dados sobre quantos foram autuados em flagrante e quantos tinha contra si mandados de prisão. Assim, a mídia obterá o número de quantos ficaram presos, realmente.
Diante do exposto, não existe o que estranhar com a volta da venda de drogas no Alemão após a ocupação, isso é plenamente aceitável pelo governo.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO

2 comentários:

Anônimo disse...

EXISTE UMA GRANDE DIFERENÇA NESSE CASO ENTRE A POLÍCIA E O EXERCITO:
NO CASO DO EXERCITO O GENERAL QUE COMANDA A TROPA ESTÁ EXTREMAMENTE PREOCUPADO COM,ALÉM DO MORAL DA TROPA COM AS CONDIÇÕES PRECARÍSSIMAS EM QUE OS SOLDADOS DORMEM,SE ALIMENTAM,COM O BAIXO SALÁRIO QUE OS SOLDADOS RECEBEM, O QUE PODE GERAR ALGUM FUTURO,DESVIO DE CONDUTA.
COISA QUE NA POLICIA MILITAR AS AUTORIDADES NUMCA SE PREOCUPARAM EM PENSAR,POIS PENSAM NÊLES,DEPOIS NELES,DEPOIS NELES,DURANTE 24 Hs E SE SOBRAR UM TEMPINHO CONTINUAM PENSSANDO DA MESMA FORMA

Anônimo disse...

O anônomo resume o pensamento da tropa. parabéns.