Dá-lhe Rigoni!
Ser tricolor é uma história familiar com mais de cem anos, embora o mais novo Paúl tenha optado por ser um vibrante rubro-negro.
O domingo no Maracanã era um programa que reunia três gerações de tricolores. Eu, meu pai (Professor Vicente) e meu avô (Seu Paúl). Não usávamos camisas e nem bandeiras, a única identificação clubistica eram as almofadas tricolores, indispensáveis para garantir um mínimo de conforto. No intervalo dos jogos, invariavelmente, o lanche era um cachorro da Geneal com um copo de Mate Leão, com ou sem limão.
O trio dava sorte ao tricolor, era muito raro sairmos derrotados do “Maraca”, isso nas décadas de setenta e de oitenta.
As nossas idas foram freqüentes até mesmo quando o Seu Paúl ficou praticamente cego e nos acompanhava pelo prazer, pois na verdade ele “assistia” o jogo ouvindo o rádio de pilha.
Seu Paúl subiu primeiro, isso afastou a mim e a meu pai das arquibancadas.
Em 1996, o Professor Vicente concluiu seu ciclo e as minhas idas aos estádios foram interrompidas, algo que só reiniciei na companhia de meu filho, mas de forma muito tímida, rara posso afirmar.
Eu aprendi muito sobre futebol nas arquibancadas, pois no campo sempre fui um perna de pau.
Aprendi que um time campeão precisa ter:
- um goleiro que agarre muito, quando o time não pode levar gols. Frangos são aceitáveis em jogos ganhos.
- um artilheiro que não perca gols em momentos decisivos, mesmo que feitos de canela.
- um jogador acima da média.
- uma boa dose de sorte, sem esse detalhe, os outros de nada adiantam.
Um time de craques, sem sorte, não ganha nada.
O Fluminense acabou de se sagrar campeão brasileiro, uma vitória que estava escrita mil anos antes do paraíso, era inevitável.
O Sobrenatural de Almeida assistiu o triunfo, pois quando tudo se desenhava de forma perigosa, com o time jogando muito mal. A bola sobra, um chute e ela caprichosa passa por entre as pernas do goleiro adversário. Ela parecia ter nos abandonado no momento decisivo, como ocorreu na Libertadores e na Sulamericana, mas lá ela estavano Engenhão, a sorte dos campeões,
Na verdade, considerando os elementos indispensáveis, o tricolor só teve ao seu lado dois: um jogador acima da média (Conca) e a sorte.
Não que o título não tenha sido merecido, foi muito merecido, não podemos esquecer que o campeão jogou a maior parte do campeonato sem os seus principais jogadores e ainda deu para ganhar.
Na verdade, embora a vitória possa parecer apertada, pequena a diferença de pontos, essa foi uma conquista à la Rigoni.
Rigoni, o jóckey famoso, colocava o chicote em baixo do braço, antes da linha de chegada, quando os adversários não podiam mais alcançá-lo.
Na verdade, o Fluminense já tinha colocado o chicote em baixo do braço há muito tempo, quem sabe a mil anos antes do Paraíso.
Estava escrito.
lembrei de Rigoni em face das corridas de cavalo serem na época uma outra paixão da dupla Seu Paúl-Professor Vicente, amigos extraordinários com os quais divido esse triunfo.
Hoje, nós estamos em festa.
Dá-lhe Rigoni!
Somos tricolores de coração há mais de cem anos.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO
Ser tricolor é uma história familiar com mais de cem anos, embora o mais novo Paúl tenha optado por ser um vibrante rubro-negro.
O domingo no Maracanã era um programa que reunia três gerações de tricolores. Eu, meu pai (Professor Vicente) e meu avô (Seu Paúl). Não usávamos camisas e nem bandeiras, a única identificação clubistica eram as almofadas tricolores, indispensáveis para garantir um mínimo de conforto. No intervalo dos jogos, invariavelmente, o lanche era um cachorro da Geneal com um copo de Mate Leão, com ou sem limão.
O trio dava sorte ao tricolor, era muito raro sairmos derrotados do “Maraca”, isso nas décadas de setenta e de oitenta.
As nossas idas foram freqüentes até mesmo quando o Seu Paúl ficou praticamente cego e nos acompanhava pelo prazer, pois na verdade ele “assistia” o jogo ouvindo o rádio de pilha.
Seu Paúl subiu primeiro, isso afastou a mim e a meu pai das arquibancadas.
Em 1996, o Professor Vicente concluiu seu ciclo e as minhas idas aos estádios foram interrompidas, algo que só reiniciei na companhia de meu filho, mas de forma muito tímida, rara posso afirmar.
Eu aprendi muito sobre futebol nas arquibancadas, pois no campo sempre fui um perna de pau.
Aprendi que um time campeão precisa ter:
- um goleiro que agarre muito, quando o time não pode levar gols. Frangos são aceitáveis em jogos ganhos.
- um artilheiro que não perca gols em momentos decisivos, mesmo que feitos de canela.
- um jogador acima da média.
- uma boa dose de sorte, sem esse detalhe, os outros de nada adiantam.
Um time de craques, sem sorte, não ganha nada.
O Fluminense acabou de se sagrar campeão brasileiro, uma vitória que estava escrita mil anos antes do paraíso, era inevitável.
O Sobrenatural de Almeida assistiu o triunfo, pois quando tudo se desenhava de forma perigosa, com o time jogando muito mal. A bola sobra, um chute e ela caprichosa passa por entre as pernas do goleiro adversário. Ela parecia ter nos abandonado no momento decisivo, como ocorreu na Libertadores e na Sulamericana, mas lá ela estavano Engenhão, a sorte dos campeões,
Na verdade, considerando os elementos indispensáveis, o tricolor só teve ao seu lado dois: um jogador acima da média (Conca) e a sorte.
Não que o título não tenha sido merecido, foi muito merecido, não podemos esquecer que o campeão jogou a maior parte do campeonato sem os seus principais jogadores e ainda deu para ganhar.
Na verdade, embora a vitória possa parecer apertada, pequena a diferença de pontos, essa foi uma conquista à la Rigoni.
Rigoni, o jóckey famoso, colocava o chicote em baixo do braço, antes da linha de chegada, quando os adversários não podiam mais alcançá-lo.
Na verdade, o Fluminense já tinha colocado o chicote em baixo do braço há muito tempo, quem sabe a mil anos antes do Paraíso.
Estava escrito.
lembrei de Rigoni em face das corridas de cavalo serem na época uma outra paixão da dupla Seu Paúl-Professor Vicente, amigos extraordinários com os quais divido esse triunfo.
Hoje, nós estamos em festa.
Dá-lhe Rigoni!
Somos tricolores de coração há mais de cem anos.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO
5 comentários:
Parabéns à todos os torcedores do Fluminense Futebol Clube campeão do brasileiro de 2010.
Muito boa a sua narração familiar meu amigo.
Abraços e JUNTOS SOMOS FORTES.
Caro Cel. Paúl:
Sou uma Vascaína vinda de uma família de tricolores. Coisas da vida...
Nesse momento, tenho certeza que toda nossa família Antunes (os que já se foram e os que hoje vivem fora do Rio de Janeiro), estão vibrando intensamente!
Com saudades de minha infância,e lembrando das terríveis narrações esportivas pelo rádio, pois as crianças não podiam nem falar para não atrapalhar, estou feliz também... O Fluminense fez parte de minha infância e começo de adolescência!
(HOJE, SE VIVO FOSSE, SERIA UM DIA EM QUE MEU PAI LEVARIA CHAMPANGNE ATÉ A CASA DE MINHA TIA PARA COMEMORAR!)
Abraço fraterno,
CHRISTINA ANTUNES FREITAS
É bem verdade que o Washington ainda tentou "perder" AQUELE GOL, MAS O BRAÇO DO ZAGUEIRO COLOCOU A BOLA NOS PÉS DO SHEIK.
Quem pagou "mico" foi o curingão. Não fez o dever de casa e cedeu o vice campeonato ao excelente Cruzeiro!
Caro coronel,parabéns pelo campeonato do fluminense, mas daí falar que é tricampeão, há uma distância enorme, não vale título de 70 e nem da série C, o campeonato brasileiro começou em 71, abraços
Grato pelos comentários.
Sem dúvida, todos os títulos nacionais valem e não só para o Flu. O fato do campeonato nacional mudar de nome, não significa que é um novo campeonato. Mas isso não é importante, o importante é o atual campeonato.
Juntos Somos Fortes!
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