Baseado em fatos reais, produzo vertiginosas ficções.
A banda podre das instituições policiais já era bem desenvolvida quando eu entrei na Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, isso no início de 1979.
Eu não tinha um histórico familiar na PMERJ, nem amigo na corporação e os três anos na Escola de Formação de Oficiais pouco ensinaram sobre a vida prática nos quartéis, assim sendo, cheguei à tropa não conhecendo quase nada sobre a realidade das bandas podres.
Confesso que foi um grande choque descobrir a força e a dimensão das bandas podres policiais, uma realidade que incomodou muito ao jovem Tenente de Polícia da época.
Lutar contra essa “organização criminosa” que funciona dentro das instituições policiais do Rio de Janeiro, não é tarefa fácil, além disso, é muito perigosa.
Você tem que agir como muita sabedoria, pois necessariamente convive diariamente com os integrantes do inimigo número das instituições policiais.
Normalmente, os integrantes das bandas boas se utilizam de duas estratégias para sobreviverem ao martírio. Lutar contra, o que quase sempre se constitui em ações para prejudicar a desenvoltura da banda podre, pois é muito difícil comprovar as ações deletérias de um grupo numeroso sem os recursos técnicos indispensáveis. Sair da linha de frente operacional, buscar uma transferência para um órgão de apoio.
Eu agi nessa direção lutei e busquei refúgio nos órgãos de ensino até atingir o posto de Capitão, quando resolvi partir para o enfrentamento direto.
Atuei na área correcional da Polícia Militar por cerca de dez anos, um terço da minha carreira, portanto, conheço alguma coisa sobre as bandas podres.
A minha experiência pessoal somei uma convivência de quase três anos com o Chefe da PM-2, o serviço reservado da PMERJ, com o qual atuei em conjunto em várias missões e com quem conversei diariamente no período de 2005-2008, quando exerci a função de Corregedor Interno e onde recebi mais de uma ameaça contra a minha vida.
As bandas podres foram avançando nas instituições, não lembro de nenhum período em que elas tenham se retraído fortemente, mas sem qualquer dúvida a grande explosão das bandas podres ocorreu quando a política invadiu definitivamente os quartéis e as delegacias, após a reabertura política.
A união das duas bandas podres, a da política com a das polícias, criou um quadrilhão que foi tomando todos os espaços e que só não cresceu mais ainda, em razão das lutas internas dos grupos.
Tudo funciona com grande simplicidade, a banda podre da política nomeia comandantes de batalhões e delegados titulares das delegacias, pronto, a partir desse ponto basta que os comandantes e os delegados estruturem as suas equipes para que a empresa produza.
Cabe destacar um aspecto interessante, quando ocorrem as danças das cadeiras, as equipes seguem seus chefes para as novas unidades, ou seja, continua tudo igual, só muda o cenário.
Tentar detê-los era uma luta desigual, a força é muito grande destas organizações. Eu fiz tudo que estava ao meu alcance. Aliás, penso que fui até um pouco mais longe do que se podia de exigir de mim.
Trabalhei para introduzir a proatividade na Corregedoria Interna e dobrar a área correcional da PMERJ, duas vitórias ao longo desta guerra.
Consegui arrancar a criação do Gabinete Geral de Assuntos Internos, um órgão que coordenaria a Corregedoria e a Diretoria de Assuntos Internos, órgão destinado a investigar denúncias contra Comandantes, Chefes e Diretores. O ataque precisa ser de cima para baixo. Infelizmente, a nossa exoneração pelo governo estadual, em janeiro de 2008, fez com que o GGAI nunca fosse operacionalizado, virou letra morta no papel.
A formação do grupo dos Coronéis Barbonos foi a maior conquista. A criação de um grupo de Coronéis de Polícia que pudesse fortalecer um comandante geral honesto para enfrentar as bandas podres.
O resultado desta batalha é de domínio público. O comandante geral honesto e competente foi exonerado; todos os Barbonos foram exonerados; transferidos para a DGP sem função; uns desistindo de continuar na ativa e outros foram aposentados compulsoriamente, após o governo Sérgio Cabral ter diminuído em dois anos o tempo de permanência na ativa.
Os últimos dias no Rio de Janeiro têm demonstrado a força das bandas podres, uma força que nem a imprensa quer enfrentar, imprensa que também tem a sua banda podre, diga-se de passagem.
Cidadão, mantido o status quo, não existe qualquer esperança da população ter a sua disposição uma segurança pública de qualidade.
Nenhuma chance.
As bandas podres estão por cima da carne seca.
Baseado em fatos reais, produzo vertiginosas ficções.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO
A banda podre das instituições policiais já era bem desenvolvida quando eu entrei na Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, isso no início de 1979.
Eu não tinha um histórico familiar na PMERJ, nem amigo na corporação e os três anos na Escola de Formação de Oficiais pouco ensinaram sobre a vida prática nos quartéis, assim sendo, cheguei à tropa não conhecendo quase nada sobre a realidade das bandas podres.
Confesso que foi um grande choque descobrir a força e a dimensão das bandas podres policiais, uma realidade que incomodou muito ao jovem Tenente de Polícia da época.
Lutar contra essa “organização criminosa” que funciona dentro das instituições policiais do Rio de Janeiro, não é tarefa fácil, além disso, é muito perigosa.
Você tem que agir como muita sabedoria, pois necessariamente convive diariamente com os integrantes do inimigo número das instituições policiais.
Normalmente, os integrantes das bandas boas se utilizam de duas estratégias para sobreviverem ao martírio. Lutar contra, o que quase sempre se constitui em ações para prejudicar a desenvoltura da banda podre, pois é muito difícil comprovar as ações deletérias de um grupo numeroso sem os recursos técnicos indispensáveis. Sair da linha de frente operacional, buscar uma transferência para um órgão de apoio.
Eu agi nessa direção lutei e busquei refúgio nos órgãos de ensino até atingir o posto de Capitão, quando resolvi partir para o enfrentamento direto.
Atuei na área correcional da Polícia Militar por cerca de dez anos, um terço da minha carreira, portanto, conheço alguma coisa sobre as bandas podres.
A minha experiência pessoal somei uma convivência de quase três anos com o Chefe da PM-2, o serviço reservado da PMERJ, com o qual atuei em conjunto em várias missões e com quem conversei diariamente no período de 2005-2008, quando exerci a função de Corregedor Interno e onde recebi mais de uma ameaça contra a minha vida.
As bandas podres foram avançando nas instituições, não lembro de nenhum período em que elas tenham se retraído fortemente, mas sem qualquer dúvida a grande explosão das bandas podres ocorreu quando a política invadiu definitivamente os quartéis e as delegacias, após a reabertura política.
A união das duas bandas podres, a da política com a das polícias, criou um quadrilhão que foi tomando todos os espaços e que só não cresceu mais ainda, em razão das lutas internas dos grupos.
Tudo funciona com grande simplicidade, a banda podre da política nomeia comandantes de batalhões e delegados titulares das delegacias, pronto, a partir desse ponto basta que os comandantes e os delegados estruturem as suas equipes para que a empresa produza.
Cabe destacar um aspecto interessante, quando ocorrem as danças das cadeiras, as equipes seguem seus chefes para as novas unidades, ou seja, continua tudo igual, só muda o cenário.
Tentar detê-los era uma luta desigual, a força é muito grande destas organizações. Eu fiz tudo que estava ao meu alcance. Aliás, penso que fui até um pouco mais longe do que se podia de exigir de mim.
Trabalhei para introduzir a proatividade na Corregedoria Interna e dobrar a área correcional da PMERJ, duas vitórias ao longo desta guerra.
Consegui arrancar a criação do Gabinete Geral de Assuntos Internos, um órgão que coordenaria a Corregedoria e a Diretoria de Assuntos Internos, órgão destinado a investigar denúncias contra Comandantes, Chefes e Diretores. O ataque precisa ser de cima para baixo. Infelizmente, a nossa exoneração pelo governo estadual, em janeiro de 2008, fez com que o GGAI nunca fosse operacionalizado, virou letra morta no papel.
A formação do grupo dos Coronéis Barbonos foi a maior conquista. A criação de um grupo de Coronéis de Polícia que pudesse fortalecer um comandante geral honesto para enfrentar as bandas podres.
O resultado desta batalha é de domínio público. O comandante geral honesto e competente foi exonerado; todos os Barbonos foram exonerados; transferidos para a DGP sem função; uns desistindo de continuar na ativa e outros foram aposentados compulsoriamente, após o governo Sérgio Cabral ter diminuído em dois anos o tempo de permanência na ativa.
Os últimos dias no Rio de Janeiro têm demonstrado a força das bandas podres, uma força que nem a imprensa quer enfrentar, imprensa que também tem a sua banda podre, diga-se de passagem.
Cidadão, mantido o status quo, não existe qualquer esperança da população ter a sua disposição uma segurança pública de qualidade.
Nenhuma chance.
As bandas podres estão por cima da carne seca.
Baseado em fatos reais, produzo vertiginosas ficções.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO
3 comentários:
Repassando
O atacante Adriano surpreendeu ao jogar a última partida pela Roma com o número 105 na camisa. Questionado pelos repórteres, Adriano teria dito se tratar de uma “mensagem codificada para alguns amigos que estão passando por problemas”.
105 em Romanos = CV (comando vermelho)
Cel Paul o senhor apenas enxugou gelo!
O Adriano é uma tristeza.
Eu enxuguei gelo?
Penso que mal. Talvez seja mais apropriado afirmar que evitaram que eu congelasse a banda podre da PM.
Juntos Somos Fortes!
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