domingo, 17 de outubro de 2010

O DESABAFO DE UM CIDADÃO CONTRA A MÍDIA ou A MÍDIA DEVE RESPEITAR A VIDA DOS CIDADÃOS FLUMINENSES.

O jornal O Globo publica neste domingo uma longa reportagem sobre os votos obtidos por Sérgio Cabral (PMDB) nas regiões onde foram implantadas as UPPs :
- BOA DE SEGURANÇA, BOA DE URNA (leia).
O Globo repete o mote da matéria histórica sobre a força das milícias nas eleições de 2006, quando Sérgio Cabral (PMDB) foi eleito, desta vez tendo as UPPs como parâmetro, a força das UPPs.
A reportagem demonstra que Cabral mais do que dobrou a sua votação obtida em 2006 nas áreas dominadas pelas UPPs, algo esperado. Penso que O Globo deva buscar também a votação de Sérgio Cabral (PMDB) nas regiões ainda dominadas pelas milícias, para que possamos traçar um paralelo entre 2006 e 2010, com relação às milícias.
Cabral teve mais votos ou menos votos nas regiões ainda dominadas pelas milícias?
A reeleição de Sérgio Cabral merece um estudo minucioso dos analistas políticos, considerando os péssimos serviços públicos prestados para o povo fluminense. A saúde, a educação e a segurança públicas passam por gravíssimos problemas, a população sofre, o que deveria impedir a reeleição de qualquer político, o que não aconteceu no Rio.
Antes de tratar do fenômeno UPPs, nós não podemos esquecer que Cabral não foi escolhido pela maioria do eleitorado do Rio, na verdade ele perdeu por mais de 1 milhão de votos, considerando o total de eleitores, como demonstramos no blog. Portanto, longe de ser o governador que o povo queria escolher, Cabral foi o que sobrou, considerando que Gabeira, Pelegrino e os outros não concorreram, apenas participaram.
Além disto, não podemos esquecer que "tiraram" Garotinho da disputa.
A diferença entre a campanha dos candidatos restantes ao governo foi abissal.
Cabral teve placas em todas as ruas do estado do Rio de Janeiro; milhares de cabos eleitorais, ganhando mais do que policiais, médicos e professores; milhões e milhões de panfletos/bandeiras e, o mais importante, apoio maciço da imprensa.
Gabeira, o segundo colocado, não teve um milionéssimo desta estrutura de campanha.
Não temo errar ao afirmar que para significativa parcela do eleitorado, Sérgio Cabral foi o único candidato conhecido para o Palácio Guanabara, assim sendo, acabou herdando os votos.
No caso específico das UPPs, era esperado que Cabral tivesse uma votação expressiva nas comunidades onde foram implantadas, todavia, não foi isto que fez as UPPs serem importantes para a reeleição, salvo melhor juízo, o número total de votos nestas regiões não era decisivo.
O mais importante com relação às UPPs foi a mídia destacar os benefícios para as comunidades assistidas e NUNCA mencionar os malefícios decorrentes da implantação, como um mero projeto eleitoral, para a maioria da população. A mídia foi fundamental, mostrou o lado bom, escondeu o lado péssimo, sobretudo, a simples e criminosa transferência dos traficantes de drogas e seus fuzis.
A mídia foi tão parceira de Cabral que nem os abusos cometidos contra os Policiais Militares do interior, que estão contra vontade nas UPPs, vivenciando uma série de problemas, foi alvo de uma reportagem. Nem a violação do Edital do concurso foi noticiada. E, olha que eu mandei diversos emails para todos os jornalistas, jornais e revistas da minha lista, informando todos os problemas.
Nada, não saiu uma linha.
Aliás, para não ser injusto, o jornal O Dia deu duas notas sobre a falta de talheres e a falta de água potável para os PMs na UPP do Andaraí.
A mídia elegeu Sérgio Cabral ao deixar de informar ao povo fluminense que os fuzis, as pistolas e as granadas que saiam calmamente das regiões onde foram implantadas as UPPs, terminariam na cara do povo fluminense das outras regiões do Rio de Janeiro.
Em termos de informação, a omissão foi um "crime" contra o povo.
Não adianta, agora, depois das eleições, ficar contabilizando os arrastões que ocorrem diariamente.
Melhor cobrar a prisão dos traficantes que deixaram o Morro dos Macacos e a apreensão de seus fuzis, exigindo que os traficantes passem a ser presos, quando da ocupação de outras comunidades.
Será que nenhum "especialista" da mídia ou contratado pela mídia podia prever o resultado atual?
Claro que sim, mesmo os que ficaram meia hora na Polícia Militar.
Não noticiaram porque não quiseram, eis a verdade.
Onde já se viu pacificar uma região SEM PRENDER OS TRAFICANTES e SEM APRENDER AS ARMAS?
Onde já se viu permitir a saída dos TRAFICANTES e suas armas de guerra, placidamente?
A mídia traiu o povo do Rio.
Caso a mídia tivesse noticiado a verdade sobre as UPPs, os moradores de todas as regiões onde as UPPs não foram (e não serão) implantadas UPPs VOTARIAM CONTRA CABRAL, obviamente.
E, o fundamental, o processo teria sido interrompido no nascedouro e não proliferado. Ao ocupar uma comunidade, o governo teria que prender os traficantes e apreender suas armas, não exportá-los para as áreas menos nobres do Rio, como CONTINUA acontecendo.
Eis a verdade sobre o efeito das UPPs nas eleições de 2010.
Por derradeiro, peço a mídia que faça uma pergunta ao governador reeleito:
- Governador, onde e quando as polícias enfrentarão os traficantes de drogas, considerando que o senhor prometeu implantar UPPs em todas as comunidades dominadas pelos traficantes?
Uma pegunta simples e lógica, tendo em vista que chegará um momento no qual os traficantes não terão mais para onde ir, tendo em vista o avanço das UPPs.
Por favor, não aceitem como resposta que eles estão arrumando emprego, isto é grosseiro.
Tenho certeza que os cidadãos fluminenses que moram nesta(s) comunidade(s) têm o direito de saber com antecedência a data da BATALHA FINAL, para que deixem logo o local, afinal, os próprios traficantes estão sendo avisados ANTES pelo governo para que possam sair, ordeiramente.
Afinal, Beltrame diz que obedece a um planejamento, portanto, sabe onde os traficantes ficarão encurralados ao final do processo.
Vamos lá, as eleições já passaram, perguntem!
O presente artigo será encaminhado por email a todos os jornalistas, jornais e revistas da minha lista.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO

Um comentário:

Anônimo disse...

Quando autoridades do Judiciário, por qualquer motivo, impedem a veiculação/publicação de alguma matéria, logo reclamam de cerceamento da liberdade de imprensa.
No caso do RJ quem teve o seu direito cerceado em troca de milhões em propaganda oficial, foi o povo.
O direito a verdade.
VERGONHOSO!!