quarta-feira, 27 de outubro de 2010

RIO, A CIDADE DO MEDO.


A população do Rio de Janeiro tem experimentado semanas de pânico com a violência que se instalou nas ruas após a transferência de traficantes de drogas, “organizada” pelo governo estadual, de uma região para outra considerada menos nobre, para o alcance de objetivos eleitoreiros.
Em termos de eleição o projeto UPP foi um sucesso completo, ninguém pode negar. Pena que para que isso fosse alcançado se fizesse necessária uma medida tão absurda quanto a transferência de traficantes e suas armas de guerra.
No nosso espaço nós avisamos constantemente o que estava acontecendo, mas a mídia só se preocupou em enaltecer as vantagens das UPPs, cobrindo até bailinhos realizados nas comunidades, enquanto o mal crescia diariamente.
Obviamente, não poderia dar certo.
Como ocupar uma comunidade dominada pelos traficantes sem prendê-los e sem apreender suas armas?
Deixá-los simplesmente sair para outra comunidade, como tem sido feito e como ocorreu também na última ocupação, a do Morro do Turano.
Para fazer isto não precisa de polícia, bastam os escoteiros como o Coronel de Polícia Príncipe bem definiu.
Qualquer governo anterior poderia ter feito isto, ocupar deixando os traficantes saírem ordeiramente. As ocupações não eram feitas exatamente pelo fato da necessidade de prender os traficantes e apreender as drogas, algo muito difícil sem o enfrentamento e seus ônus.
A dupla Cabral-Beltrame eliminou o enfrentamento, criaram a transferência de criminosos, como se fosse um convênio governo-tráfico. Eu aviso, vocês saem e ocupam outra comunidade, não ocorrem tiroteios, eu ocupo e ganho os votos da comunidade.
Agindo nesta linha irresponsável ocuparam mais de dez comunidades e não prenderam ninguém, nem apreenderam fuzis.
Por via de conseqüência, os traficantes e suas armas destas comunidades seguiram para outras comunidades da mesma facção, onde encontraram abrigo e de onde partem para aterrorizar as ruas do Rio, como ocorre diariamente.
E agora?
O governo seguirá implantando UPPs e transferindo traficantes ou irá começar a tentar prendê-los, como deveria ter feito desde o começo?
Se o governo seguir na linha irresponsável, o que farão o poder judiciário, o poder legislativo e o ministério público, continuarão inertes?
Espero que não.
O Rio vive o caos em termos de segurança pública.
A secretaria de segurança pública contrata falsários para gerir a operacionalidade das polícias.
A Polícia Civil apresenta índices baixíssimos de elucidação de homicídios e de roubos.
A Polícia Militar realiza um policiamento ostensivo ineficiente, com grande parte do efetivo imobilizado.
Os salários recebidos pelos Policiais Militares e Civis são os piores pagos no Brasil para as categorias e as condições de trabalho são sofríveis.
A desmotivação é total.
A segurança pública no Rio é um exemplo de como não deve ser gerida a segurança pública no Brasil.
Eis a verdade, todos os fatos relacionados são verdadeiros.
O caos é completo.
A população sofre.
A mídia, após as eleições, começa despertar ou a retirar a mordaça.
Vamos aguardar as mudanças que se mostram imperiosas.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO

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