POLICIAIS MILITARES E BOMBEIROS MILITARES, A GUERRA NÃO ESTÁ PERDIDA.

O coração de todos os Policiais Militares e Bombeiros Militares do Brasil está apertado, o ocorrido hoje na Câmara dos Deputados, diante da ameaça no sentido de que todas as PECs só sejam votadas após as eleições, trouxe a angústia para 700.000 lares espalhados pelo país.

Eles podem ter ferido de morte a esperança, mas não a mataram, bravos heróis sociais.

Permitam-me lembrar o que aconteceu no Rio de Janeiro, nos últimos três anos.

Praças e Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros iniciaram uma grande mobilização, criando o grupo dos 40 da Evaristo, que levaram as nossas aspirações para as ruas. Simultaneamente, um grupo de nove Oficiais do último posto, que ocupavam as principais funções da PMERJ, os Coronéis Barbonos divulgaram a histórica Carta dos Barbonos (Pro lege vigilanda) e uniram forças com os 40 da Evaristo nas ruas.

Acuado, o governador Sérgio Cabral, exonerou o comando geral e oitos dos nove Coronéis Barbonos, além disso, puniu e transferiu Praças e Oficiais da Polícia e do Corpo de Bombeiros Militar.

Não satisfeito, Cabral com a ajuda da ALERJ, cortou dois anos da carreira dos Coronéis Barbonos e deixou a todos meses sem função, na Diretoria Geral do Pessoal (“geladeira”).

Sofri uma série de represálias além dessas nos três anos que se passaram, adoeci, melhorei e continuei na luta.

Tais represálias fizeram que muitos saíssem das ruas e se afastassem das mobilizações, pelos mais diferentes motivos, porém, elas não puseram fim as nossas mobilizações.

Policiais e Bombeiros Militares, no Rio realizamos atos com milhares e com apenas dois, eu e o Excluído Fardado, um boneco articulado e feito de materiais descartáveis, que simboliza os Soldados da PM e do CBM, descartáveis para o governo.

No Rio, não desistimos e não desistiremos.

Dei o pontapé inicial no Rio na luta pela PEC 300, organizando e patrocinando a primeira Marcha do Rio, realizada no dia 30 de agosto de 2009, além disso, participei de quase todas as outras, inclusive nos outros municípios, a única exceção foi o ato de Saquarema.

Apesar de estar muito mobilizado para lutar pela PEC 300, nunca deixei de ter o foco também na luta no estado, cobrando de Sérgio Cabral o cumprimento da promessa de campanha de recuperar as nossas perdas salariais, que em 2008 totalizavam 54%.

Eu procurei alertar que nas reuniões e nesse espaço democrático que lutar só pela PEC 300 era um grande erro, considerando que a luta em Brasília era longa e que qualquer benefício financeiro só poderia se concretizar em 2011.

Infelizmente, no Rio alguns tentaram se apoderar da bandeira da PEC 300, como se fossem donos, como se fossem líderes e contribuíram para o enfraquecimento da luta no estado.

E agora?

E se a decisão for no sentido de que as PECs só sejam votadas após as eleições?

O que farão essas “lideranças” no Rio?

Conclamarão a deflagração de uma greve? Uma operação padrão? Uma operação tolerância zero?

Penso que não, mas espero que me surpreendam positivamente.

Policiais e Bombeiros Militares, nada está perdido, amanhã a realidade pode ser outra e a votação da Emenda Aglutinativa 1/2010 (PEC 300 e PEC 446) poderá prosseguir. Todavia, se a decisão for contrária a nós, a guerra não está perdida, pois “Juntos Somos Fortes!”

Vamos fortalecer a luta nos nossos estados, cobrando do governo a nossa valorização, os nossos salários dignos.

Cobraremos dos nossos deputados federais, em cada estado da federação, caso não correspondam, faremos campanhas contra eles no estado. E, não basta dizer que está a nosso favor, terão que promover mudanças concretas nessa direção.

E os governadores?

Não ouvimos que Serra, Cabral, Aécio, etc, estavam contra a PEC 300?

Então vamos jogar no colo deles todas as nossas aspirações salariais, eles que nos atendam, enquanto não ganhamos a guerra de Brasília, que não pode parar.

Policial e Bombeiro Militar, vamos fazer valer o “Juntos Somos Fortes!”

Temos muitas opções dentro da legalidade.

A operação padrão e a tolerância zero são as principais, mas não podemos esquecer da mobilização dos nossos familiares, o que já ocorre em muito estados.

Quem sabe não desenvolvemos uma "Operação Morar no Quartel” por todo o Brasil. Imaginem centenas de milhares de Policiais e Bombeiros Militares, morando nos quartéis e recebendo a visita dos familiares.

Bravos heróis sociais, temos incontáveis ferramentas para lutarmos pela equiparação salarial com o Distrito Federal, antes lutando também por aumentos salariais a serem concedidos pelos governadores.

Não esqueçam, 2010 é um ano eleitoral.

Os políticos têm tudo a perder nos respectivos estados e nós poderemos catalisar essas perdas.

Nada está perdido, amanhã eu estarei no Centro do Rio com as minhas faixas sobre a nossa luta salarial (PEC 300 e reposição salarial).

JUNTOS SOMOS FORTES!

PAULO RICARDO PAÚL

CORONEL DE POLÍCIA

Ex-CORREGEDOR INTERNO