JORNAL O DIA – 10 de janeiro de 2.008.
AÇÕES PARA SEGURANÇA
Artigo de João Trajano Sento Sé
Coordenador do Laboratório de Análise da Violência da UERJ
“No final de 2.007, o Secretário de Segurança do Rio anunciou duas medidas que, se levadas adiante, podem representar avanços qualitativos importantes no aparato policial do estado. A primeira é a criação de núcleos de perícia relativamente autônomos com o fim de agilizar a coleta de dados para a elucidação de homicídios. O segundo é a criação, em parceria com a UERJ, de um programa de treinamento e capacitação permanente para os policiais.
Pelo primeiro, espera-se maior eficiência da Polícia Civil naquilo que é a razão de sua existência: investigar e elucidar os crimes, sobretudo os casos de homicídio. Sem esse passo inicial, todo processo judicial subseqüente fica comprometido. Como é sabido, as taxas de homicídio no Rio são muito altas. Em números absolutos, o estado teve, segundo informações oficiais, 6.438 homicídios em 2.004, 6.620 em 2.005, 6.323 em 2006 e 5.451 em 2.007. Esses números dizem respeito somente aos crimes registrados como homicídios dolosos, estando de fora os casos de latrocínio, encontro de cadáver e morte suspeita, que se computados, nos levariam a um nível bem mais alto.
Esse, porém, é só um lado do problema. Junto a ele, temos um percentual de elucidação desse tipo de crime que, segundo estimativas, não chegaria a 5%. Tais dados ensinam algo óbvio: é razoavelmente seguro matar no Rio sem que se seja capturado pelo sistema de justiça criminal. É claro que essa combinação acaba funcionando como potencializador do uso da violência letal como forma de resolução de conflitos e de provisão ilegal de justiça.
A melhora do desempenho da Polícia Civil é fundamental para a mudança desse cenário. No próximo artigo comentarei a segunda iniciativa”.
Uma análise técnica, obviamente comprometida pela falta de dados oficiais sobre a taxa de elucidação de homicídios no estado e pelo fato de alguns potenciais homicídios serem descartados de pronto, como informa o artigo.
Precisamos buscar a transparência oficial de todos os dados relacionados com a segurança publica, pois só assim poderemos tratar o POLICIAR como uma CIÊNCIA, o que poderá proporcionar maior eficácia, economia de recursos humanos e materiais, o redirecionamento de ações e ainda, permitir a aplicação adequada dos recursos públicos disponíveis, inclusive para motivar os Policiais com salários dignos.
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
CORREGEDOR INTERNO
AÇÕES PARA SEGURANÇA
Artigo de João Trajano Sento Sé
Coordenador do Laboratório de Análise da Violência da UERJ
“No final de 2.007, o Secretário de Segurança do Rio anunciou duas medidas que, se levadas adiante, podem representar avanços qualitativos importantes no aparato policial do estado. A primeira é a criação de núcleos de perícia relativamente autônomos com o fim de agilizar a coleta de dados para a elucidação de homicídios. O segundo é a criação, em parceria com a UERJ, de um programa de treinamento e capacitação permanente para os policiais.
Pelo primeiro, espera-se maior eficiência da Polícia Civil naquilo que é a razão de sua existência: investigar e elucidar os crimes, sobretudo os casos de homicídio. Sem esse passo inicial, todo processo judicial subseqüente fica comprometido. Como é sabido, as taxas de homicídio no Rio são muito altas. Em números absolutos, o estado teve, segundo informações oficiais, 6.438 homicídios em 2.004, 6.620 em 2.005, 6.323 em 2006 e 5.451 em 2.007. Esses números dizem respeito somente aos crimes registrados como homicídios dolosos, estando de fora os casos de latrocínio, encontro de cadáver e morte suspeita, que se computados, nos levariam a um nível bem mais alto.
Esse, porém, é só um lado do problema. Junto a ele, temos um percentual de elucidação desse tipo de crime que, segundo estimativas, não chegaria a 5%. Tais dados ensinam algo óbvio: é razoavelmente seguro matar no Rio sem que se seja capturado pelo sistema de justiça criminal. É claro que essa combinação acaba funcionando como potencializador do uso da violência letal como forma de resolução de conflitos e de provisão ilegal de justiça.
A melhora do desempenho da Polícia Civil é fundamental para a mudança desse cenário. No próximo artigo comentarei a segunda iniciativa”.
Uma análise técnica, obviamente comprometida pela falta de dados oficiais sobre a taxa de elucidação de homicídios no estado e pelo fato de alguns potenciais homicídios serem descartados de pronto, como informa o artigo.
Precisamos buscar a transparência oficial de todos os dados relacionados com a segurança publica, pois só assim poderemos tratar o POLICIAR como uma CIÊNCIA, o que poderá proporcionar maior eficácia, economia de recursos humanos e materiais, o redirecionamento de ações e ainda, permitir a aplicação adequada dos recursos públicos disponíveis, inclusive para motivar os Policiais com salários dignos.
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
CORREGEDOR INTERNO
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