sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

POLÍCIA MILITAR; 2009, UM ANO PARA SER LEMBRADO.


Há poucas horas uma nova década começou e como todo início carrega uma dose de otimismo e de esperança para a construção de uma nova realidade positiva na vida de cada um e na vida de todos nós, que em remotas eras saímos das cavernas.
No sentido oposto, uma década terminou, o que invariavelmente nos conduz a uma retrospectiva, uma avaliação do pretérito, ao menos do passado imediato, o ano que findou.
Dois mil e nove foi mais um ano cruel para a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, um ano para ser esquecido dirão muitos, eu prefiro afirmar que 2009 foi um ano para ser lembrado, pois só assim, digerindo cada fato negativo, poderemos evitar que eles se repitam no futuro.
A negatividade é logo identificada diante da impossibilidade de citarmos um único fato positivo para a corporação, o que chega a assustar os mais otimistas, pois perdemos totalmente esse período de tempo quando pensamos em melhoras para a Polícia Militar e para os Policiais Militares.
Os nossos salários continuam sendo os piores do Brasil, um Soldado de Polícia continua recebendo cerca de R$ 30,00 por dia, metade do que recebe uma diarista, para arriscar a vida em defesa do cidadão fluminense.
Os reajustes concedidos por Sérgio Cabral nos três anos de governo continuaram vergonhosos, pois descontadas a inflação desse período, totalizam 2,5% de reajuste. Em 2006, ele prometeu repor as nossas perdas salariais que já eram da ordem de 54%, ou seja, Cabral ainda nos deve mais de 50% só referente às perdas.
A tática de gratificar a minoria da tropa, cada vez de forma mais restrita (apenas os aptos), continua penalizando a maioria, os inativos e as pensionistas.
Os Praças inativos, sobretudo, assim como, as pensionistas ganham cada vez menos.
As escalas de serviço continuam desobedecendo à regulamentação da carga horária semanal.
Os serviços extras continuam não remunerados.
O benefício do Riocard continua sendo pago apenas para a minoria dos Policiais Militares.
A crise no nosso sistema de saúde (FUSPOM) se acentuou.
As condições de trabalho continuam muito ruins, Policiais Militares (GAM) morreram quando não utilizam equipamento básico de segurança (uniforme antichamas) e nem uma aeronave adequadamente blindada.
Aumentaram o efetivo e abriram as portas de entrada da Polícia Militar para milhares de novos Soldados de Polícia, o que agravará ainda mais todos esses problemas, principalmente a questão salarial e a assistência médica.
O fluxo de promoções para os Praças cursados (Sargentos) continua estagnado.
Retornaram as promoções políticas de Oficiais no critério do merecimento, algo que Sérgio Cabral tinha evitado e que alardeava pelos quatro cantos.
A Corregedoria Interna foi duramente enfraquecida, enquanto os desvios de conduta se multiplicaram.
Coronéis de Polícia foram desprestigiados sob a alegação de que “competência é que era posto e não antiguidade”. Uma competência que todos os Policiais Militares estão aguardando e que ainda não deu qualquer sinal de vida.
Mais uma vez, um Chefe do Estado Maior aparece no noticiário como sendo investigado sob grave acusação.
Até o boletim ostensivo da Polícia Militar foi censurado, praticamente impedindo que a tropa tenha conhecimento dos atos administrativos, ferindo de morte a publicidade dos atos.
Em julho, a Polícia Militar foi novamente humilhada, com a troca do terceiro comandante geral no período de apenas trinta meses, algo que demonstra a total subserviência da corporação ao poder político transitório. Além disso, novamente, como já tinha ocorrido em janeiro de 2008, a troca do comando ocorreu entre quatro paredes, dentro de uma dependência do Quartel General, sem a presença das representações de todas as Organizações Policiais Militares, uma afronta aos nossos valores institucionais.
A Polícia Militar caiu de joelhos.
O ano que acabou não pode ser esquecido, evitar que esses fatos se repitam deve fazer parte dos sonhos dos Oficiais e dos Praças que ainda amam a Polícia Militar, um instituição organizada militarmente, bicentenária, heróica e gloriosa.
É essa Polícia Militar que nós temos que reerguer, uma corporação honrada.
A PM dos nossos tristes dias nós devemos transformar com urgência, aproveitando o que ainda for possível recuperar, na certeza de que quanto mais demorarmos nessa ação a parte que poderá ser salva representará um grupo menor cada vez menor.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
Ex-CORREGEDOR INTERNO

2 comentários:

Anônimo disse...

Segundo a 1ª Lei de Murphy: nada está tão ruim que não possa piorar um pouco mais.

Paulo Ricardo Paúl disse...

iremos subverter todas essas leis, inclusive a de Gérson.