SITE R7
Faltam uniformes, banheiros e coletes à prova de balas em UPPs, denunciam PMs.
Postos avançam em comunidades, mas condições são inadequadas.
Faltam uniformes, banheiros e coletes à prova de balas em UPPs, denunciam PMs.
Postos avançam em comunidades, mas condições são inadequadas.
A rapidez com que o governo do Estado do Rio de Janeiro instala UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) na capital contrasta com as condições ruins de trabalho oferecidas aos policiais que atuam nas comunidades pacificadas. Nos últimos 12 meses a cidade ganhou nove unidades, mas faltam aos PMs dessas novas UPPs uniformes, banheiros, refeitórios e viaturas. Os coletes à prova de balas são de tamanho errado e muitos deixam de usar o equipamento.
Policiais denunciam o atraso no pagamento de gratificações e que não têm vale-transporte
A reportagem do R7 entrevistou policiais - que prefeririam não se identificar, temendo represálias - e percorreu algumas favelas pacificadas, onde encontrou PMs trabalhando sem colete à prova de balas. Segundo eles, não há tamanho adequado do equipamento para todos. Um policial que monitora o morro da Coroa, no Catumbi, na região central do Rio, alega que só há coletes grandes e extragrandes.
- Só tem coletes G e GG. Eu prefiro nem usar, porque fica muito grande. Estamos trabalhando no risco.
O mesmo ocorre na UPP do morro dos Prazeres, em Santa Teresa (centro). Um PM relata que o colete grande dificulta a locomoção.
- Eu tenho 1,96 m de altura e com um colete GG minha mobilidade fica ruim. Imagina quem é menor? E não tem colete menor.
Um dos policiais que trabalham no morro do Turano, na Tijuca, zona norte, diz que só recebeu uma farda para trabalhar. Ele mora no interior do Estado e é obrigado a usar a mesma roupa durante toda a semana, pois não dá tempo de lavá-la e secá-la.
- Eu vou embora para casa no dia de descanso e não dá tempo de lavar a farda. Tenho que usar a mesma roupa todos os dias.
Outro agente conta ter recebido só uma calça e, ainda assim, de tamanho maior do que veste. O policial então comprou uma calça social preta, mas, após 24 horas de trabalho, ela se rasgou.
- No dia em que eu fui pegar meu uniforme, não tinha calça do meu tamanho. Tive que comprar uma que não é resistente. Houve um dia em que a calça rasgou e eu tive que me virar para costurar.
A Polícia Militar, por meio da assessoria das UPPs, informou que os coletes foram entregues nos tamanhos pedidos pelos policiais, mas admite a possibilidade de ter ocorrido algum erro na distribuição. Segundo a corporação, os PMs devem informar os problemas nos uniformes ao comando para que a troca seja providenciada.
Para o coronel Paulo César Amêndola, um dos fundadores do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) e consultor na área de segurança pública, a organização das UPPs apresenta falhas.
- A política das UPPs é interessante, mas está falhando. Eles têm um efetivo grande, mas não suficiente para tomar conta de todas as favelas. O suporte de apoio e a logística de materiais não são adequados.
Sem banheiro e refeitório
Enquanto o governo não constrói bases fixas nas comunidades pacificadas, policiais têm somente contêineres como apoio. No entanto, essas estruturas não têm refeitório, vestiários e número de banheiro suficiente – na UPP do São João (zona norte), há um sanitário para 50 homens. Por isso, os soldados são obrigados a “se virar” para fazer suas necessidades.
Como não há refeitório, os soldados não têm como levar quentinhas para o trabalho e, assim, dependem de bares e restaurantes para comer, opção bem mais cara para quem tem um vale refeição de R$ 162 por mês.
- De tanto comer besteira à noite comecei a ter dores de estômago e um exame detectou uma inflamação.
No morro dos Prazeres, há só um banheiro, compartilhado por homens e mulheres. A porta quebrada impede que ela seja trancada.
- As mulheres se sentem mal. Mas aqui todo mundo é profissional.
De acordo com a assessoria de comunicação das UPPs, a construção das bases de alvenaria é um processo complexo, porque é difícil encontrar terrenos ou imóveis para comprar em áreas de ocupação irregular, como as comunidades. Os contêineres, segundo a assessoria, são estruturas provisórias. Entretanto, não há previsão para a instalação de bases permanentes.
JUNTOS SOMOS FORTES!Policiais denunciam o atraso no pagamento de gratificações e que não têm vale-transporte
A reportagem do R7 entrevistou policiais - que prefeririam não se identificar, temendo represálias - e percorreu algumas favelas pacificadas, onde encontrou PMs trabalhando sem colete à prova de balas. Segundo eles, não há tamanho adequado do equipamento para todos. Um policial que monitora o morro da Coroa, no Catumbi, na região central do Rio, alega que só há coletes grandes e extragrandes.
- Só tem coletes G e GG. Eu prefiro nem usar, porque fica muito grande. Estamos trabalhando no risco.
O mesmo ocorre na UPP do morro dos Prazeres, em Santa Teresa (centro). Um PM relata que o colete grande dificulta a locomoção.
- Eu tenho 1,96 m de altura e com um colete GG minha mobilidade fica ruim. Imagina quem é menor? E não tem colete menor.
Um dos policiais que trabalham no morro do Turano, na Tijuca, zona norte, diz que só recebeu uma farda para trabalhar. Ele mora no interior do Estado e é obrigado a usar a mesma roupa durante toda a semana, pois não dá tempo de lavá-la e secá-la.
- Eu vou embora para casa no dia de descanso e não dá tempo de lavar a farda. Tenho que usar a mesma roupa todos os dias.
Outro agente conta ter recebido só uma calça e, ainda assim, de tamanho maior do que veste. O policial então comprou uma calça social preta, mas, após 24 horas de trabalho, ela se rasgou.
- No dia em que eu fui pegar meu uniforme, não tinha calça do meu tamanho. Tive que comprar uma que não é resistente. Houve um dia em que a calça rasgou e eu tive que me virar para costurar.
A Polícia Militar, por meio da assessoria das UPPs, informou que os coletes foram entregues nos tamanhos pedidos pelos policiais, mas admite a possibilidade de ter ocorrido algum erro na distribuição. Segundo a corporação, os PMs devem informar os problemas nos uniformes ao comando para que a troca seja providenciada.
Para o coronel Paulo César Amêndola, um dos fundadores do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) e consultor na área de segurança pública, a organização das UPPs apresenta falhas.
- A política das UPPs é interessante, mas está falhando. Eles têm um efetivo grande, mas não suficiente para tomar conta de todas as favelas. O suporte de apoio e a logística de materiais não são adequados.
Sem banheiro e refeitório
Enquanto o governo não constrói bases fixas nas comunidades pacificadas, policiais têm somente contêineres como apoio. No entanto, essas estruturas não têm refeitório, vestiários e número de banheiro suficiente – na UPP do São João (zona norte), há um sanitário para 50 homens. Por isso, os soldados são obrigados a “se virar” para fazer suas necessidades.
Como não há refeitório, os soldados não têm como levar quentinhas para o trabalho e, assim, dependem de bares e restaurantes para comer, opção bem mais cara para quem tem um vale refeição de R$ 162 por mês.
- De tanto comer besteira à noite comecei a ter dores de estômago e um exame detectou uma inflamação.
No morro dos Prazeres, há só um banheiro, compartilhado por homens e mulheres. A porta quebrada impede que ela seja trancada.
- As mulheres se sentem mal. Mas aqui todo mundo é profissional.
De acordo com a assessoria de comunicação das UPPs, a construção das bases de alvenaria é um processo complexo, porque é difícil encontrar terrenos ou imóveis para comprar em áreas de ocupação irregular, como as comunidades. Os contêineres, segundo a assessoria, são estruturas provisórias. Entretanto, não há previsão para a instalação de bases permanentes.
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO
Um comentário:
As casa dos criminosos,deveriam ser confiscadas e usadas como base.
Falta vontade politica,pois o governo perderia votos caso o fizesse.O MP,deveria atuar e fiscalizar as UPPs.
Postar um comentário