POLÍCIA MILITAR: MANUTENÇÃO DE VIATURAS EM COLAPSO.

O jornal Extra publica notas na coluna Extra, Extra! (Feipe Sales) sobre os atuais problemas enfrentados na corporação com relação ao contrato de terceirização das viaturas, celebrado entre a Secretaria de Segurança e a Empresa Júlio Simões. Trata do final do primeiro contrato e informa que os veículos quebrados estão ficando parqueados nos batalhões, o que já compromete 20% da frota de 632 veículos.

A matéria não trata da investigação que está sendo feita pelo Ministério Público sobre esses contratos, mas penso que isso será objeto de nova matéria, diante da importância do fato no contexto.

No intuito de melhor esclarecer, forneço alguns subsídios:
1) As Polícias Militar e Civil possuem frotas de veículos operacionais e administrativos.
2) O governo estadual não fornecia verba para a manutenção das viaturas da Polícia Militar, acredito que a mesma situação era vivenciada na Polícia Civil.

3) A Polícia Militar fazia a manutenção das viaturas com parte do dinheiro que sobrava das etapas de alimentação, ou seja, a PMERJ tinha que economizar na comida para que sobrasse dinheiro para outras despesas, dentre elas a manutenção das viaturas.

4) Obviamente, a manutenção era precária exatamente pela falta de verbas, o que transformou as viaturas das polícias em sucatas ambulantes.

5) O governo Sérgio Cabral poderia ter facilmente resolvido o problema, fornecendo verba própria para a manutenção das viaturas da PMERJ e da PCERJ.

6) Ao invés de fornecer verba própria, o governo resolveu fazer um contrato de terceirização da compra, manutenção e da gestão da frota da PMERJ ( e não apenas da manutenção). Considerado caríssimo no comando do Coronel Ubiratan, o contrato não foi aceito pela PMERJ e acabou sendo celebrado pela SESEG/RJ (Beltrame).
7) Inexplicavelmente, apesar dos problemas serem os mesmos, o governo Sérgio Cabral não fez o mesmo contrato com relação às viaturas da Polícia Civil. Por que?

8) O autor desse blog, comunicou prováveis irregularidades com relação ao contrato no Ministério Público, que instaurou um Inquérito Civil Público para investigar.
9) O primeiro contrato se encerrou, gerando as situações citadas na matéria do jornal Extra.
Cabe ainda esclarecer outros pontos:

- Os contratos ainda não alcançaram todas as viaturas operacionais da PMERJ.
- Todas as viaturas administrativas da PMERJ (centenas) estão fora desses contratos e a manutenção continua sendo feita com verba que sobra da economia da comida.
- As viaturas operacionais descaracterizadas utilizadas na área da inteligência e da corregedoria também não estão inseridas nos contratos, portanto, também são manutenidas com a economia da comida.
- Não sei como estão sendo manutenidas as viaturas da Polícia Civil. atualmente. Se existe verba própria para esse fim? Seria interessante que um Policial Civil esclarecesse através de comentário.

- Recentemente soube que com relação as viaturas novas (Renault) da PCERJ, não existe verba própria para pagar as manutenções preventivas (10.000 km, etc), portanto, seria conveniente esclarecer quem paga tais manutenções (troca de óleo, etc)?
Em síntese, apesar de apregoar que solucionou o problema da manutenção das viaturas policiais, o governo Sérgio Cabral está muito longe disso, na verdade nem passou perto.
Se repete na manutenção das viaturas policiais do Rio, um fato comum em outras áreas do governo Sérgio Cabral, considerando que o governo real é muito diferente do governo do mundo da propaganda.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO