domingo, 9 de janeiro de 2011

GOVERNO SÉRGIO CABRAL: BELTRAME AVANÇA E O SALÁRIO DOS PMs DIMINUI CADA VEZ MAIS.

O Globo publica matéria neste domingo sobre a expansão das Unidades de Polícia Pacificadora para outros municípios do Rio de Janeiro, uma boa notícia, considerando que até a presente data, após quatro anos de governo Sérgio Cabral, o governo só transferiu traficantes e fuzis da Capital para os outros municípios do estado (leiam).
Na reportagem ao ser questionado sobre o crescimento das milícias no governo Sérgio Cabral, expansão não combatida pelas ocupações feitas com as UPPs (exceção: Batan), Beltrame respondeu:
- "Milícia é bem diferente de tráfico. Milícia se combate com investigação e prisão. Já prendemos muita gente, desarticulamos a principal milícia do Rio".
Bem ...
Se desarticularam a principal milícia, Secretrário, por favor indique quais comunidades foram retomadas pelo governo do Rio e que estavam com os milicianos, após tanta investigação e tantas prisões?
Pelo que sei só o minúsculo Batan. Aliás, se milícia não se combate com UPP, como dito na matéria, por que instalaram uma no Batan, antes ocupado por milicianos.
Sinceramente, retomar é uma necessidade em ambos os casos (tráfico e milícia), assim como, a ação seguinte: policiar. Salvo melhor juízo, o território dos milicianos é extremamente mais simples do que dos traficantes ou não?
As falas não estão batendo.
Prezado secretário, as populações das comunidades carentes não querem UPPs, as populações querem POLICIAMENTO OSTENSIVO, seja ele qual for, pois ele simplesmente não existe atualmente.
Basta que o governo Sérgio Cabral implante POLICIAMENTO nas comunidades carentes ou nos bairros para a população se sentir segura e ter liberdade, não são necessárias nem pompa e nem circunstância, muito menos bailinhos, distribuição de lanchinhos ou de presentes de natal.
A verdade é essa, o POLICIAMENTO OSTENSIVO é que transmite a sensação de segurança.
Isso é facilmente comprovável.
Quem se sente menos inseguro, o morador do Leblon que tropeça em policiais ou o morador da Baixada Fluminense que percorre quilômetros ser ver um Policial Militar?
Cabe lembrar sempre que as UPPs são uma ocupação, tiveram origem nos Grupamentos de Policiamento em Áreas Especiais (GPAEs), com os efetivos superdimensionados, nem mais, nem menos.
Os GPAEs, por sua vez, eram Destacamentos de Policiamento Ostensivo (DPO), com mais efetivo.
Ninguém inventou nada, não existe uma fórmula nova, uma panaceia, eis a verdade.
Na matéria Beltrame fala em contratar mais 10.000 PMs só para colocar nas UPPs, hoje são cerca de 2.500 PMs, serão 12.500 PMs até 2.014.
Beltrame, como ficarão os salários com esse aumento de efetivo?
O Rio já paga os piores salários do Brasil, a tendência será piorar ainda mais ou não?
Será que Beltrame tem uma fórmula mágica para pagar melhor os Policiais Militares e aumentar muito o efetivo da PMERJ, simultaneamente?
A mídia isenta poderia fazer essa pergunta ao secretário.
Se não quiserem perguntar ao delegado Beltrame, causando um incômodo ao super secretário, perguntem à Casa Civil, ao Planejamento, etc.
Além disso, como ficarão o recrutamento e a seleção?
Continuaremos selecionando os melhores dentre os piores?
E a assistência médica?
Mais 10.000 PMs significam mais 40.000 usuários no sistema de saúde da PMERJ, que está sobrecarregado há muito anos.
Como ficarão os atendimentos?
Qual a fórmula mágica?
Criar mais hospitais e policlínicas, contratando mais PMs para a área de saúde, aumentando mais o efetivo e diminuindo mais ainda os salários?
E a carência existente atualmente de equipamentos de segurança para os Policiais Militares, como será resolvida?
E as condições de trabalho, péssimas em vários locais, melhorarão?
O gestor público não pode ter visão monocular, apesar de politicamente ter discurso monocórdio.
Ocupar e policiar comunidades (e bairros) é imperioso, ensinamos isso aqui no blog ao governo, logo após as primeiras ações do governo Sérgio Cabral na área de segurança em 2007, quando deu continuidade à tática do tiro, porrada e bomba, tática que usa até hoje nas comunidades sem UPPs. Todavia, as ações de retomar, ocupar e policiar precisam ser feitas com uma análise abrangente sobre o TODO e não com o uso de um monóculo, o governo não pode tomar a PARTE pelo TODO, precisa agir de forma inter e multidisciplinar.
Beltrame não tem agido assim, tanto que está transferindo traficantes e fuzis de uma região para outra.
A proposta agora é levar as UPPs para essas regiões, mas dessa vez irão prender os traficantes ou transferi-los para outras regiões, novamente.
O governante que move uma peça no tabuleiro de xadrez, sem saber os efeitos do movimento em cada parte do tabuleiro, não passa de um "capivara", apelido dos péssimos enxadristas.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO

Um comentário:

Ricardo oscar Vilete Chudo disse...

Nos concursos públicos em que há exigencia de 2º grau, vemos salérios de até R$ 3.000,00 sendo oferecidos. Na iniciativa privada, esta oferta é bem menor, mas exige capacitação e grande conhecimento de informatica, mas o salário ainda é convidativo. Se somarmos ao 2º grau, um curso técnico de grande aceitação nas indústrias, mesmo na iniciativa privada, o salário pode chegar aos R$ 5.000,00. Portanto, os que tentam ingrassar na PMERJ, são os possuidores de 2º grau, que não obtiveram sucesso em outros concursos. Este profissional que vem para as fileiras da PMERJ realmente se acredita que veio por ideologia, por gostar desde pequenininho? Atenderão as ocorrencias, defendendo a sociedade e ao cidadão mesmo com o risco de sua vida, recebendo em troca um salário de aproximadamente R$ 900,00?