O MONSTRO.

Vale o escrito.
Toda banda podre obedece a valores, como comentamos anteriormente e um dos mais importantes é a lealdade.
“A associação precisa de colaboradores, não de empregados, todos devem contribuir para o sucesso da banda, o que permite a participação de todos nos lucros. O respeito mútuo é regra primordial. Inimigos são os outros. As bandas têm seu próprio código de conduta. A violação pode determinar a exclusão da sociedade e do mundo dos vivos”.
O exercício da lealdade funciona como uma forma de controle interno, tendo em vista que promove uma agregação, fazendo com que todos que não integram ao núcleo, terminem sendo vistos com maus olhos.
A via tem um valor relativo nas bandas podres.
O crescimento da lealdade acaba provocando um efeito colateral, nada é perfeito. Ela faz com que segredos comecem a ser divididos, fazendo com que os mais leais tenham acesso aos mais íntimos, assim escrevendo.
Nasce o monstro.
As confidências trocadas são a gênese de uma criatura muito perigosa dentro da banda, alguém que sabe tanto, conhece tantas filigranas, que não pode ser atacado, nem pelo chefe.
Conhecimento é poder, sobretudo quando aquele que conhece não pode ser simplesmente jogado em uma vala.
O mostro, via de regra, guarda arquivos, provas contra o chefe e os seus principais assessores. Guarda em local seguro, nas mãos de terceiros que a banda podre não conhece, o que serve como blindagem, pois se o eliminarem o ventilador espalhará provas para todos os cantos.
Em muitas associações criminosas, principalmente no mundo dos ternos e dos helicópteros, podemos constatar a presença de um monstro, alguém que não pode ser ameaçado nem pelo chefe.
O monstro pode ficar tão poderoso que come o chefe.
Pau que dá em Chico, dá na cúpula da banda podre.

(Transcrito do blog: http://bandapodrepolicias.blogspot.com)
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO