O DIA:
Polícia (Civil) estuda mudanças em blitzes
Ação desastrosa pode fazer com que a instituição use roupas mais chamativas
Polícia (Civil) estuda mudanças em blitzes
Ação desastrosa pode fazer com que a instituição use roupas mais chamativas
Rio - O erro dos policiais civis que balearam durante uma blitz o juiz Marcelo Alexandrino da Costa Santos, seu filho e sua enteada vai provocar algumas mudanças nas estratégias da instituição para operações. A principal delas poderá ser vista na roupa utilizada pelos agentes durante as ações. De acordo com o diretor de polícia da capital, delegado Ronaldo Oliveira, estão sendo analisadas alterações para que a vestimenta fique mais visível tanto nas operações no asfalto, quanto nas favelas. O juiz recebeu alta ontem do Hospital Pasteur, no Méier, e disse que pensa em processar o estado.
Segundo Ronaldo Oliveira, as autoridades estudam alterar a cor cinza das camisas usadas por policiais e até a forma como está escrito o nome da instituição. “A vestimenta pode não permitir boa visualização do policial à noite. Vamos analisar a possibilidade do uso de uma cor que chame mais a atenção ou de colocar o nome da Polícia Civil mais destacado”, contou.
O delegado explicou que as operações já seguem um padrão, mas que a instituição pretende adotar mudanças para aperfeiçoar o trabalho: “Sempre que ocorre um problema, temos que analisar para tentar minimizar erros. Todas as blitzes têm uma estratégia de organização e até de montagem no local, com cones e posicionamento das viaturas. Tanto que, em 10 meses de operações, nunca ocorreu incidente. As blitzes têm que ser armadas com policiais mais experientes na coordenação e apenas eles com armamento pesado. Esse fato foi isolado, um erro do policial, e não da instituição”.
Os policiais Bruno Souza e Bruno Andrade, que estão presos por atirar em direção ao carro do juiz, criticaram o treinamento que receberam quando ainda estavam na Academia de Polícia Civil, em entrevista ao programa ‘Fantástico’, da TV Globo. “Tenho dois meses de polícia. Foi minha primeira situação de confronto. Não recebemos treinamento para blitzes. Um dia foi dedicado ao uso de fuzil, com 50 disparos”, disse Souza.
A diretora da Academia, Fabíola Machado, respondeu que os agentes recebem treinamento intenso, de 840 horas/aula, com técnicas de abordagem feitas com instrutores da Core, e que chegam a disparar cerca de 600 tiros. Ainda de acordo com a diretora, o treinamento privilegia o uso progressivo da força: o tiro é o último recurso a ser utilizado.
O juiz criticou os agentes, que chegaram a dizer que atiraram contra carro suspeito: “Se estão arrependidos, que digam a verdade. Quando soube que fui baleado por policiais, foi uma decepção. Independente de treinamento, não se atira em ninguém pelas costas. Três pessoas escaparem de tiros de fuzil só pode ser milagre. Não tenho condições de pensar se o que fizeram é perdoável. Mas ninguém deve sair por aí presumindo que o outro é culpado”.
COMENTO:
Antes de ocorrer a tragédia com a família do magistrado, eu escrevi sobre o absurdo das operações realizadas por Policiais Civis e por Guardas Municipais, nas ruas do Rio. As que eu pude ver ofendiam inteiramente a boa técnica policial, sendo um grande risco para todos a partir da montagem do dispositivo, equivocados por completo.
A verdade repousa no fato de que os Policiais Civis devem ser formados para serem INVESTIGADORES e não para a realização de operações ostensivas nas ruas, o que constitui um desvio funcional. Obviamente, devem aprender técnicas de abordagem, mas para serem usadas em situações pontuais e decorrentes da sua ação investigativa.
Escalar Policiais Civis para interceptar, abordar e revistar veículos/pessoas nas ruas foge inteiramente da missão constitucional da Polícia Civil. Um erro grosseiro e que expõe ao risco de morte os próprios Policiais Civis e a população como um todo, como ficou evidenciado no depoimento dos policiais que estão sendo acusados.
Investigar, eis a missão.
A Polícia Civil pode e deve contribuir para o controle da criminalidade no Rio, todavia, deve fazê-lo investigando, identificando e levando os criminosos para o poder judiciário, diminuindo a IMPUNIDADE decorrente da falta de qualidade nas investigações. A última notícia que se soube a respeito da elucidadão dos homicídios, por exemplo, mal alcançava os 2% dos casos elucidados com a prisão dos criminosos.
Eis a realidade.
Apesar da verdade, a Polícia Civil anuncia que continuará realizando operações e que estuda a mudança do uniforme utilizado.
Lamentável.
Quem realizará as investigações? A Polícia Militar?
Todos estes desvios que ocorrem no Rio tem um facilitador: o fato da secretaria de segurança, historicamente, não comandar a Polícia Civil.
A SESEG, via de regra, só dá pitaco na Polícia Militar, algo que piorou na gestão Beltrame.
Em 2007, a SESEG chegou a reunir comandantes de batalhões da Polícia Militar, para a realização de operações, sem comunicar a reunião ao comando da PMERJ. Uma interferência nefasta em todos os sentidos. Nunca agiu desta forma com a Polícia Civil, não me perguntem o motivo.
Outro exemplo marcante foi o caso da lavratura do TCO pela Polícia Militar, que teve o sinal verde de Cabral e Beltrame, mas que o então chefe da Polícia Civil impediu, falando mais alto.
E, para ratificar a independência, cito o caso da terceirização das viaturas da Polícia Militar e da Polícia Civil. Embora os problemas de manutenção das viaturas fossem muito maiores na PCERJ, a instituição não aceitou ser entubada com o contrato caríssimo proposto pelo governo, a PMERJ disse amém. Hoje, a Polícia Civil utiliza veículos muito melhores que a Polícia Militar, a polícia de segunda linha do Rio.
Cidadão, compre veículos blindados.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO
Segundo Ronaldo Oliveira, as autoridades estudam alterar a cor cinza das camisas usadas por policiais e até a forma como está escrito o nome da instituição. “A vestimenta pode não permitir boa visualização do policial à noite. Vamos analisar a possibilidade do uso de uma cor que chame mais a atenção ou de colocar o nome da Polícia Civil mais destacado”, contou.
O delegado explicou que as operações já seguem um padrão, mas que a instituição pretende adotar mudanças para aperfeiçoar o trabalho: “Sempre que ocorre um problema, temos que analisar para tentar minimizar erros. Todas as blitzes têm uma estratégia de organização e até de montagem no local, com cones e posicionamento das viaturas. Tanto que, em 10 meses de operações, nunca ocorreu incidente. As blitzes têm que ser armadas com policiais mais experientes na coordenação e apenas eles com armamento pesado. Esse fato foi isolado, um erro do policial, e não da instituição”.
Os policiais Bruno Souza e Bruno Andrade, que estão presos por atirar em direção ao carro do juiz, criticaram o treinamento que receberam quando ainda estavam na Academia de Polícia Civil, em entrevista ao programa ‘Fantástico’, da TV Globo. “Tenho dois meses de polícia. Foi minha primeira situação de confronto. Não recebemos treinamento para blitzes. Um dia foi dedicado ao uso de fuzil, com 50 disparos”, disse Souza.
A diretora da Academia, Fabíola Machado, respondeu que os agentes recebem treinamento intenso, de 840 horas/aula, com técnicas de abordagem feitas com instrutores da Core, e que chegam a disparar cerca de 600 tiros. Ainda de acordo com a diretora, o treinamento privilegia o uso progressivo da força: o tiro é o último recurso a ser utilizado.
O juiz criticou os agentes, que chegaram a dizer que atiraram contra carro suspeito: “Se estão arrependidos, que digam a verdade. Quando soube que fui baleado por policiais, foi uma decepção. Independente de treinamento, não se atira em ninguém pelas costas. Três pessoas escaparem de tiros de fuzil só pode ser milagre. Não tenho condições de pensar se o que fizeram é perdoável. Mas ninguém deve sair por aí presumindo que o outro é culpado”.
COMENTO:
Antes de ocorrer a tragédia com a família do magistrado, eu escrevi sobre o absurdo das operações realizadas por Policiais Civis e por Guardas Municipais, nas ruas do Rio. As que eu pude ver ofendiam inteiramente a boa técnica policial, sendo um grande risco para todos a partir da montagem do dispositivo, equivocados por completo.
A verdade repousa no fato de que os Policiais Civis devem ser formados para serem INVESTIGADORES e não para a realização de operações ostensivas nas ruas, o que constitui um desvio funcional. Obviamente, devem aprender técnicas de abordagem, mas para serem usadas em situações pontuais e decorrentes da sua ação investigativa.
Escalar Policiais Civis para interceptar, abordar e revistar veículos/pessoas nas ruas foge inteiramente da missão constitucional da Polícia Civil. Um erro grosseiro e que expõe ao risco de morte os próprios Policiais Civis e a população como um todo, como ficou evidenciado no depoimento dos policiais que estão sendo acusados.
Investigar, eis a missão.
A Polícia Civil pode e deve contribuir para o controle da criminalidade no Rio, todavia, deve fazê-lo investigando, identificando e levando os criminosos para o poder judiciário, diminuindo a IMPUNIDADE decorrente da falta de qualidade nas investigações. A última notícia que se soube a respeito da elucidadão dos homicídios, por exemplo, mal alcançava os 2% dos casos elucidados com a prisão dos criminosos.
Eis a realidade.
Apesar da verdade, a Polícia Civil anuncia que continuará realizando operações e que estuda a mudança do uniforme utilizado.
Lamentável.
Quem realizará as investigações? A Polícia Militar?
Todos estes desvios que ocorrem no Rio tem um facilitador: o fato da secretaria de segurança, historicamente, não comandar a Polícia Civil.
A SESEG, via de regra, só dá pitaco na Polícia Militar, algo que piorou na gestão Beltrame.
Em 2007, a SESEG chegou a reunir comandantes de batalhões da Polícia Militar, para a realização de operações, sem comunicar a reunião ao comando da PMERJ. Uma interferência nefasta em todos os sentidos. Nunca agiu desta forma com a Polícia Civil, não me perguntem o motivo.
Outro exemplo marcante foi o caso da lavratura do TCO pela Polícia Militar, que teve o sinal verde de Cabral e Beltrame, mas que o então chefe da Polícia Civil impediu, falando mais alto.
E, para ratificar a independência, cito o caso da terceirização das viaturas da Polícia Militar e da Polícia Civil. Embora os problemas de manutenção das viaturas fossem muito maiores na PCERJ, a instituição não aceitou ser entubada com o contrato caríssimo proposto pelo governo, a PMERJ disse amém. Hoje, a Polícia Civil utiliza veículos muito melhores que a Polícia Militar, a polícia de segunda linha do Rio.
Cidadão, compre veículos blindados.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO
4 comentários:
Essa operações feitas pela Polícia civil são IRREGULARES , pois a sua missão constitucional é a de investigar crimes, pois o ideal é que as Blitz sejam feitas por policiais que sejam identificados pela população , além de existi na via onde está sendo realizada a operação, cones refletivos e também o intermitente das viaturas deverá permanecer ligados desta forma, a população tem uma clara sensação de segurança e de saber que ali se encontram policiais realizando uma Blitz e não criminosos fazendo-se passar por agentes da lei. É claro que tem que haver todo um aparato para que tais operações sejam realizadas de forma eficaz e com segurança tanto para os policiais, quanto para o cidadão que está dirigindo o seu veículo . Não adianta improvisar esse tipo de operação, apenas para dar uma falsa sensação de segurança ao cidadão que aliás, sente-se aterrorizado com essa onda de crimes que assolam as cidades brasileiras , e pouco se pode ver em termos de resultados concretos alguma iniciativa eficaz tomada pelos governos. A culpa de tal ato desastroso , é também do estado que não prepara bem os seus policiais e também pela falta de coordenação ao se realizar esse tipo de blitz. Ai fica a pergunta: onde estava o delegado essa hora ? independente do preparo, um policial não pode sair atirando ás cegas nos outros, apenas por achar que esse ou aquele veículo é suspeito. Tem que haver certeza do que se está fazendo, pois um engano pode resultar numa ação DESASTROSA como essa que ocorreu. Outra coisa importante, é que a Polícia militar deveria ser informada desse tipo de blitz, pois assim evitaria eventuais ' confrontos' pois muitas vezes essas operações não tem nenhuma estrutura , e o condutor de veículo imagina está diante de eventuais criminosos , fato que aliás tem ocorrido no estado do Rio de janeiro com uma certa frequencia.
Governador assume compromisso com militares e promete PEC 300
Ao aplicar PEC 300 na Paraíba, governador abre precedente para policiais militares de todo o País receberem melhores vencimentos
PARAÍBA - O governador José Maranhão (PMDB) se reuniu, na noite desta sexta-feira (08) com entidades representativas da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros da Paraíba e garantiu que vai equiparar os vencimentos da categoria ao que é pago pelo Estado de Sergipe – uma das melhores remunerações do Brasil e a melhor do Nordeste.
Com o envio de um projeto de Lei à Assembleia Legislativa da Paraíba, o governador José Maranhão implantará de imediato quase a totalidade do que prevê a PEC 300, que tramita no Congresso Nacional e é uma antiga reivindicação dos policiais, além de sinalizar o empenho da atual administração em reestruturar a Segurança Pública para os paraibanos. A medida também abrirá um precedente para que a remuneração dos policiais militares e bombeiros de todo o Brasil também seja elevada.
Grato pelos comentários.
Viva o governo da Paraíba.
As operações da PCERJ são inteiramente sem sentido.
Juntos Somos Fortes!
A jurássica premissa dos Governantes, de que a quantidade de policiamento nas ruas é a solução de todos os problemas da Segurança Pública, nunca esteve tão em voga.
Motivação e qualificação profissional dos policiais empregados, não importam.
Tudo é improviso.
A irresponsabilidade é tamanha, que até se utilizam de Guardas Municipais, desarmados, em Operações próximas a áreas de risco.
Sugestão:
Na portaria da sede da Polícia federal no RJ, em uma guarita na recepção, ao invés de um PF, está colocado um manequim uniformizado.
Os gestores da segurança pública estadual, poderiam seguir o "exemplo" e colocar bonecos fardados/uniformizados, atuando juntamente com o restante dos "bonecos de carne e osso".
Aumentaria bastante o "policiamento" nas ruas e a consequente, "sensação de segurança".
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