quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

O CARNAVAL, O SALGUEIRO, O TAMBOR, A CORRUPÇÃO E O BRASIL.



(Marcha Democrática de Policiais Militares e Bombeiros Militares)

27 de janeiro de 2008


O carnaval acabou no Rio de Janeiro, embora no sábado aconteça no Sambódromo o Desfile das Campeãs.
Na quarta-feira de cinzas o Salgueiro foi declarado campeão do carnaval do Rio de Janeiro, após a apuração das notas realizada pela Liga Independente das Escolas de Samba (LIESA), transmitida ao vivo pela Rede Globo de televisão.
O enredo do Salgueiro foi sobre a história do tambor, um instrumento musical muito antigo e especialmente associado ao militarismo.
Os exércitos possuem incorporados em suas fileiras músicos, desde épocas remotas, os quais juntamente com as bandeiras emprestam um simbolismo particular a cada um deles.
O corneteiro, por exemplo, transmite ordens de modo que todos possam ouvir simultaneamente, permitindo a uniformidade que marca as instituições militares.
Além disso, as canções militares entoadas transmitem civismo e patriotismo a todos que as ouvem emocionados.
E voltando ao tambor:
- Que rufem os tambores!
No Brasil do terceiro milênio, quase uma geração após a reabertura política, enfrentamos um inimigo interno (expressão da época da ditadura militar) muito poderoso, capaz de destruir todas as instituições democráticas, que devemos preservar a todo custo:
- A CORRUPÇÃO!
O nosso inimigo interno funciona como um “câncer”, que silenciosamente e de forma indolor, vai se apoderando de cada parte do organismo social, para em seguida, explodir em metástases, destruindo-o por completo.
Não estamos longe deste estágio, considerando que nunca antes na história deste país tantos escândalos de corrupção abalaram os poderes executivo, legislativo e judiciário.
A pátria está ferida de morte pela corrupção cancerígena, que tem como agentes catalisadores o assistencialismo e o populismo.
- A CORRUPÇÃO AMEAÇA A DEMOCRACIA!
A doença está tão desenvolvida que não basta dizer:
- Eu não sou corrupto!
Como se isso fosse uma virtude, um remédio, quando na verdade tal afirmativa só demonstra a gravidade da situação vivenciada pelos cidadãos brasileiros. Uma gravidade que fez com que um senador da república (PMDB) afirmasse que o partido é corrupto, com exceções.
Logo após um outro senador da república (PMDB), confirmou a denúncia.
Não custa lembrar que a presidência do Senado e da Câmara de Deputados são exercidas pelo PMDB.
Alguém precisa comandar “alto”, “cobrir”, “firme” e “descansar” para colocar a “tropa” em forma, fazendo uma analogia com movimentos de ordem unida militar.
Um “freio de arrumação”, caso queiram evitar interpretações golpistas.
O fato é que se senadores são corruptos, com exceções, salvemos as exceções e levemos os corruptos aos tribunais, resguardando os direitos da ampla defesa e do contraditório. O que não pode persistir é o fato de corruptos continuarem decidindo o destino da pátria, o nosso destino e ainda, se locupletando com o nosso dinheiro.
Os tambores devem rufar, sinalizando o início desse processo urgente de depuração política. A “banda podre” precisa ser arrancada, como fazemos com órgãos infestados por células doentias, com o objetivo de salvar o organismo, antes das metástases.
Quem deve rufar os tambores são as instituições democráticas que possuem o dever de zelar pela idoneidade dos poderes legislativo, executivo e judiciário.
Uma assepsia do poder legislativo federal seria um excelente começo de tratamento, mãos a obra, o tempo é nosso adversário, tendo em vista que quanto mais demorarmos em realizar a intervenção cirúrgica, maior será o prejuízo da pátria e dos brasileiros.
E volto a afirmar, não basta dizer:
- Eu não sou corrupto!
Afirmar isso não isenta ninguém da responsabilidade.
Pois se corruptos existem dentro de um partido político, todos os seus integrantes convivem com eles, inclusive os que se dizem não corruptos e que possuem o dever de erradicá-los.
É preciso começar, considerando que os corruptos estão enriquecendo em um país onde serviços públicos, como a saúde, a educação e a segurança, são precários.
Onde os médicos, professores e policiais – servidores públicos - ganham salários famélicos, em vários estados da federação, como o Rio de Janeiro, governado pelo PMDB.
Isso sem falar nos militares federais (Forças Armadas) - as Polícias Militares e os Corpos de Bombeiros Militares são os militares estaduais - que também amargam salários incondizentes.
O Salgueiro ganhou o carnaval organizado pela Liesa, com o enredo sobre o tambor, mas o carnaval acabou e o ano deve começar.
Brasileiros, enquanto aguardamos ansiosos - os próximos e urgentes movimentos das instituições democráticas - não custa nada na caserna, o bumbo soar mais forte, ao marcar a marcha (pé direito), para que seja ouvido por todos, como o Salgueiro foi visto e ouvido por milhões e milhões de pessoas, em todo mundo, graças à transmissão exclusiva da Rede Globo de televisão.
Afinal, nós, militares federais e estaduais, cultuamos o civismo e o patriotismo, somos possuidores de idealismo e de destemor!
Somos os principais guardiões da democracia e da cidadania, considerando que morremos pela pátria, se preciso for.
O Brasil é uma república, não um “império” da corrupção!

(...)
“Do Ipiranga é preciso que o brado
Seja um grito soberbo de fé!
O Brasil já surgiu libertado,
Sobre as púrpuras régias de pé!
Eia, pois, brasileiros avante!
Verdes louros colamos louçãos,
Seja o nosso país triunfante,
Livre terra de livres irmãos!

Liberdade! Liberdade!
Abre as assas sobre nós!
Das lutas na tempestade,
Dá que ouçamos tua voz!
(Hino da Proclamação da República – Letra: Medeiros e Albuquerque. Música: Leopoldo Miguez).



PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA