O chargista Leonardo publicou no jornal Extra de hoje a charge acima, que de uma forma trágica e cômica representa a prática nefasta da distribuição de gratificações para parte do efetivo da Polícia Militar, em detrimento do total da tropa.
Parece que a devastadora "gratificação faroeste" (pecúnia) não serviu de lição, apesar das enormes diferenças salariais que provocou na estrutura hierárquica (postos e graduações). Isso sem falar na forma de concessão do benefício e os seus efeitos já demonstrados incontáveis vezes pelos estudiosos do tema: violência policial.
A pecúnia fez com que Majores ganhassem mais que Coronéis, Soldados que Sargentos!
Hoje, existem Coronéis que ganham 50% ou mais que outros Coronéis, todo mês, pelo simples fato de terem sido agraciados com a "gratificação faroeste", quando eram Capitães.
A gratificação era absurda pelo simples fato de que apenas alguns Policiais Militares podiam concorrer a ela, os lotados em Unidades Operacionais. Na época, os efetivos do nono e do terceiro batalhão, quase todos os policiais, receberam a gratificação.
As gratificações especiais continuam se espalhando pela PMERJ, o que poderá fazer com que Soldados e Cabos ganhem mais que Tenentes, por exemplo.
Isso não deve ser importante na Segurança Pública, porém no futebol era.
Certa feita o meu avô contou que durante uma partida do nosso amado Fluminense, um jogador reclamou de um companheiro, dizendo que ele estava correndo pouco, obtendo como resposta:
- Olha o seu salário e olha o meu, quem tem que correr muito é você!
Folclórica ou verdadeira, a estória faz sentido...
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA