quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

A GUARDA NACIONAL REPUBLICANA - PORTUGAL- A GNR E A CONDIÇÃO DE MILITAR.

Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 2009
A GNR E A CONDIÇÃO MILITAR
Miguel de Unamuno explicou lapidarmente que "o que faz Portugal é o mar!"
No meu modesto papel, atrevo-me a proclamar que "O QUE FAZ A GNR É A CONDIÇÃO MILITAR!"
Ao alhear-se do mar tem vindo a corresponder um enfraquecimento de Portugal (diminuição da Armada, da Marinha Mercante, da Frota Pesqueira, do controlo da ZEE, da Indústria Conserveira...).
Caso se afaste da condição militar a GNR entrará no caminho da extinção (atacada pelo civilismo, seduzidos os seus elementos pelo sindicalismo, reduzida a sua independência política pela instabilidade de influências ideológicas e partidárias, quebrada a sua coesão interna, abalada a sua eficácia operacional, perdida a justificação da sua existência...).
A força da segurança GNR é um corpo militar de polícia. A GNR é diferente dos corpos civis de polícia. Podem as missões e tarefas a desempenhar ser iguais, mas são diferentes o estatuto institucional, a maneira de estar, as capacidades e os modos de agir. A condição militar é uma mais valia em proveito das missões civis. Assenta numa ética específica que se conjuga com a deontologia policial; melhora a eficácia com o forte espírito de corpo; reforça a prontidão com a disponibilidade permanente; garante lealdade e oferece austeridade e espírito de sacrifício.
Acatando limitações aos seus direitos enquanto cidadãos, as expectativas dos militares da GNR vão naturalmente no sentido de terem salário equitativo, condições de trabalho adequadas e dignidade profissional.
Como era de esperar, a reorganização das Forças de Segurança e a sequente reestruturação interna trouxeram alguma instabilidade e problemas que levam tempo a resolver. Creio ser extremamente importante que se consiga estabelecer equilíbrios, sobretudo em defesa das partes mais fracas.
Entretanto, além dos esforços para resolver problemas, sabedoria popular: Para ser respeitado há que dar-se ao respeito. Na minha opinião e sem pôr em causa os direitos cívicos, tal como estará errado ignorar as reais necessidades materiais e espirituais dos militares, não parece acertado para estes alinharem em manifestações de rua eventualmente desestabilizadoras, contribuindo para pôr em causa o modo como a Instituição é vista pelo Poder e pelas opiniões públicas.
Afigura-se importante marcar a diferença entre civis e militares, independentemente da existência de solidariedades. Sem esquecer que dos mesmos lados donde se grita pela desmilitarização da GNR se consente, se é que não se favorece, a militarização crescente das polícias civis.
http://securitas.blogs.sapo.pt/44266.html
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA