sexta-feira, 26 de novembro de 2010

GUERRA DO RIO: O QUE FALTOU NA COBERTURA DA GLOBO?

A TV Globo se preparou para trasnmitir "ao vivo" para o mundo, pela primeira vez, uma guerra entre as forças policiais e os traficantes de drogas, anunciada como a batalha final, diante da interpretação de alguns de que a Vila Cruzeiro era inexpugnável.
Toda logística foi montada, dois helicópteros foram disponibilizados, repórteres cobrindo todos os preparativos, tudo pronto.
Câmera, luz, ação,começa a invasão com a entrada de blindados da Marinha do Brasil, equipamentos invencíveis.
Uma barricada aqui,outra ali; um carro incendiado aqui, um caminhão incendiado ali e pneus incendiados em todos os lugares.
Os blindados avançam.
Tudo indo bem, mas o astro não entra em cena.
A tropa avança, os traficantes recuam e a fumaça toma conta da cena.
Todo mundo assistindo cada passo das forças policiais e dos traficantes, inclusive os próprios traficantes que puderam acompanhar online cada passo da operação.
Mal comparando, a TV Globo forneceu um Big Brother para os traficantes que assistiam a mobilização dos policiais e iam adequando as suas táticas.
O tempo avança e o astro - O CONFRONTO - não entra em cena.
Quem sabe não perdeu o ônibus ou estava em um ônibus que foi incendiado?
Fumaça, fumaça e mais fumaça.
Repentinamente, são filmados traficantes que caminhavam por uma estrada e pela mata, completamente "desesperados" seguiam a sua estratégia de fuga, com todo apoio logístico de transporte.
Finalmente, tiros "ao vivo", um traficante cai ferido, eis o confronto, mas os tiros cessam e os traficantes seguem caminhando "desesperadamente" para o Complexo do Alemão.
Prezado leitor, aperte o PAUSE.
O que todos nós esperávamos após
ver o traficante cair ferido?
Seja sincero.
Você esperou a chegada de helicópteros em vôos rasantes de onde policiais com fuzis abateriam os 200 traficantes (Jornal Nacional) que "desesperados" caminhavam para o Complexo.
Inclusive isso foi reforçado, pois informaram e filmaram um helicóptero da Polícia Civil que sobrevoava o local.
Todos esperavam a repetição do Tiro ao Pato, como policialescamente ficou conhecida aquela ação com helicóptero da Polícia Civil, na Favela da Koreia, quando traficantes em fuga, descendo por uma mata, foram abatidos como patos.
Por favor, aperte o PLAY.
Mas os tiros não continuaram, apenas dois ou três foram disparados, como as imagens sugeriram.
Por que os disparos foram interrompidos, eles poderiam ter continuado "tranquilamente"?
PAUSE.
Na verdade, a ocorrência do Tiro ao Pato deu "merda", não foi fácil de ser deglutida, pois ficou muito difícil sustentar uma excludente de criminalidade com as imagens exibidas.
Assista as imagens (30 segundos):


PLAY.
Os traficantes chegam ao Complexo do Alemão e jogam fumaça nas câmeras da TV Globo.
O morro foi tomado, um delegado da Polícia Civil declara:
A Vila Cruzeiro é do Estado.
THE END surge na tela.
Caro leitor, deixo reflexões:
- Quem efetuou aqueles disparos?
- Por que interrompeu?
- Alguém mandou interromper?
- O fato da Rede Globo estar transmitindo do vivo a saída "desesperada" dos traficantes, impediu uma nova ocorrência de Tiro ao Pato?
As conclusões são suas, meu paciente leitor.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO

3 comentários:

Anônimo disse...

Valeu Cel, belíssima análise dos fatos!!! O helicoptero da civil poderia ter cessado a fuga deles, é uma aeronave blindada para p 30.
Outras táticas poderiam ser utilizadas para conter a fuga.
Mesmo os tiros que deram não visavam matar e sim dizer que estava ali.
Complicado mas devemos estar atentos para as verdades, elas mais cedo ou mais tarde apareceração.
O Estado pode ter sido omisso mais uma vez...mas é o Estado do Reizinho!!!
JSF

Alexandre, The Great disse...

Ora Cel Paúl... os snipers estavam posicionados; poderiam ter prosseguido? Claro que sim. Mas a transmissão ao vivo de corpos caindo como pinos de boliche teria um "preço" posterior. Quem pagaria esta "conta"?
Ora, o "débil mental" é claro; afinal "não fui eu quem mandou fazer aquilo".

Anônimo disse...

A propaganda enganosa, mesmo após as eleições, continua.
Com a conivência da mesma mídia manipuladora e parcial.
Agora, tentam transformar em heróis nacionais, os verdadeiros culpados por este caos.
Pobre Rio de Janeiro.
Pobre Brasil.