segunda-feira, 29 de novembro de 2010

GUERRA DO RIO: ANALISANDO HIPÓTESES E AVALIANDO A DENOMINAÇÃO DAS UPPs.


Os dias seguem seu curso no Complexo do Alemão retomado e hoje começaram a surgir indícios de que a secretaria de segurança pública cometeu um erro primário no planejamento da super-hiper-mega operação, sobretudo considerando a experiência que deveria ter sido assimilada na implantação das Unidades de Polícia Pacificadora.
Tenho certeza que os nossos leitores habituais anteciparam o raciocínio é pensaram: o cerco falhou, novamente.
Sim, isso ocorreu na implantação das Unidades de Polícia Pacificadora, todavia, tal evidência se fez presente logo na invasão da Vila Cruzeiro, uma via de fuga ficou evidente para o mundo. Hoje, o que começou a se apresentar foi um outro erro inadmissível, mas isso será tema para um próximo artigo, afinal, o tempo é o senhor da razão.
Agora vamos seguir pelo caminho dos nossos leitores e falar sobre o cerco, avaliar hipóteses, considerando o pequeno número de presos apresentados.
Eu sei, o tempo é o senhor da razão, não estarei concluindo, apenas avaliando possibilidades e para isso temos que estabelecer quais são os dados concretos que possuímos. No caso penso que temos que considerar como reais (ou próximos da realidade) os dados divulgados pelo governo e repetidos inúmeras vezes pelos seus representantes: o número de traficantes que existiriam na Vila Cruzeiro e no Complexo do Alemão, ou seja, seiscentos.
Esse dado concreto comparado com o número de presos divulgados até o presente momento, leva os afoitos a concluírem que a operação foi um fracasso absurdo, isso é uma precipitação.
O confronto dos dados revela que temos mais de 550 traficantes não presos.
Isso é fato se consideramos os dados do governo como confiáveis.
Escrevi não presos tendo em vista que destes mais de 550, alguns podem estar mortos e os corpos ainda não foram encontrados; os outros podem ter fugido ou continuam no próprio Complexo do Alemão e ficarão por lá, como aconteceu na implantação das UPPs.
É de domínio público que a venda de drogas continua nas comunidades com UPPs, como os próprios integrantes do governo já confirmaram em reportagens (Revista Veja - publicada no blog). Portanto, nem todos os traficantes fugiram das UPPs, alguns continuaram vendendo as drogas, realidade que deve se repetir no Complexo, onde o território é gigantesco comparado as UPPs.
O tempo vai passar e poderemos constatar quantos morreram na invasão, quantos foram presos, mas nunca conseguiremos descobrir quantos fugiram e quantos continuam no Alemão vendendo drogas. Não podemos descobrir esses números com relação a nenhuma das UPPs, infelizmente.
É muito cedo para avaliar a operação, mas os resultados irão surgindo aos poucos, isso é inevitável. As verdades surgirão. Como não foi possível evitar que as verdades sobre as UPPs fossem descobertas, dentre elas a promoção da transferência de traficantes. Hoje até a mídia e os especialistas falam sobre isso, mas ninguém pode negar que o nosso blog foi o pioneiro na divulgação das contra-indicações das UPPs.
Quem sabe não manteremos o pioneirismo com relação à Guerra do Rio?
Por derradeiro, uma pergunta:
- Você considera adequada a expressão "Unidade de Polícia Pacificadora" para designar o que o governo do Rio está implementando em comunidades carentes do Rio?
Avalie se nós podemos considerar como "pacificada" uma comunidade onde se vende drogas ilícitas; funciona o jogo dos bichos; funcionam os caça-níqueis; funcionam os transportes clandestinos; citando alguns exemplos.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO

2 comentários:

Anônimo disse...

A denominação correta deveria ser:

UPEB - UNIDADE DE POLÍCIA EXPORTADORA DE BANDIDOS!!!

Paulo Ricardo Paúl disse...

Boa ideia.
Juntos Somos Fortes!