sábado, 12 de janeiro de 2008

UMA EQUAÇÃO DA MATEMÁTICA SOCIAL

O jornal O Globo publica nesse sábado um artigo do jornalista Guilherme Fiúza, intitulado “O FUZIL E O BASEADO”, na página 7 (OPINIÃO).
Preliminarmente, peço desculpas ao jornalista por não transcrever na íntegra o seu artigo e alerto aos leitores desse artigo para não tomarem a parte pelo todo, considerando que eu extraí apenas alguns trechos e algumas frases da referida publicação.
Leiam o artigo na íntegra, não formem opinião pelas frases soltas inseridas nesse artigo, isso provocaria um grave erro de avaliação.
E vamos aos trechos e às frases extraídas do artigo “O FUZIL E O BASEADO”.
“Em algum momento da história, tem sempre alguém despertando para os poderes mágicos da virtude. Se todo mundo parar de cheirar e fumar, acaba a munição dos AR-15. Se todo mundo parar de andar de van, somem os empreendedores piratas e violentos.”
“O consumidor de drogas ilegais dá dinheiro para o crime não há dúvida. Por outro lado um sistema perverso dá dividendos sujos – violentos ou não – à sociedade que criminalizou essas substâncias. Qual é o pecado original? O do consumo ou o do sistema?”
“Se a sociedade quer tomar uma posição conjunta e responsável sobre esse tema, o movimento de estigmatizar o usuário de drogas, de constrangê-lo perante a sociedade, é um péssimo começo.”
“Talvez seja o momento de se começar a entender que um baseado e um fuzil não estão necessariamente na mesma equação.”
Ratifico a necessidade imperiosa da leitura do artigo, sendo precipitada qualquer avaliação feita apenas considerando os trechos e frases extraídas por mim.
Obviamente, eu li todo o artigo e concordo com o jornalista Guilherme Fiúza quando trata da necessidade imperiosa da sociedade tomar uma posição conjunta e responsável sobre o tema – DROGAS ILEGAIS – antes de nos submetermos a qualquer tendência, interpretação ou decisão parcial.
E concordo quando ratifica uma verdade inquestionável, se é que existe alguma verdade inquestionável, o consumidor de drogas ilegais dá dinheiro para o crime.
Entretanto, discordo visceralmente quando o jornalista Guilherme Fiúza encerra o artigo com a frase “talvez seja o momento de se começar a entender que um baseado e um fuzil não estão necessariamente na mesma equação.”
Eu já me manifestei sobre a TURMA DO OBA e a TURMA DO EPA!
http://celprpaul.blogspot.com/2007/12/turma-do-epa-versus-turma-do-oba.html
Eu sou da TURMA DO EPA!
Da TURMA DO ESSA NÃO!
Sempre respeitando as opiniões contrárias, desde que fundamentadas adequadamente.
Os fuzis e as drogas ilegais estão na mesma equação.
Os fuzis e as drogas ilegais estão na mesma equação da matemática social.
Aliás, os fuzis, as drogas ilegais, as pistolas e as granadas estão nessa perversa equação.
A equação estaria mais completa se afirmássemos que os fuzis, as drogas ilegais, as pistolas, as granadas, os roubos de veículos, as vans e os moto-táxis clandestinos fazem parte dela.
Pior, essa equação não para de aumentar os seus fatores.
Atualmente, alguns acreditam que essa equação da matemática social vai muito além dos fuzis e das drogas ilegais.
Os seus principais fatores seriam os fuzis, as drogas ilegais, as pistolas, as granadas, os roubos de veículos, as vans clandestinas, os moto-táxis clandestinos, os carros alegóricos, o jogo dos bichos, a corrupção policial, as fantasias luxuosas, as milícias armadas, a corrupção política e as baterias.
Uma equação que só cresce e que tem um único responsável por solucioná-la, o POLICIAL – esse meio cidadão – que arrisca a vida diariamente em defesa da sociedade, ganhando menos de R$ 30,00 (trinta reais) por dia.
Os fuzis, as pistolas e as granadas escolhem o POLICIAL como alvo prioritário, ele é o único que ameaça solucionar essa equação macabra de destruição social.
Uma equação que simboliza perfeitamente a degradação social e a desorganização do Estado Brasileiro.
Assim sendo, em minha opinião, que pode estar errada, o usuário - o cliente - é o fator catalisador dessa reação.
Ele alimenta o sistema, sem ele o sistema definha o que facilitaria em muito o trabalho do único solucionador da equação – O POLICIAL.
O usuário não pode ser tratado como uma vítima do sistema, isso é um erro grosseiro de interpretação e de avaliação.
O usuário não se reduz ao pobre favelado – o excluído – o usuário também é rico e usa a droga para alegrar a si e aos seus convidados.
Tolos sustentam que a droga ilegal só produz efeitos no usuário, como o álcool ou o cigarro, e que a pena do usuário seria a própria dependência – o vício.
Na verdade o “baseado” – as drogas ilegais – tem o poder devastador das granadas, a força impactante dos projéteis disparados de pistolas .40 e .45 e o alcance útil de milhares de metros dos projéteis disparados pelos fuzis - armas de guerra – que invadem as nossas ruas e os nossos lares.
As balas perdidas poderiam ser substituídas simbolicamente por cigarros de maconha ou papelotes de cocaína voadores.
Fumar um baseado ou cheirar uma trilha aciona o gatilho de uma bomba atômica que espalha a sua radiação por todo tecido social.

Eis a verdade, pelo menos, a minha verdade.


PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
CORREGEDOR INTERNO

2 comentários:

Anônimo disse...

Algum dia um extraterrestre tentará mudar o rumo de nossa lamentável história...
Um grande abaço Coronel!
Vamos em frente...

CHRISTINA ANTUNES FREITAS disse...

Sr. Cel. Paúl:

Discordo do jornalista quando ao final do artigo conclui que a maconha e o fuzil, necessáriamente, não fazem parte da mesma equação.
Vejo isto como uma visão distorcida da classe média e alta, que normalmente consome a droga que lhe é repassada em casa ou restaurantes e shows.
Esquece ele que existe um contigente de viciados que, muito necessáriamente, além de comprar a droga em bocas de fumo armadas de fuzis e granadas, quando começa a dever um dinheiro ao gerente do tráfico, recebe uma arma da mão com a ordem de trazer algum valor.
Desta forma, aquele que só queria curtir um barato, sai matando, roubando (para consumo próprio).
Claro que não estou nem indo à fundo no problema, que são os fuzis que matam policiais, pais de famílias, trabalhadores em geral, oprimem comunidades inteiras para resguardar o "negócio lucrativo".
Enquanto houver consumo haverá traficante, fuzis, corrupção por parte de todos os segmentos da sociedade. Inclusive aquele segmento que somente "dá um teco" para descontrair.
Enquanto ele descontrai, alguém está levando vários tecos no corpo, vindo de fuzis!

Um abraço,
CHRISTINA ANTUNES FREITAS