domingo, 9 de janeiro de 2011

A SAÚDE MENTAL DO POLICIAL - A VISÃO DE UM SOLDADO DA PM DA BAHIA.

BLOG ABORDAGEM POLICIAL
A saúde mental do policial militar deve ser objetivo da instituição?

08 JAN 2011
Em: Coluna do Leitor.
Autor: Paulo Victor Ferreira.
Muitas profissões de risco geram estresse e, sem sombra de dúvidas, a profissão policial militar faz parte desta categoria. Diariamente o profissional é submetido a situações desgastantes que colocam em risco a própria vida, o que exige dele preparo físico e emocional, sendo indispensável para isso que a instituição promova a saúde mental dos agentes de segurança pública.
Entre outros conceitos, ter saúde mental consiste em apreciar a vida, aprender a lidar com as adversidades, ter controle emocional. A sociedade cobra do policial conduta irrepreensível a todo tempo, esquecendo-se que por trás da farda existe um ser humano com sentimentos, angústias e passível de erros. Para ingressar na corporação o policial é submetido a um teste psicológico que avalia se ele tem pré-requisitos para assumir a função, mas após o ingresso a sua saúde mental é desvalorizada.
Muitos fatores contribuem para que a saúde mental dos policiais fique comprometida, entre eles a distância de suas famílias, falta de condições de trabalho, falta de reconhecimento e valorização profissional por parte da sociedade e da corporação, consequentemente acabam deprimidos, ansiosos e insatisfeitos com a profissão, como demonstra reportagem de conceituada revista que aponta que um em cada três policiais não entraria na corporação se pudesse voltar no tempo.
Para a manutenção da saúde mental de seus servidores, a instituição policial-militar deve oferecer atendimento psicológico, promover atividades físicas, valorizar os seus profissionais oferecendo melhores condições de trabalho e salários dignos, dessa forma resultará em homens e mulheres satisfeitos e motivados em promover a segurança pública que a sociedade carece.
*Paulo Victor Ferreira é soldado da Polícia Militar da Bahia, servindo atualmente no 19º BPM, Jequié-BA.
COMENTO:
Parabéns!
Perfeito.
Uma lição para os governantes e para os comandantes gerais das Polícias Militares.
Prezado leitor, leia novamente esse parágrafo:
"Para a manutenção da saúde mental de seus servidores, a instituição policial-militar deve oferecer atendimento psicológico, promover atividades físicas, valorizar os seus profissionais oferecendo melhores condições de trabalho e salários dignos, dessa forma resultará em homens e mulheres satisfeitos e motivados em promover a segurança pública que a sociedade carece".
A lição é simples, ninguém lúcido discorda.
Apesar disso no Rio:
- os salários são os piores do Brasil;
- isso obriga os PMs a buscarem um segundo emprego, prejudicando as folgas, o descanso e a convivência com seus familiares;
- não existe programa de condicionamento físico;
- existem serviços extras, o que prejudica as folgas;
- os serviços extras não são remunerados, o que promove perda de dinheiro pela falta ao "bico";
- não existe atendimento psicológico para todos os que precisam; e
- o sistema de saúde da PMERFJ está em crise em fase do gigantesco número de usuários (cada PM insere mais três usuários no sistema) e da falta de repasse de verbas do governo Sérgio Cabral.
A crueldade dessa fórmula transforma a tropa da PMERJ em um conjunto de estressados, totalmente desmotivados e que portam fuzis.
Construir segurança pública de qualidade nessas condições é IMPOSSÍVEL.
Pena que os governantes finjam não ver essa realidade.
Nos resta lutar contra tudo isso e torcer para que os governantes aprendam com o Sd PMBA Paulo Victor Ferreira.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO

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