O crescimento da banda podre nas instituições policiais do Rio de Janeiro possui várias causas, uma delas os salários miseráveis que os policiais recebem para arriscarem a própria vida em defesa da população, porém a mais importante penso ter sido o comprometimento crescente do andar de cima. A mídia por diversas vezes noticiou envolvimento de comandantes e de delegados, sendo importante destacar nesse aspecto que nos últimos anos tivemos dois ex-chefes da Polícia Civil acusados de fatos criminosos gravíssimos, o que por si só COMPROVA a gravidade da situação.
A situação é tão grave que frequentemente sou questionado com a seguinte pergunta:
- Coronel, fulano é honesto, como pode ter sicrano o assessorando diretamente?
A pergunta é sobre o fato de comandantes reconhecidos como honestos pela tropa, terem em seu estado maior, Oficiais que não possuem esse mesmo reconhecimento.
Eu respondo fazendo uma proposta:
- Se imagine comandante geral da corporação e tente escolher quarenta e um comandantes honestos para os batalhões operacionais da PMERJ. Em seguida, imagine cada um desses quarenta e um comandantes tento que escolher quarenta e um subcomandantes honestos. Depois, cada um deles tendo que escolher Oficiais honestos para o seu estado maior (P/1, P/2, P/3 e P/4).
Faça essa soma inicial: 41 + 41 + 164 = 246 Oficiais honestos.
Finalmente, considere o número total necessário de Oficiais honestos para aproximadamente cem Organizações Policiais Militares (batalhões, batalhões especiais, diretorias, escolas, etc).
Entendeu o motivo de um comandante dito como honesto, acabar sendo assessorado por Oficiais com perfil diferente do dele.
Atualmente é simplesmente impossível encontrar Oficiais honestos no número necessário para cobrir todas as funções importantes em todas as OPMs, essa é a verdade. Raciocínio idêntico pode ser feito com relação à Polícia Civil. Pior, a situação se generaliza pelo país, afinal estamos nos transformando em povo que quer levar vantagem em tudo.
Obviamente, poderemos ter também a situação inversa, assessores honestos de comandantes ou delegados nem tanto.
O crescimento da banda podre nos andares mais altos das instituições policiais e na política fluminense provocou situações bizarras.
Honestos convivendo com desonestos.
Banda boa e banda podre juntas e misturadas.
O bandido-policial.
A quadrilha político-bandido-policial.
A única estratégia com chance de sucesso para reverter esse quadro começa pelo corte de cabeças de cima para baixo, sem isso a tendência é o quadro se agravar cada vez mais.
Na Polícia Militar nós tentamos dar esse pontapé inicial com a criação de uma estrutura com essa finalidade, ampliando a Corregedoria Interna, infelizmente, ela foi criada e esquecida na gaveta.
Parece que usar a guilhotina de cima para baixos não interessa ao governo.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO
A situação é tão grave que frequentemente sou questionado com a seguinte pergunta:
- Coronel, fulano é honesto, como pode ter sicrano o assessorando diretamente?
A pergunta é sobre o fato de comandantes reconhecidos como honestos pela tropa, terem em seu estado maior, Oficiais que não possuem esse mesmo reconhecimento.
Eu respondo fazendo uma proposta:
- Se imagine comandante geral da corporação e tente escolher quarenta e um comandantes honestos para os batalhões operacionais da PMERJ. Em seguida, imagine cada um desses quarenta e um comandantes tento que escolher quarenta e um subcomandantes honestos. Depois, cada um deles tendo que escolher Oficiais honestos para o seu estado maior (P/1, P/2, P/3 e P/4).
Faça essa soma inicial: 41 + 41 + 164 = 246 Oficiais honestos.
Finalmente, considere o número total necessário de Oficiais honestos para aproximadamente cem Organizações Policiais Militares (batalhões, batalhões especiais, diretorias, escolas, etc).
Entendeu o motivo de um comandante dito como honesto, acabar sendo assessorado por Oficiais com perfil diferente do dele.
Atualmente é simplesmente impossível encontrar Oficiais honestos no número necessário para cobrir todas as funções importantes em todas as OPMs, essa é a verdade. Raciocínio idêntico pode ser feito com relação à Polícia Civil. Pior, a situação se generaliza pelo país, afinal estamos nos transformando em povo que quer levar vantagem em tudo.
Obviamente, poderemos ter também a situação inversa, assessores honestos de comandantes ou delegados nem tanto.
O crescimento da banda podre nos andares mais altos das instituições policiais e na política fluminense provocou situações bizarras.
Honestos convivendo com desonestos.
Banda boa e banda podre juntas e misturadas.
O bandido-policial.
A quadrilha político-bandido-policial.
A única estratégia com chance de sucesso para reverter esse quadro começa pelo corte de cabeças de cima para baixo, sem isso a tendência é o quadro se agravar cada vez mais.
Na Polícia Militar nós tentamos dar esse pontapé inicial com a criação de uma estrutura com essa finalidade, ampliando a Corregedoria Interna, infelizmente, ela foi criada e esquecida na gaveta.
Parece que usar a guilhotina de cima para baixos não interessa ao governo.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO
2 comentários:
ACHO QUE O CASO AI É COM POLICIA FEDERAL, VIA MINISTÉRIO DA JUSTIÇA INTERVENÇÃO DE INVESTIGAÇÃO PARA PRESERVAR PROVAS E DIREITOS. FORÇA TAREFA NO CBMERJ e PMERJ, PARA BOTAR TODOS OS COMPROVADAMENTE CULPADOS NA RUA, NAS BARRAS DOS TRIBUNAIS, JÁ QUE NÃO DA FUZILAR.
O brado
É difícil, Cel Paúl. Tem a ver com educação e cultura. Policiais, políticos, juízes, promotores, todos são oriundos de uma sociedade doente e corrupta, eles não vem de Marte. São 25 anos de lobotomia esquerdopata, pelo menos. Levaremos muito tempo para mudar isso, pode acreditar.
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