POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: A GRAVIDADE DA SITUAÇÃO.

Os últimos dois dias trouxeram à tona uma das feridas mais profundas da PMERJ, o envolvimento de Policiais Militares com as práticas criminosas. Um Policial Militar integrante de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), que recebe uma gratificação "especial", foi acusado de estar tentando furtar caixas eletrônicos e os jornais de hoje sinalizam para o envolvimento de Policiais Militares no sequestro da irmã de um traficante, que seria liberada por milhares de reais.

Obviamente, não podemos tomar a parte pelo todo, porém fica a grande pergunta:

- Qual o tamanho dessa parte que se envolve com práticas criminosas?

A quantidade de notícias sobre o envolvimento de policiais é assustadora, portanto, não podemos enganar a nós mesmos, tentando acreditar que essa parcela é muito pequena.

Talvez nos reste apenas tentar estabelecer desse grupo quem se envolve com crimes, aqueles que são capazes de qualquer coisa e aqueles que apenas aceitam a propina do jogo dos bichos, do transporte alternativo, do gatonet, os bingos, dos caça-niquéis, etc.

O certo é que a Polícia Militar ainda possui um contingente de policiais honestos que vivem do salário ou do salário + bico, passando por toda sorte de dificuldades. Normalmente, são esses heróis que se mobilizam e seguem realizando atos públicos nas ruas na luta por melhores salários e por adequadas condições de trabalho. Via de regra, os envolvidos com o crime não se importam com salários e trabalham em quaisquer condições, por piorem que sejam.

Diante da subserviência do comando da corporação ao poder político, não podemos esperar que a solução para essa tragédia surja dentro dos nossos muros, pelas razões que já escrevemos exaustivamente, a única esperança é uma mobilização organizada da sociedade fluminense exigindo salários dignos e a adoção de mecanismos depuradores mais eficientes, inclusive com a retomada do crescimento da Corregedoria Interna, hoje chefiada pelo Coronel de Polícia Menezes (coronel Barbono), Oficial digno e competente.

Caso contrário, mantido o silêncio da população, a situação se agravará até chegar ao ponto do surgimento de outra pergunta:

- Quem quer ainda essa Polícia Militar?

JUNTOS SOMOS FORTES!

PAULO RICARDO PAÚL

CORONEL DE POLÍCIA

Ex-CORREGEDOR INTERNO