quinta-feira, 18 de março de 2010

GOVERNADOR, O POVO NÃO GOSTA DO SENHOR.

Exmo governador, ontem comparei a caminhada em defesa do Rio, com dois objetivos: lutar pelos interesses do povo fluminense e divulgar a luta pela conquista da cidadania dos Policiais Militares e dos Bombeiros Militares, através da concessão de salários dignos, considerando que no Rio esses heróis continuam ganhando por dia o equivalente ao que ganha uma diarista que trabalha na Zona Norte.
Eu chego cedo aos locais dos atos, um hábito que tenho e que me facilita muito quando programo atos e acabo os realizando sozinho, algumas vezes, assim tenho tempo de montar o Excluído Fardado e afixar as faixas, não atrasando o início.
Ontem, não foi diferente, almocei no 5º BPM, onde pude verificar com alegria que o rancho é único, ou seja, Oficiais e Praças fazem as suas refeições no mesmo local, permitindo um local harmonioso, sem nada comprometer os valores hierárquicos ou disciplinares. Lá deixei meu veículo parqueado, tendo o cuidado de embrulhar o máximo possível as faixas sobre a PEC 300 que levei para o evento, não permitindo que fossem vistas, considerando que o comandante anterior da unidade tinha sido advertido por Mário Sérgio pelo fato de eu ter saído com faixas da unidade, embora elas estivessem ocultas (o que estava aparente era uma bandeira nacional), quando realizamos uma caminhada pela PEC 300, em trajeto idêntico ao da caminhada por vossa excelência.
Rumei utilizando um táxi até a Candelária, onde cheguei por volta das 14:40 horas e logo fiquei surpreso com a utilização exagerada do policiamento no evento. Dezenas em cada cruzamento, além do grande número de viaturas espalhadas.
Ouvi que a Polícia Militar utilizou 4.700 Policiais Militares, um absurdo completo.
Eu discordo do Tenente Coronel Xavier, comandante do 13º BPM, no sentido de que o público participante foi da ordem de 80.000 pessoas, avalio o público entre 30.000 e 40.000, isso com boa vontade. Não esqueçam que um maracanã lotado reúne hoje cerca de 80.000 pessoas, o eu serve como um bom parâmetro de avaliação.
Falar em mais de 100.00 pessoas serve apenas para tentar agradar Sérgio Cabral, além de acreditar em Papai Noel e no Coelhinho da Páscoa.
Na Candelária pude constatar a completa desorganização e a fartura de ônibus, caminhões de som, faixas, bandeiras, adesivos, camisas, etc.
Exmo governador, quem pagou por tudo isso?
Desejo que não tenha um centavo do meu dinheiro nesses gastos, espero que a iniciativa privada tenha arcado com todas essas despesas, já basta a fortuna que foi gasta com o policiamento do evento.
Governador, os recursos públicos (pessoal, viaturas e equipamentos) despendidos foram gigantescos.
Conversei com Policiais Militares que foram deslocados do interior do estado para trabalharem no evento, desguarnecendo as áreas dos batalhões.
E o gasto com combustíveis?
O Corpo de Bombeiros também empregou um efetivo grande, enquanto a Polícia Civil praticamente passou despercebida, nada mais justo, pois a PCERJ deve investigar e não realizar policiamento ostensivo.
Parabéns ao chefe da Polícia Civil.
Em face do atraso na saída da Candelária, seguimos pela Avenida Rio Branco exibindo faixas sobre a PEC 300, optando por fixá-las ao longo da avenida, o que fizemos em três pontos: no início; próximo ao Edifício Central e Candelária.
Ao longo da avenida presenciamos a farta distribuição de bandeiras estaduais, algumas pessoas saiam com dezenas, e de adesivos com a imagem da bandeira, que eram colados em qualquer lugar.
Viaturas da operação Lei Seca e do Choque de Ordem eram empregadas indiscriminadamente para a condução de materiais e de pessoas.
Na Candelária, a confusão era completa, enquanto a chuva forte fazia com que todos buscassem abrigo e os caminhões de som chegavam cada um tocando o que achasse melhor, arrebatando os funcionários públicos e os apadrinhados políticos, escalados como platéia.
Uma festa!
Nessa confusão ainda conseguimos reunir cerca de 10 a 15 Policiais Militares, Bombeiros Militares e familiares, exibindo as nossas faixas sobre a PEC 300.
Peço desculpas, governador, não fiquei muito tempo na Candelária, pois tinha que retornar até o 5º BPM para buscar o meu veículo, o meu cansaço superou a expectativa de ouvir o seu discurso e de poder vaiá-lo, mais uma vez.
Exmo governador, foi uma grande aventura seguir da Candelária até o 5º BPM, o que poderia ser uma caminhada saudável (era impossível conseguir um táxi), tornou-se um martírio.
Ao cruzar a Avenida Presidente Vargas, encontrei todas as ruas alagadas, mal iluminadas e o caos completo no trânsito, um caos que vivenciei até chegar à Zona Norte, onde resido.
Foi uma grande aventura, compartilhada com o povo sofrido desse Rio de Janeiro, um estado que produz tanto petróleo, mas que não promove qualidade de vida ao seu povo; que não disponibiliza serviços públicos de qualidade; que não remunera dignamente os seus servidores e que ainda os escala em atos políticos, como platéia.
Hoje li que vossa excelência não discursou, portanto, não perdi a oportunidade de vaia-lo, o que farei assim que for no possível.
Por derradeiro, aplaudo quem o aconselhou a não discursar, vossa excelência seria vaiado novamente, o povo do Rio não gosta do senhor e menos ainda de Eduardo Paes.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
Ex-CORREGEDOR INTERNO

2 comentários:

Edson Lopes disse...

A XUXA no meio do povão? Levaram até a rainha dos baixinhos. PINOQUIO como sempre lá, grudado no seu mestre.

Anônimo disse...

CEL COMO TODOS NÓS SABEMOS O SERGIO CABRAL USOU TODO O APARELHO ESTADUAL POSSIVEL PARA ESSA MARCHA PARA PROMOVE-LO. CONSTITUCIONALISTAS JURIDICOS AFIRMAM QUE ESSA EMENDA NAO SUPORTA 5 MINUTOS DE ANALISE NO STF , ELA CAI E ELE PEDIRA ESSA ARGUIÇAO AO STF NO MOMENTO QUE ELA SAIR DO SENADO A NAO SER QUE FIQUE BOM PRO RIO OS ACORDOS. TUDO ARMAÇAO.
JUNTOS SOMOS FORTES
EDUARDO