sábado, 20 de fevereiro de 2010

SERVIDÃO VOLUNTÁRIA - FELIPE SVALUTO PAÚL.

Warfare State- o novo bunker
Quinta-feira, Fevereiro 18, 2010
SERVIDÃO VOLUNTÁRIA
Rainer Wenger, que mais tarde descobriríamos professor de Educação Física e Ciências Sociais, está animado com a perspectiva de ministrar um projeto - espécie de curso paralelo à grade comum, até onde se pode compreender - sobre anarquismo na escola secundária alemã onde já treina (também entusiasticamente) o time de pólo aquático local. Homem de esquerda, fã de rock e adepto de visual um tanto menos professoral que o comum entre seus pares docentes, Wenger é cumprimentado com aparente sinceridade por diversos alunos quando chega ao colégio e se prepara para discutir a desejada disciplina de verão com a diretora da instituição - apenas para descobrir que um outro professor, conservador à caricatura, já havia se antecipado e escolhido ensinar as ideias e movimentos anarquistas aos jovens do lugar. Chateado, o treinador e cientista social acaba abraçando um outro projeto, também dentro da área política - e sob a atenção da esposa grávida, também professora da escola, começará a bolar alguma forma interessante de ensinar a seus pupilos o que entendia como característico de uma rubrica bastante abrangente na área dos conceitos e sistemas de governo: a autocracia.
Assim começa A Onda(Die Welle), filme alemão de 2008 que enfim assisti na semana passada. A partir do ponto onde paramos, o que o espectador vê a seguir pode ser descrito como o curto ciclo vital - não chega a uma semana - de um movimento estudantil vagamente fascista: testemunhamos seu nascimento, seguimos o desenvolvimento impressionante que alcança em dias e nos surpreendemos com a morte abrupta e violenta que põe fim a uma ascendente em dado momento aparentemente irreversível. Comum a essas três fases, ainda que diversos em cada um deles, temos não apenas os adolescentes, entusiastas e massa formadora da organização, mas também e principalmente Wenger: longe de ser uma iniciativa juvenil de garotos e garotas subitamente apaixonados por formas autocráticas de governo, A Onda - como o grupo é nomeado - é inicialmente apenas um experimento didático concebido e conduzido pelo professor Rainer, que pretende com a iniciativa apresentar aos colegiais que orienta uma experiência da autocracia para muito além dos livros e de aulas expositivas - como aquelas, aparentemente chatíssimas, que logo veremos de esguelha o professor conservador ministrar a seus alunos no projeto sobre anarquia (leia).
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
Ex-CORREGEDOR INTERNO

2 comentários:

CHRISTINA ANTUNES FREITAS disse...

Sr.Cel.Paúl:

Sr.Felipe

Creio que o Anarquismo que o Professor propõe em sua Escola é meramente a descontrução de um modelo, para a construção de outro...
Daqui a um tempo, outro Prof. aparecerá, pois descontruir será sempre preciso, uma vez que "dinamismo" é necessário, para que a vida siga de maneira atraente para todos.

Belo artigo!

Abraços fraternos,
CHRISTINA ANTUNES FREITAS

Paulo Ricardo Paúl disse...

Grato pelo apoio. Pensi que estamos desconstruindo esse tempo de subserviência. Juntos Somos Fortes!