AME/RJ
2008
A reabertura política e a ascensão dos “perseguidos” políticos ao poder trouxeram uma preocupação na caserna:
O que eles farão quando alcançarem o poder?
Revanchismo?
Hoje o governo Lula enfrenta mais uma grave crise diante da tentativa de aprovação de um conjunto de leis, uma autêntica revisão de todo nosso arcabouço legal, por meio de uma única legislação, o que demonstra de forma inequívoca que o receio nos quartéis tinha sentido.
Não pretendo discutir o tema anistia, tendo em vista que ela foi ampla, geral e irrestrita e que não guarda qualquer valor positivo tentar agora puxar a brasa dos benefícios apenas para o lado dos “terroristas, seqüestradores, assaltantes, etc”, que se autodenominaram integrantes da “luta armada”.
Isso seria muito perigoso, imaginem se os nossos milhões de excluídos que praticam roubos e furtos, começassem a alegar uma “ideologia de luta contra um Estado opressor” que os condena a miserabilidade?
Ninguém seria mais aprisionado.
Eu tinha sete anos, quando meu pai foi preso por trabalhar no Porto do Rio de Janeiro, considerado um reduto de comunistas, portanto, não tenho amores por aqueles anos. Agradeço até hoje o fato de meu pai ter sido solto após oito dias de encarceramento, que deixaram graves seqüelas, por toda uma vida, os seus sessenta e três anos, uma missão encerrada em 1996.
Isso significa que entendo, em alguns momentos, que muitos não consigam esquecer o que passaram como vítimas de um lado ou de outro, fazendo com que idéias de retaliações sejam implementadas, porém fico assustado quando percebo um ódio pelas organizações militares por parte de brasileiros que nada sofreram, nem eram nascidos.
Será que ódio é genético?
Será que as histórias contadas no seio das famílias geraram esse ódio?
Eu ainda era Tenente quando a reabertura política se desenvolveu, a minha geração não atuou contra a “luta armada”, não estourei aparelhos, não cavalguei contra estudantes, na verdade vivemos esse processo de tentativa de democratização, entretanto, até hoje sofremos pelo que não fizemos.
A Polícia Militar é uma instituição bicentenária, milhares de Policiais Militares já morreram em defesa da pátria e dos cidadãos, continuam morrendo quase que diariamente.
A nossa história é de heroísmo, por que nos odeiam?
Será que o ódio nasce em outra fonte?
A corrupção que o policial pratica na ponta da linha, que acaba transformação a sua imagem de herói em bandido?
Talvez, o certo é que parecem nos odiar.
O que Sérgio Cabral tem feito com a Polícia Militar só pode ser interpretado como exercício do mais puro ódio.
Ele tem destruído todos os nossos valores, como se o objetivo final fosse acabar com a instituição Polícia Militar em apenas quatro anos de governo.
Persegue de todas as formas os Coronéis Barbonos e os 40 da Evaristos, Oficiais e Praças que lutam por melhorar a Polícia Militar e a própria segurança pública.
Cabral mudou leis com apoio da ALERJ; encerrou carreiras; distribui benefícios e gratificações para poucos, em detrimento da maioria, subvertendo os valores hierárquicos; enfraquece o nosso sistema de saúde e condena à miserabilidade os Praças inativos e as pensionistas, excluídos das gratificações.
Cabral deve nos odiar, não sabemos os motivos.
E como o ódio é um sentimento que destrói aquele que odeia, acima de tudo, ele se desmancha e parece odiar também os Bombeiros Militares, submetendo os heróis do fogo a várias dessas mazelas.
Aliás, para ser justo, Cabral parece odiar o funcionalismo público fluminense.
É muito ódio...
Embora, a minha avaliação possa estar no foco errado, talvez o problema não seja o ódio, na verdade seja o amor.
O amor pelas terceirizações.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
Ex-CORREGEDOR INTERNO
O que eles farão quando alcançarem o poder?
Revanchismo?
Hoje o governo Lula enfrenta mais uma grave crise diante da tentativa de aprovação de um conjunto de leis, uma autêntica revisão de todo nosso arcabouço legal, por meio de uma única legislação, o que demonstra de forma inequívoca que o receio nos quartéis tinha sentido.
Não pretendo discutir o tema anistia, tendo em vista que ela foi ampla, geral e irrestrita e que não guarda qualquer valor positivo tentar agora puxar a brasa dos benefícios apenas para o lado dos “terroristas, seqüestradores, assaltantes, etc”, que se autodenominaram integrantes da “luta armada”.
Isso seria muito perigoso, imaginem se os nossos milhões de excluídos que praticam roubos e furtos, começassem a alegar uma “ideologia de luta contra um Estado opressor” que os condena a miserabilidade?
Ninguém seria mais aprisionado.
Eu tinha sete anos, quando meu pai foi preso por trabalhar no Porto do Rio de Janeiro, considerado um reduto de comunistas, portanto, não tenho amores por aqueles anos. Agradeço até hoje o fato de meu pai ter sido solto após oito dias de encarceramento, que deixaram graves seqüelas, por toda uma vida, os seus sessenta e três anos, uma missão encerrada em 1996.
Isso significa que entendo, em alguns momentos, que muitos não consigam esquecer o que passaram como vítimas de um lado ou de outro, fazendo com que idéias de retaliações sejam implementadas, porém fico assustado quando percebo um ódio pelas organizações militares por parte de brasileiros que nada sofreram, nem eram nascidos.
Será que ódio é genético?
Será que as histórias contadas no seio das famílias geraram esse ódio?
Eu ainda era Tenente quando a reabertura política se desenvolveu, a minha geração não atuou contra a “luta armada”, não estourei aparelhos, não cavalguei contra estudantes, na verdade vivemos esse processo de tentativa de democratização, entretanto, até hoje sofremos pelo que não fizemos.
A Polícia Militar é uma instituição bicentenária, milhares de Policiais Militares já morreram em defesa da pátria e dos cidadãos, continuam morrendo quase que diariamente.
A nossa história é de heroísmo, por que nos odeiam?
Será que o ódio nasce em outra fonte?
A corrupção que o policial pratica na ponta da linha, que acaba transformação a sua imagem de herói em bandido?
Talvez, o certo é que parecem nos odiar.
O que Sérgio Cabral tem feito com a Polícia Militar só pode ser interpretado como exercício do mais puro ódio.
Ele tem destruído todos os nossos valores, como se o objetivo final fosse acabar com a instituição Polícia Militar em apenas quatro anos de governo.
Persegue de todas as formas os Coronéis Barbonos e os 40 da Evaristos, Oficiais e Praças que lutam por melhorar a Polícia Militar e a própria segurança pública.
Cabral mudou leis com apoio da ALERJ; encerrou carreiras; distribui benefícios e gratificações para poucos, em detrimento da maioria, subvertendo os valores hierárquicos; enfraquece o nosso sistema de saúde e condena à miserabilidade os Praças inativos e as pensionistas, excluídos das gratificações.
Cabral deve nos odiar, não sabemos os motivos.
E como o ódio é um sentimento que destrói aquele que odeia, acima de tudo, ele se desmancha e parece odiar também os Bombeiros Militares, submetendo os heróis do fogo a várias dessas mazelas.
Aliás, para ser justo, Cabral parece odiar o funcionalismo público fluminense.
É muito ódio...
Embora, a minha avaliação possa estar no foco errado, talvez o problema não seja o ódio, na verdade seja o amor.
O amor pelas terceirizações.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
Ex-CORREGEDOR INTERNO
5 comentários:
Cel, a minha decepçao com Sergio Cabral é imensa, eu nunca em minha vida lutei para que um politico nao fosse eleito, desviando o foco de quem merecia meu voto, mas agora isso é inevitavel, venho cotidianamente mostrando a quem posso(pessoas) as mazelas que acontecem nesse governo nas mais diversas areas do serviço publico, sou militar e professor,nao tem saida é fora Cabral, acho que o desastre ambiental em Angra dos Reis e o tal decreto assinado por ele foi a gota d agua.
Eduardo
Eduardo, concordo com você. cabral representa o que existe de pior na política nacional e devemos evitar que volte a representar o povo. Juntos Somos Fortes!
Sr.Cel.Paúl:
Temos talvez em nossas vidas episódios comuns: meu pai também foi preso, delatado por um colega de trabalho, por ter se declarado "Getulista" durante anos anteriores.
Foi o bastante para nossa casa ser invadida, e nós os filhos, interrogados. Eu, a segunda filha tinha 11 anos e a menor tinha 7 anos... Crianças em 1964, bobas, que só tinham acesso a Monteiro Lobato!
Lembro-me bem da fisionomia do Oficial EB, quando me perguntava quem frequentava nossa casa.
Aliás, patético!
Sem querer (querendo), derrubei uma calda de doce ou coisa parecida sobre o tal Oficial, que quase teve um piripaque. Aff! Dei meu jeito!
Mas isso foi coisa de uma criança de 11 anos, querendo se ver livre de quem lhe atormentava com perguntas incompreensíveis...
Era para eu não querer ver farda nunca mais, se isso fosse para criar "traumas"...
O que me deixa indignada, é ver como as pessoas sem conhecer o que é a PMERJ, falam dela, sobre ela, e teimam em ditar normas para a mesma.
Terrível também, é encontrar quem fale:
- Meu Deus! Como voces permitiram seu filho ir para a PM !
É de rir para não chorar, pois as pessoas falam como se eu ou meu marido tivéssemos dado a maior força para nosso filho "cair na vida", "ser marginal", etc.
Isso por vezes é dito, por mães ou pais de "vagabundos" que nunca trabalharam, e que são praticamente "Estudantes Profissionais", isso quando estudam ...
Existem ocasiões que nada falo, fico só olhando até a pessoa notar que não foi uma grande idéia, falar tal besteira comigo.
Porém tem dias que não dá. Outro dia mesmo,já enviezada com a vida, respondi:
- Deixei fulana, prá um dia meu filho dar um flagrante no seu filho! Afinal ele não trabalha, não estuda, vive em péssimas companhias, bate em voce, roubou os avós...
Aí Paúl, eu sou mal educada... Imagino que eu, e tantas mães, pais, enfim, parentes de Policiais Militares, que um dia resolvem não escutar tanta baboseira!
Então, acho que o Governador realmente não gosta da PMERJ, mas tenho a impressão que jamais declarará isso, afinal, pode ser vítima dos ditados populares:
"Quem fala o que quer, escuta o que não quer!" ou
"Diga-me com quem tu andas, que te direi quem és!"
Eu estou nessa agora: Incontinencia Verbal!
Falou: levou!
Abraços fraternos,
CHRISTINA ANTUNES FREITAS
Coronel, perdi um amigo na cidade do Rio de Janeiro, chamava-se NIVALDO PEREIRA TRINDADE, era Capitão do Corpo de Bombeiros e deixou uma filha pequena.
Obtive informações de que sua morte foi encomendada por colegas de corporação que queriam "vender" vagas em um concurso para selecionar novos soldados e sargentos sendo ele o principal encaregado da seleção, obviamente por concurso, e como ele não se corrompeu, mataram-no.
O que o senhor sabe deste caso? Os assassinos foram punidos? As informações que recebi são informações, são verdadeiras?
Ah, Coronel,
Com certeza o Governador odeia o Corpo de Bombeiros... A maior prova é subordinar uma organização militar inteira ao comando de um civil. Isso é o fim. No início da minha carreira aprendi que o CBMERJ, assim como a PMERJ eram reservas do EB, e naquela época ainda éramos subordinados ao CML com General no comando.
Hoje, acabo não me sentindo militar, tamanha descaracterização que nos foi forçada. O militarismo só aparece na forma de coerção e punição.
E ainda tenho que ter paciência de assistir estas pesquisas de intenção que apontam o governador como forte candidato à reeleição.
É o fim.
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