BOMBEIROS MILITARES - MOBILIZAÇÃO - A FRUSTAÇÃO.

Ontem, ficou evidente a frustação no rosto dos valorosos Bombeiros Militares que estiveram na ALERJ, dando continuidade à mobilização na busca de salários justos e de adequadas condições de trabalho.  O dia pareceu terminar com um sentimento de derrota, um gosto de fracasso, isso era evidente. Destaco que apesar do insucesso, ocorreram algumas vitórias, sendo a maior delas a materilaização da forma ditatorial do governo de tratar pendências com o funcionalismo. O governo estadual que já atirou bombas em professores e disparou tiros de fuzil contra os bombeiros (Quartel General), ontem cercou a casa do povo com grades e com a PM, lembrando os anos de chumbo.

O sentimento de tristeza que se instalou em corações e mentes foi imposto aos BMs que estavam no local pelos que poderiam ir e não foram, os que nos cantos dos quartéis ficam apregoando que só uma greve poderá resolver a questão salarial no Corpo de Bombeiros, mas que na hora de decidir sobre ela se esconderam. Nesse ponto, a mobilização surtiu um efeito positivo, pois ficou claro que os corajosos no falar, vez por outra, são covardes no agir. Ficar dando ideias é facílimo, dar a cara para bater, isso é muito difícil. Os que estiveram na ALERJ colocaram uma mordaça em todos os que só sabem falar. 

Outro ponto que foi aclarado é que a tropa do CBMERJ ainda não atingiu o estágio de mobilização de outros estados para realizar uma paralisação, sobretudo porque no Rio de Janeiro não contam com o apoio efetivo das associações de classe, que são fortíssimas em alguns estados, verdadeiros sindicatos, algo que no Rio não ocorre nem de longe, infelizmente.

Penso que as associações devem rever os seus conceitos, caso contrário perderão a própria razão para existirem.

Lembro aos valoros BMs que nem tudo se resolve com paralisações, as greves que se realizam pelo Brasil e que alguns acham ser a única solução. No Rio, parece que o caminho terá que ser outro. Peço aos Bombeiros que nunca esqueçam a força que demonstrama ao longo desses oito meses, lembrem-se que reuniram quase 30 mil pessoas em Copacabana, sem realizarem qualquer greve. 

Eu sou contra paralisações na PM e no CBM, nunca apresentei tal opção no curso de qualquer das nossas mobilizações, as quais foram iniciadas em 2007 pelos 40 da Evaristo, mobilizações sem interrupção até a presente data. Sou desfavorável e explico. Nunca consegui enxergar os Policiais Militares do Rio de Janeiro participando de uma greve, embora nos nossos quartéis também muito se apregoe essa tática, a qual não será operacionaliza enquanto a banda podre florescer por todos os lados. Quem se vira na rua e no quartel, nunca fará greve, ponto final. Curto e grosso.

Igual raciocínio podemos fazer com os que recebem as gratificações, não farão qualquer movimento que ameace a perda desses valores.

Votarei a escrever sobre a mobilização dos Bombeiros,  penso que muito existe para ser feito, ordeira e pacificamente, como os BMs já fizeram e demonstraram ter coragem e determinação inquebrantáveis. Publiquei esse artigo escrito apressadamente apenas para deixar uma mensagem aos companheiros de luta nas ruas do Rio de Janeiro. Ergam a cabeça, joguem a frustação no lixo, encham o peito do orgulho saudável dos que lutam as causas justas e organizem a mobilização. Organizar é o caminho para a conquista dos objetivos. Organizar é imprenscindível e isso só ocorre mediante amplo planejamento, o improviso não é bom conselheiro.

Publicarei um artigo direcionado aos grandes ausentes: os Oficiais do CBMERJ.

Juntos Somos Fortes!