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Denúncia.
O Ministério Público Federal vai investigar a relação do empresário Valdomiro Minoru Dondo, brasileiro considerado um dos homens mais ricos de Angola, com policiais federais que serviram no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro. Os procuradores suspeitam da existência de um esquema de facilitação no embarque e desembarque de Minoru, uma vez que o empresário atua no ramo de importações e exportações. A equipe de Controle Externo da Atividade Policial do MPF vai apurar também o suposto enriquecimento ilícito do delegado federal Rodrigo de Souza Alves e um procedimento administrativo disciplinar para saber se o delegado federal Leonardo Tavares oferecia tratamento vip a Minoru na imigração.
Nascido em São Paulo, mas com cidadania angolana, Minoru enriqueceu vendendo produtos para o governo angolano. Pelo menos cinco autoridade locais aparecem nos registros como sócias nas mais de 20 empresas que o empresário mantém no país africano. Ele é amigo do presidente angolano, José Eduardo dos Santos, e recebe financiamento do BNDES para fornecer produtos pedidos pelo governo daquele país.
No ano passado, a Superintendência da Polícia Federal no Rio instaurou processo administrativo disciplinar contra o delegado Rodrigo e sua mulher, a escrivã Érika Cerqueira de Carvalho. O objetivo era apurar as circunstâncias que teriam levado Minoru a custear, em outubro de 2008, a viagem do casal a Angola. Ambos, na época, eram lotados no aeroporto. As passagens e demais despesas (taxa de embarque, diária de hotel etc.) foram pagas pela Promoangol, holding do grupo angolano VMD, de Minoru. Além disso, escrituras registradas em cartório atestam que o empresário comprou, em junho deste ano, um imóvel registrado em nome da mãe do delegado.
Com o processo instaurado ontem, o MP pretende solicitar dados relativos a uma investigação arquivada recentemente pela PF, cujo objetivo era apurar as circunstância da venda deste imóvel. No banco de dados da PF, consta que Minoru, no período de 26 de agosto de 2008 a 25 de fevereiro de 2010 (18 meses), entrou e saiu do país aproximadamente 70 vezes, sendo 15 no plantão de Rodrigo e outras 14 no plantão de Leonardo. Rodrigo frequentou, ao lado do delegado Leonardo Tavares, o camarote do agente Aroldo Antônio Mendonça na escola de samba Unidos da Tijuca. Aroldo é considerado braço-direito de Minoru.
Rodrigo e Leonardo serão chamados a prestar esclarecimentos ao Ministério Público. Em entrevista ao GLOBO, Leonardo admitiu que, nos plantões, é possível que Minoru tenha sido retirado da fila nos desembarques.
Fonte: O Globo com título da Agência Fenapef.
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