quinta-feira, 11 de agosto de 2011

AS POLÍCIAS DO RIO DE JANEIRO SÃO RUINS, ISSO É INDISCUTÍVEL.

Cláudia Tavares disse...
Você está exigindo muito de um oficial da PM...
11 de agosto de 2011 06:57
O comentário acima foi postado em um artigo que teve o analista de segurança pública da TV Globo como personagem (leiam).
Agradecei o comentário e alertei à senhora Cláudia que Rodrigo Pimentel esteve na PMERJ por pouco tempo, nem de longe pode ser tratado como uma referência de Oficial PM, para que se avalie a nossa Oficialidade.
Apesar dessa verdade, ninguém pode se afastar de outras verdades que povoam a segurança pública no Rio de Janeiro, como a falta absoluta de uma política de segurança pública no governo Sérgio Cabral (PMDB). Aliás, quem quiser continuar sendo enganado no sentido de que existe, leia o editorial "Polícia repete erros na Presidente Vargas", publicado na página 6 da edição dessa quinta-feira. Nele O Globo segue na sua linha de "isenção" tão conhecida pela população do Rio de Janeiro.
Outra verdade inquestionável é a má formação profissional dos Policiais Militares e dos Policiais Civis, algo que fica evidente logo no primeiro contato.
A PMERJ e a PCERJ formam seus profissionais de forma deficiente e não poderia ser diferente, tendo em vista que iniciam muito mal o processo ensino-aprendizagem, quando recrutam e selecionam de maneira sofrível.
Só o Super Homem consegue transformar carvão em diamante, assim mesmo no universo ficcional.
As Polícias Militar e Civil do Rio de Janeiro conseguem até recortar o carvão e dar uma pintura, tentando fazer com que o carvão pareça um diamante, isso de longe, pois basta olhar mais de perto para verificar as enormes diferenças, as gigantescas deficiências.

A partir desse ponto centrarei na PMERJ meus comentários, deixo para os Policiais Civis os elogios e as críticas ao seu processo de formação.
Ao longo da minha carreira profissional, um terço dela eu vivi no mundo do ensino-aprendizagem, trabalhando na antiga Escola de Formação de Oficiais (APM D. João VI) e no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças, o CFAP - 31 de Voluntários, logo conheço a realidade acadêmica da PMERJ.
Os problemas existentes são inúmeros, tanto na formação dos Oficiais, quanto dos Praças, sendo que muitos já foram abordados nesse espaço. Prometo voltar a tratar de alguns deles, mas nesse artigo destacarei o problema do Soldado de Polícia, ratificando que o principal desses problemas passa pela subserviência dos atuais Coronéis de Polícia ao poder político, o que afeta todas as áreas e está destruindo a PMERJ.
Há muitos anos comentamos que a Polícia Militar estava selecionando os melhores dentre os piores para formá-los como Soldados de Polícia, um servidor público que precisa ser muito bem formado, treinado continuamente e valorizado dignamente, em conformidade com a importância, a natureza e os riscos decorrentes da sua atividade.
A população quer um super PM e merece ter esse ótimo profissional para servi-la e protegê-la, considerando a gigantesca carga tributária que paga como patrocinadora desse estado que não oferece a contrapartida em serviços públicos de qualidade.
Infelizmente, o que a população encontra nas ruas está muito distante dos seus anseios, pois o governo estadual paga salários miseráveis para os Soldados de Polícia, o faz com que a maioria dos atraídos no recrutamento (concurso) seja composta pelos que não encontraram outro emprego ou os pelos que estão apenas atrás da estabilidade do serviço público. Um grupo pequeno é composto pelos que realmente querem seguir na carreira policial militar e têm se preparado nessa direção, apesar dos salários famélicos.
No governo Sérgio Cabral (PMDB) tais verdades cresceram geometricamente, considerando que os salários continuam miseráveis, os piores do país e que Cabral resolveu incorporar milhares de PMs, contrariando inclusive o contido na Carta dos Coronéis Barbonos (Pro lege vigilanda), datada de 03 de julho de 2007 (leiam).
Para atender Cabral, Mário Sérgio, segundo comandante geral do período de intervenção, abriu as portas da Polícia Militar, facilitando extremamente as provas para acesso ao Curso de Formação de Soldados, trazendo um contingente ainda menos preparado que no passado. O último concurso da PMERJ teve um número percentual de aprovados nunca antes visto na história da corporação. Quem não passou para a Polícia Militar dificilmente passará em qualquer outro concurso público, essa é a verdade.
Obviamente, transformar esse contingente nos Soldados de Polícia que a população quer e merece é uma tarefa extremamente difícil, mas não impossível, desde que o nosso Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças tivessem um curso de formação que permitisse ao longo do ensino-aprendizagem, treinar os que possuem as reais capacidades, excluindo do processo os que não alcançassem o nosso ideal de Soldado PM. Todavia, não é essa a realidade atual, apesar dos esforços do contingente valoroso do CFAP, as condições são péssimas e os resultados finais estão muito distantes do pretendido.
A qualidade dos futuros Soldados de Polícia que o Centro de Recrutamento (CRSP) e Seleção de Pessoal entrega para o CFAP, somado às enormes deficiência dos processo de formação e aos anseios transloucados do governador de inaugurar uma UPP atrás da outra, resulta em um profissional que chega às ruas do Rio de Janeiro, para servir e proteger à população, com uma série de deficiências.
O que aconteceu ontem no Rio durante uma ocorrência, quando tiros foram disparados por PMs contra um veículo de transporte coletivo, revela apenas o final da ponta de um iceberg, oculto sob a cumplicidade de boa parte da mídia fluminense, que não revela a realidade vivida na Polícia Militar e no CFAP - 31 de Voluntários, especialmente.
Pagando R$ 35,00 por dia para um Soldado de Polícia arriscar a vida diariamente nas ruas, significa selecionar os melhores dentre os piores para servir e proteger o povo fluminense.
Prezado leitor, considerando o atual estágio do ensino no Rio de Janeiro, não tenho dúvida, nunca teremos os Soldados de Polícia que queremos e merecemos, enquanto não exigirmos que uma das condições para o ingresso na Polícia Militar (que deve ter uma porta única de entrada) seja o candidato ter o terceiro grau completo, não importando a área.
A outra exigência primordial é que o governo estadual pague um salário inicial para o aluno do Curso de Formação de Policiais (curso inicial para a entrada na PMERJ com o estabelecimento da porta única), o valor do piso nacional que estamos lutando para ser criado no Congresso Nacional: R$ 3.500,00 mensais.

Fora desses parâmetros básicos, cidadão fluminense, corra que a polícia vem aí!
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO

4 comentários:

PM INSATISFEITO COM O SISTEMA disse...

bom dia cel,enquanto este governador corrupto estiver no poder nunca que policial militar estará preparado profissionalmente,sabe por que, porque ele usa isso na midía comprada como argumento para não pagar um salário digno,quando sai na imprensa que a polícia errou, a população logo vai a favor do governador,dizendo para que aumento salarial se a polícia é mal preparada. e isso é tudo que o governador gosta de ouvir para não dar um aumento digno.

Anônimo disse...

Saiba porque você não tem segurança

"UMA POLÍCIA BOA E BARATA, NÃO EXISTE!" (uma frase dita por Monique Vidal, Delegada do RJ)

É preciso INVESTIR NO POLICIAL MILITAR, com um BOM SALÁRIO, uma ESCALA DE SERVIÇO DIGNA, uma BOA INSTRUÇÃO ETC.

O Policial Militar é o operador do direito mais importante. Ele é quem faz a triagem do fato e leva ao conhecimento de outras autoridades.

Para termos uma boa segurança, devemos primeiramente valorizar o Policial Militar, profissional de segurança pública.

Policiais Militares deveriam ser tratados como HERÓIS.

R$ 3.500,00 mensais é o MÍNIMO!

Anônimo disse...

NÍVEL SUPERIOR NA PMERJ/CBMERJ/PCERJ. CONCORDO PLENAMENTE.

Elias disse...

O nivel superior,não é sinonimo de competencia e ou honestidade,caso isto fosse um dogma,Brasilia seria a capital da honestidade e competencia.
Se o Policial,o professor,bombeiro e médicos fossem melhor remunerados,com certeza temeriam se envolver em irregularidades e perderem o seu sustento honesto.
No caso do Policial e Bombeiro,deixam suas casas e vão ao encontro do perigo,não sabendo se irão retornar.Um será sempre Herói, o outro será sempre execrado,somente lembrado por seus erros ou erros de outrem,porem julgado como o todo.
O policial precisa ser instruído nas artes de sua profissão e deverá ser lembrado,que a epóca é de Democracia,falsa Democracia,mais é Democracia.
Um cidadão tem direito de exigir,um militar,não é um cidadão e portanto se sujeita as "migalhas que lhe são atiradas",escravizado pela covarde regulamentação estatutária de uma época autoritaria.
Lutamos como militares contra movimentos anti-democraticos, porem ao olharmos no espelho,descobrimos que nós somos os oprimidos e opressores.